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Conjuntura

- Publicada em 25 de Outubro de 2016 às 19:49

Contas externas do País têm déficit de US$ 465 milhões em setembro

Segundo Tulio Maciel, números estão seguindo tendência deste ano

Segundo Tulio Maciel, números estão seguindo tendência deste ano


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
As contas externas, que são as transações comerciais e financeiras do Brasil com o resto do mundo, tiveram um déficit de US$ 465 milhões em setembro. A informação foi divulgada ontem pelo Banco Central (BC), que esperava um déficit de US$ 1,6 bilhão para o mês.
As contas externas, que são as transações comerciais e financeiras do Brasil com o resto do mundo, tiveram um déficit de US$ 465 milhões em setembro. A informação foi divulgada ontem pelo Banco Central (BC), que esperava um déficit de US$ 1,6 bilhão para o mês.
O rombo de setembro é o menor para o mês desde 2007, quando as contas externas apresentaram um saldo positivo de US$ 482 milhões. Em setembro do ano passado, o déficit foi de US$ 3,05 bilhões. "De uma maneira geral, os números seguem mostrando tendência semelhante do que ocorreu ao longo do ano: uma redução gradual do déficit em transações correntes. O principal se deve à balança comercial, que apresentou ganho de US$ 25 bilhões", afirmou o chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel.
No acumulado do ano, o déficit nas transações correntes soma US$ 13,58 bilhões, o menor para o período desde 2007, quando apresentava superávit de US$ 2,80 bilhões no período. Nos nove primeiros meses do ano passado, o rombo era de US$ 49,21 bilhões.
O Banco Central informou, no mês passado, que espera um saldo negativo de US$ 18 bilhões no fim do ano. Antes, a estimativa era de um déficit de US$ 15 bilhões. Para outubro, o BC projeta um déficit de US$ 2,8 bilhões. No mesmo mês do ano passado, o saldo ficou negativo em
US$ 4,3 bilhões.
Segundo Maciel, dois fatores explicam o fato de o déficit de setembro ter sido menor que o esperado pelo Banco Central. "O melhor resultado da balança comercial contribuiu para um déficit menor que o esperado. E, na parte de rendas, houve um volume menor de remessa de lucros e dividendos", disse.
A balança comercial apresentou saldo positivo, em setembro, de US$ 3,60 bilhões, valor acima dos US$ 2,65 bilhões do mesmo mês de 2015. No acumulado do ano, a balança comercial tem um superávit de US$ 34,20 bilhões, montante superior aos US$ 8,93 bilhões registrados de janeiro a setembro de 2015.
O saldo negativo de lucros e dividendos foi de US$ 899 milhões no mês passado, ante
US$ 2,04 bilhões em setembro de 2015. No acumulado deste ano, o déficit soma 12,17 bilhões. Nos nove primeiros meses de 2015, o saldo estava negativo em
US$ 13,70 bilhões.
"A atividade econômica está por trás desse comportamento de lucros e dividendos. E a balança também é influenciada por esse fator. Enquanto não se observa reação mais nítida da atividade econômica, também não vemos reação correspondente da importação", afirmou Maciel.
O investimento direto no País somou US$ 5,23 bilhões em setembro, valor inferior aos
US$ 6,04 registrados no mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, o investimento direto no Brasil soma US$ 46,33 bilhões. O valor também é menor que o registrado em igual período de 2015, de
US$ 48,21 bilhões.
Para o ano de 2016, a expectativa do Banco Central é de um saldo de US$ 70 bilhões de investimento direto. Para outubro, a projeção é de um ingresso de US$ 6,5 bilhões. Até dia 21, o BC registrou a entrada de US$ 4,8 bilhões.

Gasto de brasileiro em viagem internacional sobe pelo segundo mês seguido

Com câmbio mais atrativo que no início do ano e mais confiança na economia, o gasto dos brasileiros em viagens ao exterior aumentou, em setembro, pelo segundo mês consecutivo. Em agosto, havia sido a primeira vez desde janeiro de 2015 em que os brasileiros tinham gastado mais em viagens internacionais do que no mesmo mês do ano anterior.
Em setembro, essas despesas somaram US$ 1,29 bilhão e ficaram acima do US$ 1,26 bilhão registrados no mesmo mês de 2015, os dados são do Banco Central.
Mesmo com a pequena alta em relação a setembro do ano passado, o patamar de gastos do brasileiro lá fora está menor que o registrado em outros anos. Em setembro de 2014, foi de US$ 2,38 bilhões. Em setembro de 2013, US$ 2,16 bilhões.
Além de a despesa de viagens estar em patamar baixo, quando comparada a anos anteriores, o chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel, aponta outros dois fatores que, segundo o Banco Central, explicam a recuperação dos gastos dos turistas brasileiros: mais confiança na economia e uma taxa de câmbio mais favorável que no início do ano. "Há uma perspectiva melhor nos indicadores de confiança. Nos últimos três ou quatro meses, vemos reação bastante positiva de indicadores de confiança, ainda que também estejam em níveis reduzidos. E, naturalmente, essa confiança contribui para que haja mais iniciativa de brasileiros de viajar ao exterior. O outro fator é a taxa de câmbio, que, ao longo do ano, se valorizou", disse.
Apesar do aumento registrado nos últimos dois meses, a despesa acumulada de janeiro a setembro, de US$ 10,48 bilhões, ainda é menor que a despesa de US$ 14,14 bilhões registrada no mesmo período de 2015. A redução dos gastos no exterior em 2016 acontece em um cenário de fraco desempenho da economia brasileira, o que piora o mercado de trabalho e diminui a renda das famílias. Somado a isso, o dólar atingiu, nos primeiros meses do ano, patamares mais altos do que em anos anteriores, o que aumentou o custo das viagens internacionais para o brasileiro.
 

Remessas das montadoras às matrizes caem 80%

Segundo Tulio Maciel, números estão seguindo tendência deste ano

Segundo Tulio Maciel, números estão seguindo tendência deste ano


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Em meio à falta de reação do mercado de veículos no Brasil, as montadoras têm enviado cada vez menos lucros e dividendos a suas matrizes no exterior. No terceiro trimestre deste ano, foram remetidos US$ 3,99 milhões, queda de 80% em relação ao segundo trimestre (US$ 20 milhões) e recuo de 88% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado (US$ 32,35 milhões), segundo dados do Banco Central.
No acumulado de janeiro a setembro, as remessas das montadoras somaram US$ 38,46 milhões, contração de 75% ante volume alcançado em igual período de 2015, quando a soma foi de US$ 154 milhões. Só em setembro, foram apenas US$ 906 mil, baixa de 94% sobre o resultado do mesmo mês do ano passado, quando os lucros e dividendos enviados à matrizes alcançaram US$ 16 milhões.
Os recuos nas remessas refletem as consecutivas quedas nas vendas de veículos no Brasil. No acumulado de janeiro a setembro, os emplacamentos caíram 22,8% na comparação com igual período do ano passado. O mercado caminha para o quarto ano seguido de queda, depois de retrações de 26,5% em 2015, de 7,15% em 2014 e de 0,9% em 2013.