Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Indústria

- Publicada em 26 de Outubro de 2016 às 18:03

Fiergs aponta cenário negativo para as indústrias do Rio Grande do Sul

Indicadores de produção e emprego mostram contrações no segmento

Indicadores de produção e emprego mostram contrações no segmento


TÂNIA RÊGO/ABR/JC
O terceiro trimestre do ano encerrou com um cenário negativo para o setor industrial gaúcho, mostra a Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, divulgada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Os entrevistados apontaram elevada insatisfação com a margem de lucro operacional (35,8 pontos) e com a situação financeira (41,1), além de grandes dificuldades de acesso ao crédito (30,6 pontos) e aumento dos preços das matérias-primas (58,3). "A demanda tem sido insuficiente e a queda no consumo acaba refletindo na produção industrial. As condições financeiras nas empresas continuam difíceis", diz o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
O terceiro trimestre do ano encerrou com um cenário negativo para o setor industrial gaúcho, mostra a Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, divulgada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Os entrevistados apontaram elevada insatisfação com a margem de lucro operacional (35,8 pontos) e com a situação financeira (41,1), além de grandes dificuldades de acesso ao crédito (30,6 pontos) e aumento dos preços das matérias-primas (58,3). "A demanda tem sido insuficiente e a queda no consumo acaba refletindo na produção industrial. As condições financeiras nas empresas continuam difíceis", diz o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
Segundo os empresários, muitos problemas contribuíram para o cenário negativo no período, mas a demanda interna insuficiente (47,2% das respostas) e a elevada carga tributária (44,7%) foram os mais importantes. No entanto, se destacaram de forma significativa outros fatores, como a inadimplência dos clientes (27,2%), as taxas de juros elevadas (26,8%) e a falta de capital de giro (20,7%). Já a taxa de câmbio (15,9% do total das respostas) é particularmente relevante para as grandes empresas (23,5%).
Considerando-se setembro na relação com agosto de 2016, o desempenho não é animador e a situação continua desfavorável. Os indicadores de produção e número de empregados atingiram no período 43,9 e 46 pontos, respectivamente, o que indica contrações (abaixo dos 50 pontos). A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) em relação à usual teve desempenho insatisfatório: alcançou 36,3 pontos em setembro, ante 39,9 em agosto, mostrando que a ociosidade aumentou no mês. O indicador de estoques em relação ao planejado caiu 1,5 ponto ante agosto, chegando a 51,3, pouco acima do desejado pelas empresas.
Após quatro crescimentos consecutivos significativos, as expectativas para os próximos seis meses passaram por um forte ajuste em outubro. O indicador de demanda caiu de 57,4 para 52,8 pontos. A expectativa de crescimento é bem menos disseminada, embora ainda positiva, por se encontrar acima da linha dos 50 pontos. Da mesma forma, caíram os indicadores de compras de matérias-primas (de 54,1 para 50,6 pontos) e de exportações (de 54,4 para 51,5). O indicador de emprego também declinou no mês, de 48,8 para 47,3 pontos, o que revela projeção de maior desemprego.
A exceção ficou com a intenção de investimento: o índice alcançou 42,8 pontos em outubro, aumento de dois pontos em relação ao mês anterior. Segue, porém, diante do baixo nível de produção e da alta ociosidade, indicando pequena disposição de se investir.

Faturamento do setor de máquinas recua 3,1% em setembro, diz Abimaq

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos faturou R$ 5,507 bilhões em setembro deste ano, o que representa queda de 3,1% ante agosto e recuo de 19,2% na comparação com setembro do ano passado, mostram dados divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O faturamento acumulado de janeiro a setembro é de R$ 50,164 bilhões, montante 27,8% menor do que o de igual período de 2015.
Segundo a Abimaq, o consumo aparente do setor - indicador que mede a produção interna mais importações e exclui exportações - totalizou R$ 7,226 bilhões em setembro, baixa de 7,8% em relação a agosto e retração de 28,4% na comparação com igual mês de 2015. Com isso, o consumo aparente acumulado nos nove primeiros meses deste ano registra R$ 78,585 bilhões, 26,8% a menos do que em igual intervalo de 2015.
O déficit comercial da indústria de máquinas e equipamentos nacional ficou em US$ 387,57 milhões em setembro deste ano, queda de 22,8% ante o déficit de agosto e recuo de 37,3% na comparação com o saldo negativo de setembro do ano passado. A diminuição do déficit foi resultado de exportações que somaram US$ 612,91 milhões no mês, recuo de 11,9% em relação a agosto e contração de 10% sobre o volume anotado em setembro de 2015. As importações de máquinas e equipamentos somaram US$ 1 bilhão, queda de 16,5% sobre o resultado de agosto e recuo de 23% ante o nível alcançado em igual mês de 2015.
No acumulado do ano até setembro, as exportações subiram 1%, para US$ 5,905 bilhões, e as importações apresentaram queda de 18,5%, para US$ 12,135 bilhões, ambas na comparação com igual período de 2015. O déficit acumulado é de US$ 6,23 bilhões.
 

Metalúrgicas de Caxias têm três trimestres de queda na receita

Os números dos três primeiros trimestres do ano, encerrados em setembro, espelham as dificuldades e os desafios enfrentados pelas indústrias dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalmecânico de Caxias do Sul. A queda marcante nas receitas observada em 2015 continuou a dar o compasso da crise que se instalou na indústria local. Como consequência, 2016 será novamente ano de queda no faturamento do setor industrial. O segmento enfrenta a maior recessão em toda a sua história.
Conforme Rogério Gava, assessor de planejamento do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), os números evidenciam o fraco desempenho da indústria local, com recuo expressivo nas vendas e o efeito direto das demissões. O faturamento do setor caiu mais de 25% no somatório dos 12 meses. No acumulado do ano o recuo chega quase aos 21%. A queda foi sentida nos três segmentos representados pelo Simecs, mas é mais acentuada no eletroeletrônico (- 32%). No automotivo, a retração nas receitas nos últimos 12 meses ultrapassou os 26%.
No acumulado do ano os números espelham uma diminuição no recuo, mas mostram que não será em 2016 que a recuperação da indústria terá início. As vendas despencaram dentro e fora do Estado. As exportações, beneficiadas desde o início do ano pelo câmbio mais favorável, recuaram 1,19% nos 12 meses.
O quadro do emprego é o resultado mais direto - e perverso - da crise. Até setembro, a redução do número de trabalhadores na indústria já chega praticamente a 19%. O saldo de desligamentos (admissões menos demissões) até setembro superou as três mil vagas. No comparativo com o mesmo período de 2015 as demissões recuaram, caindo de quase 6,7 mil postos para pouco mais de três mil. Não obstante esta redução, 2016 fechará com um saldo negativo substancial de postos de trabalho. A indústria caxiense conta hoje com 34 mil trabalhadores.