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Economia

- Publicada em 31 de Outubro de 2016 às 14:19

Itaú diz trabalhar para manter as despesas perto ou abaixo da inflação

Agência Estado
O reajuste de 8% para salários e benefícios para os bancários exigirá que o Itaú Unibanco busque ainda mais a eficiência, o que vem sendo feito por meio da automação e investimentos em tecnologia, por exemplo. O trabalho, destacou Marcelo Kopel, diretor de Relações com Investidores do Itaú Unibanco, que a instituição financeira faz é para que as despesas permaneçam perto ou abaixo da inflação.
O reajuste de 8% para salários e benefícios para os bancários exigirá que o Itaú Unibanco busque ainda mais a eficiência, o que vem sendo feito por meio da automação e investimentos em tecnologia, por exemplo. O trabalho, destacou Marcelo Kopel, diretor de Relações com Investidores do Itaú Unibanco, que a instituição financeira faz é para que as despesas permaneçam perto ou abaixo da inflação.
"Estamos concluindo o processo orçamentário, mas o banco está constantemente buscando eficiências", destacou o executivo, em teleconferência com a imprensa. "O reajuste dos bancários em 8%, ante proposta da Febraban de 7%, irá impor que essa busca continue", disse.
As despesas não decorrentes de juros do Itaú Unibanco alcançaram R$ 12,374 bilhões no terceiro trimestre, montante 7,4% maior que os gastos registrados em um ano, de R$ 11,525 bilhões. Em relação ao segundo, quando somaram R$ 11,415 bilhões, foi identificado aumento de 8,4%.
De janeiro a setembro, as despesas não decorrentes de juros do Itaú totalizaram R$ 34,698 bilhões, cifra 6,7% maior que em um ano, de R$ 32,521 bilhões. Para este ano, o banco espera que esses gastos aumentem de 2,5% a 5,5% no conceito Brasil e de 2,0% a 5,0% no consolidado.
O diretor de Relações com Investidores do Itaú Unibanco, Marcelo Kopel, afirmou que o custo de crédito vai cair à medida que os juros recuem e a percepção de risco melhore. "À medida que a percepção de risco e as taxas de juros reduzam, pode ter repasse. Esses são os principais insumos da composição de preços", explicou ele, em teleconferência com jornalistas.
Kopel afirmou que o Itaú está pronto em termos de liquidez e de capital para a retomada de crédito, mas que a melhora da economia deve se dar de forma gradual. Em relação ao crédito, ele disse que a carteira vai crescer no ritmo que a economia permitir. "É um processo evolutivo", acrescentou.
Sobre a inadimplência, o executivo disse que as carteiras têm comportamentos diferentes. Na pessoa física, conforme ele, há uma tendência importante de redução, visto que o indicador, que considera atrasos acima de 90 dias, já teve queda por dois trimestres consecutivos.
Na parte de pessoa jurídica, segundo ele, a inadimplência de pequena e média empresa ainda apresentará crescimento, mas a melhora no indicador de curto prazo pode sinalizar queda futura no índice que contempla atrasos acima de 90 dias. Já nas grades empresas, o executivo afirmou que o banco espera estabilidade nos próximos trimestres.
O caso específico que pesou no indicador de 90 dias neste trimestre, conforme Kopel, será baixado a prejuízo no quarto trimestre. Segundo fontes, trata-se da Sete Brasil, que está em processo de recuperação judicial.
A tendência do mercado é de que o crédito tenha um crescimento moderado no ano que vem, na esteira da melhora esperada para a economia, disse Marcelo Kopel.
O executivo frisou, no entanto, que o banco ainda não concluiu seu orçamento, mas a percepção é de que a carteira se comporte "em um ritmo diferente deste ano, que foi um ano de contração". No momento, disse, o cenário econômico aponta para a estabilização do crédito.
A carteira de crédito total do Itaú Unibanco, que considera avais e fianças, fechou setembro em R$ 567,744 bilhões, queda de 0,9% em relação a junho, quando somou R$ 573,003 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando estava em R$ 641,773 bilhões, a cifra foi 11,54% menor. Se levado em conta ainda títulos privados, foi a R$ 656,928 bilhões, alta de 0,52% e queda de 8,27%, respectivamente. Sem considerar o efeito cambial, encolheu 1,1% e 5,6%, nesta ordem.
A Itaú Unibanco vendeu R$ 1,4 bilhão em carteiras de crédito no terceiro trimestre por interesse comercial, conforme Kopel. A carteira estava em dia, segundo ele, e não tinha provisão. Kopel disse ainda que a cessão não teve impacto no resultado do banco.
"A venda visou atender demanda comercial e pode se repetir à medida que tenhamos oportunidade de monetizar ativos", disse ele, na teleconferência com jornalistas.
Os atrasos que foram observados na carteira do empréstimo consignado estão sendo geridos pelo Itaú Unibanco, disse Kopel. "Houve alguns atrasos operacionais, mas isso é algo que está sendo gerenciado ao longo do período com os órgãos, diretamente ou por meio da Febraban", comentou.
A carteira de crédito total ajustada do Itaú atingiu R$ 605,1 bilhões ao final de setembro de 2016, mantendo-se praticamente estável em relação a junho de 2016, com leve queda de 0,6%. Em um ano, porém, encolheu 11,0%. As linhas com menor inadimplência, imobiliário e consignado, representaram 45,5% do total emprestado pelo banco a pessoas físicas no Brasil, comparado a 19,7% em 2012, fruto da estratégia da instituição de operar ativos de menor risco e rentabilidade atraente.
O Itaú Unibanco segue aberto a aquisições que façam sentido para o banco, conforme Kopel. "Na prática, vamos olhar o que está disponível no mercado. Isso não quer dizer que vá resultar em uma transição. Depende do nosso interesse. Seguimos com disciplina no uso de capital", afirmou.
No final de setembro, o Itaú anunciou a compra da totalidade da participação detida pelo Banco BMG no "Banco Itaú BMG Consignado", correspondente a 40% de seu capital total. Além disso, no início do mês, o Itaú também anunciou a aquisição da operação de varejo do Citibank no Brasil, pelo valor de R$ 710 milhões.
De acordo com Kopel, o Itaú tem capital acima do que gostaria e que as aquisições são um exemplo de uso desses recursos em excesso. O capital principal do Itaú, considerando as regras de Basileia III, fechou setembro em 14,1%. O ideal, conforme Kopel, seria entre 12% e 13%. Após o impacto das aquisições do varejo do Citibank no Brasil e do Itaú BMG Consignado, o banco estima indicador de 13,6%.
O Itaú Unibanco está confortável com seu atual nível de provisões, mas considera reforçar seu colchão para perdas se necessário, de acordo com o diretor de Relações com Investidores do banco. "Temos uma atitude pró-ativa em reavaliação de carteira e imobiliário não é diferente", disse ele a jornalistas, ao ser questionado sobre a situação do mercado de construção civil, em que a Viver já entrou com pedido de recuperação judicial.
Kopel explicou que qualquer piora na qualidade de crédito que o banco visualize será compensada com o reforço nas provisões, assim como ocorreu no segmento de atacado. No setor imobiliário, segundo ele, a carteira do banco é de cerca de R$ 10 bilhões, montante compatível com o apetite de risco do Itaú neste segmento.
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