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Comércio

- Publicada em 20 de Outubro de 2016 às 00:46

CDL encaminha propostas ao BarraShoppingSul

Redução de fluxo de consumidores estaria afetando os comerciantes

Redução de fluxo de consumidores estaria afetando os comerciantes


ANTONIO PAZ/JC
Teve novo round, ontem, a disputa entre a administração do BarraShoppingSul e os lojistas do empreendimento. Um grupo de empresários com pontos de venda no local tenta redução nos valores de aluguel e nos custos de manutenção. A justificativa é a queda nas vendas e no fluxo de consumidores no centro de compras. Em encontro intermediado pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital, foi entregue ao superintendente do empreendimento, Marco Aurélio de Viçoso Jardim Neto, um conjunto de propostas. 
Teve novo round, ontem, a disputa entre a administração do BarraShoppingSul e os lojistas do empreendimento. Um grupo de empresários com pontos de venda no local tenta redução nos valores de aluguel e nos custos de manutenção. A justificativa é a queda nas vendas e no fluxo de consumidores no centro de compras. Em encontro intermediado pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital, foi entregue ao superintendente do empreendimento, Marco Aurélio de Viçoso Jardim Neto, um conjunto de propostas. 
Entre as reivindicações estão o fim do aluguel mínimo para os pequenos e médios, estabelecendo-se valor isonômico de percentual, não excedente a 10% sobre o custo total de ocupação, incluindo neste o condomínio e extinção do pagamento do 13º aluguel já neste ano. O aluguel extra e cobrado como "remuneração" pelas vendas maiores no final do ano. 
O debate sobre a redução de valores cobrados de lojistas por centro de compras vem crescendo e ocorre em todo o País. Em Porto Alegre, porém, estaria ocorrendo uma certa crise de relacionamento entre as partes. "Antes de eu assumir o cargo, em janeiro, comecei a receber demandas sobre a dificuldade de os lojistas sobreviverem nos centros comerciais e a falta de diálogo com a administração dos empreendimentos. Tanto que criamos uma vice-presidência para estreitar a relação com os shoppings, com o objetivo de conquistar melhores condições para os lojistas", alerta o presidente Alcides Debus, que espera receber, até o dia 3 de novembro, um retorno do BarraShoppingSul sobre as reivindicações do setor. Procurada, a assessoria de comunicação do centro de compras informou que não se manifestaria por se tratar de questões internas e comerciais.
Para Paulo Kruse, presidente do Sindilojas de Porto Alegre, a questão econômica e de renegociação de valores é generalizada e afeta também os valores de locação em lojas de rua na Capital e no Interior. "Quem não fizer acertos de valores vai perder o locatário. E o lojista que não tentar negociar vai sucumbir e fechar as portas. Não são poucos os espaços de comércio vazios hoje", diz Kruse.
Cátilo Cândido, diretor de assuntos institucionais da Associação Brasileira de Shopping Center (Abrasce), avalia que esse tipo de negociação faz parte do setor, mas que deve ser discutido caso a caso dadas as particularidades de cada negócio, contrato e até do mix de lojas dos centros de compras. "Esse tipo de negociação é crescente nos últimos anos, e não só em função da crise. A conversa entre lojistas e empreendimentos é positiva e necessária", avalia Cândido.

Renegociações são realidade nacional

Os lojistas gaúchos de shopping centers não estão sozinhos nos pedidos de redução nos valores de locação de espaços e outros custos. A crise e a queda nas vendas têm levado empresários em todo o País a buscarem acordos.
Em Belo Horizonte (MG), as negociações se iniciaram em janeiro entre os dois lados, mas pouco avançaram, segundo o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais, Alexandre Dolabella França. "Inicialmente, os empreendimentos aceitaram dar desconto temporário em alguns valores, mas não seguiram com a proposta. Uma das alternativas seria oferecer algum tipo de estímulo para pessoas que antes iam nos shoppings e agora não vão mais. Mudar o custo do estacionamento ou dar alguns períodos de isenção ajudaria a aumentar o fluxo." O dirigente avalia que lojistas de shoppings de praticamente todo o Brasil enfrentam esse dilema. "Quem está menos afetado é no Nordeste, onde há menor concentração de centros de compras. Em cidades com mais shoppings, como Porto Alegre, a redução tende a ser maior."
Para França, um reflexo da queda nas vendas está na alta vacância de lojas, que pode estimular negociações entre as partes. Os shoppings mais recentes (criados a partir de 2012) chegam ter 40% de espaços sem ocupação. Nas operações mais tradicionais, os espaços vagos giram em torno de 10%.