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JC Logística

- Publicada em 14 de Outubro de 2016 às 15:20

Bancos ameaçam não financiar as novas concessões

Instituições como o Banco do Brasil, que ofereceram garantias a créditos do Bndes, têm exposição bilionária

Instituições como o Banco do Brasil, que ofereceram garantias a créditos do Bndes, têm exposição bilionária


JONATHAN HECKLER/JC
Bancos privados dizem que não pretendem financiar as novas rodadas de concessões em infraestrutura se os problemas dos atuais empreendimentos lhes trouxerem perdas. Segundo o executivo de uma dessas instituições, a oferta de crédito para as próximas rodadas poderia cair drasticamente, e o governo sabe dessa possibilidade. "Por isso há esforço em tentar mitigar esse risco."
Bancos privados dizem que não pretendem financiar as novas rodadas de concessões em infraestrutura se os problemas dos atuais empreendimentos lhes trouxerem perdas. Segundo o executivo de uma dessas instituições, a oferta de crédito para as próximas rodadas poderia cair drasticamente, e o governo sabe dessa possibilidade. "Por isso há esforço em tentar mitigar esse risco."
Segundo esse executivo, as grandes casas - Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander - têm exposição bilionária por terem oferecido garantias para a concessão dos empréstimos-ponte do Bndes. Assim, se as empresas não conseguirem o crédito de longo prazo, essas garantias serão executadas, e bancos terão de absorver essas perdas.
Ciente desse risco de calote, o Banco Central já vem monitorando o mercado para garantir que as eventuais perdas sejam provisionadas. As provisões, porém, estão longe de cobrir totalmente as possíveis perdas. Questionado sobre a possibilidade de um impasse, o executivo de outro banco privado reconheceu que as instituições privadas poderiam, no limite, oferecer crédito privado de longo prazo.
O problema, comenta essa fonte, é de que isso não resolveria o problema, já que as condições seriam muito diferentes das prometidas pelo Bndes. "A um consórcio saudável seria possível oferecer crédito de 10 anos com juro atrelado ao Certificador de Depósito Interbancário (CDI). O problema é que essas concessões foram pensadas para ter crédito atrelado à Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) mais um pequeno spread", diz o executivo. O CDI acompanha a taxa Selic, que está em 14,25%. Já a TJLP está em 7,5%.
A mesma preocupação sobre o futuro das concessões é vista nas próprias concessionárias. "Sem resolver a terceira rodada de concessões, não tem as seguintes", afirmou o ex-ministro dos Transportes César Borges, atual presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias. Ele se refere às concessões rodoviárias do governo de Dilma Rousseff, conduzidas por ele próprio. "Não adianta fazer roadshow, porque vão perguntar por que não está dando certo e por que agora vai ser diferente."
Os ministros dos Transportes, Maurício Quintella, de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, e o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, foram a Londres, na semana passada, para apresentar as novas concessões a investidores do mercado financeiro e a operadores de infraestrutura. Eles farão o mesmo em Tóquio.
Mas nem todas as concessionárias estão com o empréstimo-ponte vencido. A BH-Airport, que administra Confins, por exemplo, ainda está recebendo parcelas do financiamento de
R$ 405 milhões autorizado em 2015. Nas rodovias, a concessionária MGO, que administra trecho da BR-050 entre Minas e Goiás, é uma exceção e conseguiu obter o financiamento de longo prazo do Bndes.
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