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Economia

- Publicada em 04 de Outubro de 2016 às 18:02

Produção industrial recua 3,8% em agosto

Com paralisações de montadoras, fabricação de veículos caiu 10,4%

Com paralisações de montadoras, fabricação de veículos caiu 10,4%


FREDY VIEIRA/JC
A queda de 3,8% na indústria em agosto ante julho fez o setor se afastar ainda mais do ponto mais elevado de produção. A indústria opera atualmente 21,3% abaixo do pico da série histórica, alcançado em julho de 2013, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A indústria opera em patamar semelhante a dezembro de 2008", apontou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Segundo ele, após cinco meses de resultados positivos consecutivos, houve uma reversão de trajetória.
A queda de 3,8% na indústria em agosto ante julho fez o setor se afastar ainda mais do ponto mais elevado de produção. A indústria opera atualmente 21,3% abaixo do pico da série histórica, alcançado em julho de 2013, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A indústria opera em patamar semelhante a dezembro de 2008", apontou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. Segundo ele, após cinco meses de resultados positivos consecutivos, houve uma reversão de trajetória.
"Mas talvez essa seja uma característica desse período mais recente do setor industrial, de perdas com alguns movimentos de resultados positivos", disse ele. "Talvez essa recuperação tenha essa característica, um comportamento mais errático e de mais instabilidade", acrescentou.
Macedo reconhece que a trajetória da indústria ao longo de 2016 é mais positiva do que a registrada em 2015, quando houve uma sequência de 11 resultados negativos consecutivos, de fevereiro a dezembro. Em 2016, de janeiro a agosto, a indústria recuou em apenas dois meses: -2,6% em fevereiro ante janeiro e -3,8% agora em agosto.
"Não tem ainda uma configuração de uma trajetória ascendente que elimine todas aquelas perdas do setor industrial. Claro que não temos a sequência de resultados negativos de 2015. As quedas em 2016 são elevadas, mas tem ali alguns comportamentos positivos que não vinham. Mas pode ser que o setor industrial esteja respondendo à demanda doméstica, que permanece retraída", avaliou o gerente do IBGE.
O pesquisador lembra que a demanda doméstica permanece afetada pela deterioração no mercado de trabalho - aumento da taxa de desocupação, número elevado de desocupados e queda na renda recebida - e pelo crédito caro, restrito e escasso. "Esses fatores não sumiram de uma hora para outra", ressaltou.
Dos 24 ramos pesquisados, houve retração em 21 deles em agosto. As principais influências negativas para o resultado geral foram dos produtos alimentícios (-8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,4%). A fabricação e alimentos eliminou o avanço de 1,9% verificado em julho, enquanto a produção de veículos teve a segunda queda consecutiva, acumulando, nesse período, uma perda de 14%.
"A redução na produção de automóveis tem relação direta com paralisações na produção de montadoras, reduções de jornada, que já vinham ocorrendo para adequar estoques à demanda. Mas, para esse mês em particular, teve um adicional, a paralisação de uma determinada empresa em função de um problema de fornecimento de matéria-prima. Isso traz uma consequência importante para a fabricação de automóveis", disse Macedo, referindo-se à briga da Volkswagen com uma fornecedora de autopeças, que paralisou a linha de montagem da fabricante e afetou o desempenho da produção de automóveis em agosto ante julho.
No caso de alimentos, houve influência negativa das condições climáticas desfavoráveis sobre o setor de cana-de-açúcar.
Na direção oposta, o ramo de produtos farmoquímicos e farmacêuticos avançou 8,3% em agosto ante julho, eliminando a queda de 7,3% verificada no mês anterior.
Entre as categorias econômicas, na passagem de julho para agosto, o desempenho da indústria foi afetado por bens de consumo duráveis e bens intermediários. A queda de 4,3% na fabricação de bens intermediários em agosto ante julho foi a mais acentuada desde dezembro de 2008, quando caiu 11,3%. Já o recuo de 9,3% em bens de consumo duráveis foi o mais elevado desde junho de 2015, quando caiu 13,5%.
O resultado preocupa o governo federal. O ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, lamentou a queda da produção industrial brasileira em agosto. Segundo ele, o resultado causou "preocupação" no governo federal, que aposta em uma melhora nos indicadores industriais até o final do ano.
"Houve certa preocupação, porque estamos trabalhando para que os números voltem a crescer. É bem verdade que a crise que recebemos no País é bem aguda e profunda", disse. "Eu quero crer que, até o final do ano e começo do próximo ano, esses números já sejam melhores", acrescentou.
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