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- Publicada em 07 de Outubro de 2016 às 00:27

Nova Zelândia, desenvolvimento e justiça social

Quem não sonha com um país onde haja equilíbrio entre desenvolvimento econômico e justiça social? Pois a Nova Zelândia chegou lá. Certo, é um país pequeno (270,5 mil km quadrados) com população atual de 4,6 milhões de habitantes e faz parte da Oceania, continente avançado do planeta.
Quem não sonha com um país onde haja equilíbrio entre desenvolvimento econômico e justiça social? Pois a Nova Zelândia chegou lá. Certo, é um país pequeno (270,5 mil km quadrados) com população atual de 4,6 milhões de habitantes e faz parte da Oceania, continente avançado do planeta.
Nova Zelândia, prazer em conhecer (Artes e Ofícios, 160 páginas, R$ 47,00), do jornalista Ivan Carneiro Gomes, que tem mais de quatro décadas de experiência e trabalhou em Zero Hora, Globo, Jornal do Brasil, Veja e Exame, residiu na Espanha e na Inglaterra e já viajou por 26 países de quatro continentes, fala do país que, em apenas 200 anos de história, se tornou um exemplo para o mundo em termos de qualidade de vida, respeito à natureza, estímulo ao turismo, infraestrutura, segurança pública e boa gestão dos recursos públicos.
Gomes escreveu Passagem pela Índia, lançado em 2005 pela Artes e Ofícios Editora, e já participou de projetos sociais importantes como o Movimento Secipaz de inclusão social, apresentado na Expo 2000 em Hannover, Alemanha. Em 2001, projetou, com a prefeitura de Porto Alegre, o 1º Telecentro Comunitário e recebeu o diploma Amigo da Cidade.
Nova Zelândia, prazer em conhecer tem textos ágeis, curtos e prazerosos, acompanhados de belíssimas fotos em cores, apresentando um país sem violência, criminalidade, corrupção, pobreza e com uma natureza maravilhosa para desfrutar. O governo gasta direitinho o dinheiro arrecadado em impostos, os políticos são honestos, a população e os visitantes têm uma infraestrutura fantástica de saúde, educação, transporte e, em um dia, você pode abrir uma empresa. Quem disse que as utopias acabaram?
Não é à toa que mais de sete mil brasileiros tenham se transferido para o oásis da Oceania nos últimos anos, onde a renda per capita anual equivale a simpáticos R$ 140 mil.
O livro do Gomes nos dá vontade de sair fazendo as malas e tomar o primeiro avião para a Nova Zelândia e, quem sabe, ficar por lá criando ovelhas, fazendo cruzeiros pelos fiordes, praticando esportes radicais - lá é a Meca da coisa - ou curtindo a rica cultura dos maoris.
Mas, nesse momento em que nosso Brasil está, o livro também serve de estímulo para estudarmos como a Nova Zelândia ascendeu econômica, social e politicamente em pouco tempo, preservando a qualidade ambiental e proporcionando alto padrão de vida para a população.
A experiência neozelandesa é tão singular que desperta curiosidade internacional e passou a ser modelo para muitos países. A Nova Zelândia, por exemplo, superou os limites de uma economia agrícola, apoiada em privilégios e subsídios. Boa viagem!

lançamentos

A primeira pedra (Editora Movimento, 302 páginas), da médica-veterinária e escritora uruguaianense Maria da Graça Rodrigues, é seu quarto romance. Confirma o talento narrativo da autora e sua grande capacidade de criar diálogos, personagens e descrever cenários contemporâneos de nosso Rio Grande.
Criaturas estranhas (Rocco, 400 páginas) traz histórias selecionadas por Neil Gaiman, autor best-seller do New York Times. Contos dele e de vários autores estão no volume, tratando de grifos, lobisomens, pássaro do sol, abelhas anarquistas, vespas cartógrafas e uma narrativa sobre o voo do cavalo.
Pedra bruta (Sesi-SP Editora, 296 páginas), do escritor Paulo Levy, traz novamente o delegado Joaquim Dornelas. Na sexta-feira, Dornelas vai caçar um assassino frio. Um cadáver foi encontrado numa casa do Centro Histórico. O proprietário é um influente maçom. Uma mensagem estaria sendo passada?

a propósito...

O que se espera é que depois do segundo turno, eleitores ausentes, presentes e seus administradores públicos, de uma vez por todas, pensem em consciência cidadã, em causas e projetos coletivos. E que a gente entenda que se não conseguirmos conviver democraticamente com as diferenças e trabalhar, ao menos minimamente, juntos, mesmo com discordâncias normais, nossa situação política e econômica vai ficar pior do que já está. Acho que isso ninguém quer, não é? Aí, novamente, fico lembrando como os nórdicos convivem com divergências políticas e de outros tipos e conseguem, depois de muito diálogo, construir o melhor para o coletivo. 
 

O silêncio dos descontentes

Essas últimas eleições municipais deixaram duas marcas para a história política do País, marcas que não serão esquecidas tão cedo: a pulverização partidária e o impressionante percentual de eleitores ausentes, que votaram em branco ou anularam o voto.
O presidente Temer comentou as abstenções de tamanho amazônico: "O alto índice de abstenções nas eleições municipais é um recado da população para a classe política do País. A mensagem dos eleitores precisa ser assimilada para que os políticos e partidos reformulem eventuais costumes inadequados da política brasileira". Estão certas as palavras do presidente, que ouviu bem o recado.
É por aí. Os políticos precisam ouvir bem direitinho o silêncio dos descontentes, dos desencantados (em Porto Alegre, foram 382.535 pessoas) e ir colocando suas barbinhas de molho e suas mãozinhas na massa ética. Ou fazem as reformas administrativas, tributárias e políticas necessárias ou elas poderão ser feitas pelos próprios eleitores, nas ruas, de maneiras quem sabe imprevisíveis.
Fundo partidário, 35 partidos políticos, quantidade de parlamentares, gastos públicos bem realizados e fiscalizados, transparência, desenvolvimento econômico, empregos, é preciso falar e agir sobre esses temas e outros, antes que seja tarde e aumentem ainda mais as placas de vende-se, aluga-se, demita-se, fechado, encerramos as atividades e outras com mensagens igualmente aterradoras, que andam infernizando nossos olhos.
Acima de questões ideológicas e partidárias, o que pretende a maior parte da população é não se preocupar com esquerda ou direita, conceitos um tanto quanto ultrapassados, e sim, preocupar-se em andar para a frente, com desenvolvimento econômico e justiça social, como acontece, por exemplo, na Nova Zelândia e nos países nórdicos, que adotam medidas que a gente conhece bem.
Há saídas, sim, sabemos, que não precisam ser o neopopulismo que conduz ao caos e muito menos um modelo liberal extremo que pode criar tensões incontroláveis. Já conhecemos bem os dois filmes. Há terceiras vias e caminhos que podem levar, com paz e tranquilidade, ao desenvolvimento econômico com eliminação de desigualdades sociais. É evidente que a ética, a democracia e a liberdade não podem jamais ficar de fora do processo. Isso é histórico, bom repetir.
Para não dizer que não se falou de flores, é preciso deixar registrado que estas eleições municipais também tiveram a marca da austeridade nos gastos das campanhas, mais ética na busca de votos, diálogos entre candidatos com nível mais elevado e uma cidade sem aquela poluição visual e de outros tipos que aconteciam nas campanhas, sujando a cidade e entupindo os bueiros. Não é pouca coisa.