O cessar-fogo na Síria estava à beira de um colapso neste domingo, com os dois lados do conflito trocando acusações de violar o acordo. O quadro de tensões piorou após a coalizão liderada pelos Estados Unidos, que ataca o Estado Islâmico, disparar acidentalmente contra as forças do governo no sábado.
O Conselho de Segurança da Organização da ONU se reuniu ainda no domingo, após Moscou convocar um encontro de emergência para discutir o ataque de sábado contra militares sírios na província de Deir Ezzour, no Leste sírio. A coalizão liderada pelos EUA disse que uma aeronave sua atacou acidentalmente militares sírios. Damasco afirma que pelo menos 62 soldados morreram e mais de 100 se feriram.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, disse que o país está exigindo "explicações completas e detalhadas sobre se o ataque teria sido uma demonstração deliberada de apoio ao Estado Islâmico ou mais um erro". O governo sírio criticou os norte-americanos após o ataque. Segundo o regime de Bashar al-Assad, os Estados Unidos permitiram que o Estado Islâmico avançasse em Deir Ezzour, onde os dois lados mantêm duros confrontos há meses, enquanto o regime tenta retirar os extremistas de sua base na província.
Durante os cinco anos de guerra civil na Síria, não há indícios de que os Estados Unidos tenham atacado diretamente as forças de Assad, mas o ocorrido sábado deixou o governo indignado. A Síria fala em um "ataque grave e flagrante na Síria e seus militares" e diz que o ato foi "uma prova do apoio dos EUA ao Daesh e outros grupos terroristas". Daesh é o acrônimo árabe para o Estado Islâmico.