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Economia

- Publicada em 30 de Outubro de 2016 às 17:28

Paralisação dos bancários reduz concessão de crédito

Queda em setembro foi verificada em linhas para imóveis, veículos e até mesmo nos consignados

Queda em setembro foi verificada em linhas para imóveis, veículos e até mesmo nos consignados


JONATHAN HECKLER/JC
A greve dos bancários ampliou a queda na concessão de crédito pelos bancos, em setembro, principalmente das modalidades de crédito imobiliário, consignado e de financiamento de veículos, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. Neste ano, a greve dos bancários, que teve início em setembro, durou 31 dias, com retorno dos bancários ao trabalho no dia 7 deste mês.
A greve dos bancários ampliou a queda na concessão de crédito pelos bancos, em setembro, principalmente das modalidades de crédito imobiliário, consignado e de financiamento de veículos, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. Neste ano, a greve dos bancários, que teve início em setembro, durou 31 dias, com retorno dos bancários ao trabalho no dia 7 deste mês.
A greve afetou principalmente as modalidades em que é preciso negociar a liberação do crédito nas agências bancárias. Em setembro, as concessões do crédito consignado (com parcelas descontadas diretamente na folha de pagamento) caíram 24,4%. O financiamento para a compra de veículos caiu 8,5%. No caso do financiamento imobiliário, as concessões recuaram 24,2%.
"Essa é uma concessão (de crédito imobiliário) que tem um trâmite mais demorado, que exige a presença do solicitante nas agências mais de uma vez. Uma agência fechada interrompe todos esses processos. Ano passado foi afetado de uma forma bem mais modesta, tinha recuado 4%, mas este ano afetou de forma significativa", disse Maciel. No total, as concessões de crédito de todas as modalidades caíram 7,2% em setembro em relação a agosto deste ano para pessoas físicas.
Maciel ponderou, entretanto, que o crédito seguirá em tendência de desaceleração mesmo sem a greve dos bancários. "A tendência do crédito é desaceleração, com expectativa de retração no ano. O resultado de setembro foi prejudicado pela paralisação bancária, mas isso não significa que haveria uma mudança de tendência. O crédito não irá liderar o movimento de reação da atividade econômica, mas tem como contribuir nesse processo", disse Maciel.
No mês passado, o BC divulgou sua projeção para o saldo das operações de crédito este ano. Segundo estimativa do BC, os bancos vão registrar neste ano a primeira queda no saldo das operações de crédito na série histórica, iniciada em março de 2007. O recuou deve ser de 2%.
Em setembro, o saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos caiu 0,2% em relação a agosto e ficou em R$ 3,109 trilhões. Em 12 meses encerrados em setembro, o saldo das operações de crédito caiu 1,7%.
Maciel também afirmou que não há uma previsão de quando o efeito da redução da taxa básica, a Selic, será sentido nos juros cobrados dos consumidores. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano. Em setembro, a taxa média de juros cobrada de pessoas físicas subiu para 73,3% ao ano, e as do cheque especial (324,9% ao ano) e do cartão de crédito (480,3% ao ano) bateram novo recorde.
Segundo Maciel, às vezes, os bancos se antecipam à redução da Selic e reduzem os juros do crédito e, em outras situações, levam alguns meses para reduzir as taxas cobradas dos clientes. "Não se espera uma defasagem muito longa. A queda da Selic reduz o custo de captação (de dinheiro pelos bancos), e isso contribui para redução de todas as taxas ativas", explicou.
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