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Geral

- Publicada em 02 de Outubro de 2016 às 22:52

Mercado Público faz aniversário em meio a reforma arrastada

Bancas seguem apertadas no andar inferior do prédio

Bancas seguem apertadas no andar inferior do prédio


MARCO QUINTANA/JC
Igor Natusch
O Mercado Público de Porto Alegre já teve aniversários mais felizes. O espaço, que chega hoje aos 147 anos de existência, vive um clima de reforma sem fim desde que um incêndio causou danos no andar superior do prédio, há mais de três anos. Desde então, o acesso ao andar superior é restrito, e as bancas seguem espremidas no espaço do térreo. Como parte das comemorações pelo aniversário, a prefeitura de Porto Alegre vai servir hoje um bolo para clientes e visitantes, a partir das 10h, no cruzamento interno central do prédio.
O Mercado Público de Porto Alegre já teve aniversários mais felizes. O espaço, que chega hoje aos 147 anos de existência, vive um clima de reforma sem fim desde que um incêndio causou danos no andar superior do prédio, há mais de três anos. Desde então, o acesso ao andar superior é restrito, e as bancas seguem espremidas no espaço do térreo. Como parte das comemorações pelo aniversário, a prefeitura de Porto Alegre vai servir hoje um bolo para clientes e visitantes, a partir das 10h, no cruzamento interno central do prédio.
A Secretaria Municipal de Cultura alega que parte dos R$ 19,5 milhões necessários para finalizar a reforma ainda não foram liberados pelo PAC Cidades Históricas, do governo federal. Segundo a prefeitura, além de finalizar a cobertura, faltam intervenções que atendam o Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI) e melhoras na acessibilidade ao local.
Cumprida essa etapa, ainda faltará finalizar a rede elétrica, o que envolve instalar uma nova subestação, e reparar o sistema hidráulico, pluvial e de refrigeração. Isso sem contar gastos menores, como pintura externa e reparos nos ornamentos do prédio. Não há previsão para o encerramento das obras.
Trabalhando há 16 anos em uma das bancas que vendem ervas, verduras e temperos no Mercado, Tiago Fortes lamenta a queda no movimento depois do incêndio - em especial no sábado, dia que ele acredita ter hoje pouco mais da metade do rendimento de antes. "Muita gente vinha almoçar e já passava aqui, levava um chazinho, um tempero. A gente sentiu a queda na freguesia. Ainda mais agora, com a crise", diz Fortes.
A família do vendedor Rodrigo Pessi está há mais de 30 anos vivendo do Mercado, em uma banca de produtos agropecuários. Ele lembra que, nos dias posteriores ao incêndio, o povo "abraçou" o Mercado, mas que o tempo acabou diminuindo esse entusiasmo. "Aqui é a nossa segunda casa. Se o prédio não está 100%, ninguém consegue trabalhar bem", lamenta. Ele também descreve o local como um "termômetro" da cidade. "Aqui é um lugar onde passa rico e pobre, gente de todos os tipos e de todas as religiões. Se a gente vende bem aqui, é porque a cidade está bem. E eu diria que a cidade está meio febril", brinca.
Um dos mais tradicionais restaurantes de Porto Alegre, o Gambrinus também está sentindo o Mercado menos alegre ultimamente. "Com a crise econômica e a insegurança aqui no entorno, o pessoal muitas vezes deixa de visitar", diz João Alberto Cruz de Melo, que há 27 anos toca para a frente o negócio.
Apesar dos problemas, Melo descreve o Mercado Público como "um ambiente muito vivo", onde tanto comerciantes quanto clientes contribuem para a alma do local, e mantém um olhar otimista para o futuro. "É um ponto de encontro da cidade, emprega mais de 1.200 pessoas. Só que o governo precisa olhar para cá com mais carinho, investir mais para que o Mercado evolua. Isso seria bom para a cidade como um todo", afirma.
Um sentimento compartilhado também pelas pessoas que, comprando e circulando entre as bancas, emprestam cor e energia ao Mercado. A aposentada Aida Gobbi, que frequenta o local desde os anos 1980, diz que sente "muita tristeza" quando vê a atual situação do espaço. "A gente lembra de como era antes e vê que está largado, com obras sem fim. É muito abandono", descreve. Ainda assim, ela garante que não pretende deixar de frequentar o Mercado Público. "Continuo vindo do mesmo jeito, a gente não pode deixar de vir. Aqui tem tudo que a gente precisa. Inclusive o calor humano, que também é muito importante."
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