Detentas da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre, terão a chance de diminuir o tempo de pena a partir da reciclagem de computadores e aparelhos eletrônicos. O projeto, lançado nesta segunda-feira, é uma parceria da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) com a Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs) e a empresa JG Recicla. Segundo o governo gaúcho, é a primeira parceria para a reciclagem de lixo eletrônico envolvendo penitenciárias no País.
As detentas vão atuar na desmontagem e separação de resíduos, o que permitirá a reciclagem e o descarte adequado do material tóxicos. As presas receberão 75% do salário-mínimo (algo em torno de R$ 660,00) por mês, além de certificação e treinamento para a função. A empresa parceira vai gerenciar o serviço, além de providenciar os equipamentos de proteção individual.
Quando estiver em plena atividade, o projeto vai dar vagas a até 40 apenadas do Madre Pelletier. De acordo com a diretora da unidade prisional, Maria Clara Matos, 25 mulheres já receberam qualificação teórica, e dez delas estão aptas para trabalhar na prática. A ideia é que a iniciativa esteja plenamente funcional até fevereiro do ano que vem.
"Esse trabalho atende a dispositivos legais para a reciclagem de resíduos sólidos que já deveriam estar em vigor. Estamos efetivando algo que já estava escrito, e de um modo que qualifica e permite a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho", diz Maria Clara. O Madre Pelletier tem hoje 266 apenadas, com cerca de 120 delas exercendo algum tipo de trabalho na prisão.