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Memória

- Publicada em 25 de Outubro de 2016 às 16:53

Carlos Alberto Torres morre aos 72 anos

No Brasil, ex-lateral foi ídolo no Botafogo, Santos e Fluminense

No Brasil, ex-lateral foi ídolo no Botafogo, Santos e Fluminense


NELSON ALMEIDA/AFP
Protagonista de uma das cenas mais marcantes das conquistas de Mundiais pela seleção brasileira, o capitão do time de 1970, Carlos Alberto Torres, faleceu ontem no Rio de Janeiro, aos 72 anos. Até mesmo quem não presenciou, torceu ou comemorou a Copa do Mundo do México, não esquece a cena do "Capita", como era carinhosamente chamado, erguendo a taça Jules Rimet, símbolo máximo do tricampeonato. Foi ele o último a erguer o troféu antes de ser dado em definitivo para o Brasil.
Protagonista de uma das cenas mais marcantes das conquistas de Mundiais pela seleção brasileira, o capitão do time de 1970, Carlos Alberto Torres, faleceu ontem no Rio de Janeiro, aos 72 anos. Até mesmo quem não presenciou, torceu ou comemorou a Copa do Mundo do México, não esquece a cena do "Capita", como era carinhosamente chamado, erguendo a taça Jules Rimet, símbolo máximo do tricampeonato. Foi ele o último a erguer o troféu antes de ser dado em definitivo para o Brasil.
Até hoje, Torres é considerado um dos maiores laterais-direitos da história - para muitos, o melhor deles. Ele atuou profissionalmente por quase duas décadas e chegou a ser campeão por Flamengo, Botafogo e Fluminense como treinador. Desde 2005, entretanto, estava afastado dos gramados como técnico e trabalhava apenas como comentarista.
Conforme informações da família, o Capita foi vítima de um enfarte fulminante na manhã de ontem. Sua última aparição na TV foi no domingo, após a rodada do Campeonato Brasileiro. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, declarou luto oficial de três dias, e as bandeiras da sede da entidade estão a meio mastro. Todas as partidas de competições organizadas pela CBF terão um minuto de silêncio. O corpo do ex-atleta será velado na sede da confederação. O enterro deve ocorrer hoje.
Torres começou a carreira no Fluminense, saindo de lá aos 22 anos, já como um dos melhores do País. Jogador com características ofensivas, algo então raro para um lateral, em 1963, chegou na seleção brasileira que ganhou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos disputados em São Paulo. No ano seguinte, ganhou o Campeonato Carioca pelo tricolor das Laranjeiras.
A melhor fase da carreira, entretanto, foi pelo Santos, clube que defendeu entre 1965 e 1975, com um breve intervalo para passar um ano no Botafogo. No time praiano, atuou por 445 vezes, sendo o 11º com mais partidas, atrás apenas de outros contemporâneos da era Pelé e do ex-lateral-esquerdo Léo.
Depois de brilhar na Vila Belmiro, voltou para o Flu, ganhando mais dois Cariocas, em 1975 e 1976. Na parte final da carreira, passou também pelo Flamengo e se aventurou nos Estados Unidos, jogando pelo New York Cosmos até os 38 anos.
Pela seleção brasileira, chegou a ser convocado para a Copa do Mundo de 1966, mas acabou cortado. Em 1970, já era o capitão que entrou para a história por ser o último a levantar a Taça Jules Rimet, depois roubada. No total, fez 68 jogos pelo Brasil, marcando nove gols.
A carreira de treinador começou promissora em 1983, no Flamengo, onde foi campeão brasileiro. Depois disso, porém, o ídolo, mesmo que tenha passado por boa parte dos principais clubes do País, não obteve bons resultados. No começo da década de 1990, chegou a ser vereador no Rio.
 

Ex-companheiros relembram histórias do eterno Capita

Amigos e companheiros dentro de campo exaltaram o espírito de liderança de Carlos Alberto Torres. "Foi um choque muito grande. Ele era um líder positivo dentro e fora de campo. Ele se impunha e tinha resposta para tudo", contou o volante Clodoaldo, 67 anos, que foi companheiro de quarto do ex-jogador na Copa do Mundo de 1970, na conquista do tricampeonato.
Integrante da seleção tricampeã, Gérson também exaltou a liderança do companheiro. "Nós, jogadores, o elegemos como capitão, não foi a direção. Para nós, ele tinha uma importância capital, dentro e fora das quatro linhas. Tudo era com ele. Foi capitão da seleção, do Santos, do Fluminense e do Cosmos. Não era capitão para cara e coroa. Era o Capita. O grupo da década de 1970 não o chamava pelo nome, só de Capita. Então era isso, ele era o cara", lembrou.
O Rei do Futebol também lamentou a perda do amigo e parceiro de conquistas. "Fico triste com a morte do meu amigo irmão Carlos Alberto, nosso querido 'Capita', lembrando dos tempos que estivemos juntos no Santos, na seleção brasileira e no New York Cosmos (EUA), formando uma parceria vencedora", afirmou Pelé em nota. "Infelizmente a gente tem que entender isso e que a vida continua. Para a sua família mando minhas condolências", finalizou.