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- Publicada em 24 de Outubro de 2016 às 13:32

Escolas agora têm 'grife'

Nicho é voltado a clientes da classe A e tem foco no Ensino Fundamental

Nicho é voltado a clientes da classe A e tem foco no Ensino Fundamental


Freepik.com/Divulgação/JC
Após um recente boom no Ensino Superior, a educação básica privada - da creche ao vestibular - para a classe A se tornou o centro das atenções dos grandes grupos do setor no País. O filão, somado à demanda por novos modelos de ensino, bilíngues e que combinem alta qualidade acadêmica ao desenvolvimento do aluno de forma individualizada, está trazendo projetos em uma categoria superpremium ao mercado.
Após um recente boom no Ensino Superior, a educação básica privada - da creche ao vestibular - para a classe A se tornou o centro das atenções dos grandes grupos do setor no País. O filão, somado à demanda por novos modelos de ensino, bilíngues e que combinem alta qualidade acadêmica ao desenvolvimento do aluno de forma individualizada, está trazendo projetos em uma categoria superpremium ao mercado.
A Concept, lançada pelo Grupo SEB, que abre as primeiras unidades em Salvador (BA) e Ribeirão Preto (SP) em 2017, chegará ao Rio e a São Paulo em 2018, quando terá um centro de aprendizagem em Palo Alto, no Vale do Silício, nos EUA. No ano que vem, a Escola Eleva - projeto sob o guarda-chuva da Gera Venture Capital, fundo que tem Jorge Paulo Lemann como principal investidor - abre as portas no Rio de Janeiro.
"A expansão no ensino privado começou pelo mercado superior. Mesmo antes da revisão das regras do Fies, já se sabia que chegaria um momento de parada. A experiência em outros países mostra que a expansão calcada em crédito estudantil público não é sustentável. O mercado já apontava que a educação básica seria a bola da vez", avalia Paulo Presse, da Hoper Consultoria, especializada na área de educação.
Na educação básica, ao contrário do que ocorre no Ensino Superior, a maioria dos alunos (82%) está matriculada na rede pública. O total de matrículas, contudo, vem encolhendo. Em 2015, houve queda de 2% na comparação com o ano anterior. Sobre 2011, a retração foi de 1,1%. A exceção à curva está na educação infantil (para crianças de até 5 anos), que cresceu 5,2% em 2015 e 7,3% em cinco anos.
"Existe evasão escolar, mas a curva demográfica do Brasil já se traduz em um número menor de crianças e adolescentes em idade escolar. Na educação infantil, a expansão é puxada pela obrigatoriedade do ensino, que fez o governo criar unidades e vagas. Aconteceu o mesmo na rede privada, puxada pelo ganho de renda da população", conta Presse.
No todo, embora as matrículas tenham caído, a fatia das escolas privadas de educação básica cresceu de 16,3% para 16,6% no ano passado. "A educação básica é, sem dúvida, a próxima onda. Tem um ciclo quatro vezes mais longo que o dos cursos do Ensino Superior, com matrículas e mensalidades mais altas. É um negócio extremamente pulverizado e difícil de consolidar. A oferta tem mais a ver com perfil e proposta de valor do que preço", explica Thamila Zaer, diretora executiva do Grupo SEB, filha e possível sucessora de Chaim Zaher, à frente do grupo paulista e o maior acionista individual da carioca Estácio.
A especialista em educação Andrea Ramal explica que há demanda por um ensino mais dinâmico, de acordo com o mercado de trabalho globalizado e competitivo. O Enem, ao definir as provas com base em conjuntos de conteúdo, como Ciências da Natureza, em vez de Química, Física e Biologia, pontua ela, também colaborou para essa demanda, assim como para o investimento na melhora da qualidade de ensino e resultados das escolas em geral.
"As escolas estão demorando a mudar seus modelos de ensino, enquanto há demanda crescente por novas metodologias, tecnologia bem utilizada, esporte e arte dentro do espaço escolar, horário integral. Não faltam escolas. O que falta é diversificar a oferta. Temos boas escolas, mas que fazem mais do mesmo", afirma.
As escolas de grife, que chegam ao mercado ano que vem, têm mensalidades que são mais do que o dobro da média cobrada pelas de categoria premium no País, de R$ 1.305,00, segundo a Hoper. Saem a partir de R$ 3.500,00 na Concept e de R$ 3.900,00 na Eleva. O preço não está muito distante do cobrado por escolas classe A de Rio de Janeiro e São Paulo, mas ficam abaixo dos valores de escolas estrangeiras com filiais cariocas, como norte-americana ou britânica.
A educação básica oferece para as empresas oportunidades de ganhos em duas vias: valor da mensalidade ou Sistemas de Soluções Educacionais, as antigas apostilas de ensino, com a venda de metodologia e material didático a escolas públicas e privadas.
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