Publicada em 04 de Setembro de 2016 às 21:53

Entidades buscam maneiras de bancar a exposição de animais

Custo para transportar os animais das propriedades até o parque é alto

Custo para transportar os animais das propriedades até o parque é alto


CLAITON DORNELLES/JC
Patrícia Comunello, do Rio de Janeiro, especial para o JC
A edição de 2016 da Expointer não será marcada apenas pelo menor público visitante em cinco anos, fluxo afetado pela chuva. Os espaços vazios onde se costumava ver exemplares no pavilhão de grandes animais sinalizam a tendência de redução do plantel que é a atração na maior feira a céu aberto de genética animal na América Latina. O fator que foi consenso entre dirigentes é o custo elevado para transportar e manter as estrelas na Expointer. A crise ajudou a piorar a situação. Para a edição de 2017, entidades e comissão de feiras e eventos estudam mecanismos para amenizar esse efeito e evitar mais esvaziamento.
Segundo a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), o custo por animal de propriedades situadas no Rio Grande do Sul é, em média, de R$ 5 mil, que inclui do frete à alimentação e pessoal para cuidar do animal por 20 dias - período entre a saída da fazenda, a permanência na feira e o retorno para casa. Os dados da administração da feira mostram que, em 2016, já havia ocorrido queda de quase 10% nas inscrições. Foram 4.285 animais, frente a 4.758 em 2015. Se confrontado com 2012, as inscrições caem 31,4%. Há cinco anos foram 6.251 inscritos.
Mais que olhar a intenção de expor, já que o produtor pode superdimensionar o plano, é verificar o que realmente ingressou. Este ano foram 3.192 exemplares, 25,5% menos que do que foi inscrito. A quebra não foi muito diferente em 2015. "Já vimos uma redução em 2015. O que nos preocupa mais é o nível de queda do comparecimento", alerta Eduardo Finco, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac). Além de menos animais, o setor amargou queda de 24,5% nas receitas com os negócios envolvendo animais, entre rústicos e de argola (pavilhões).
"O fator econômico pesou, pode voltar a ter incremento em 2017, pois quem não expôs pode ter vindo visitar e decidir por voltar", avalia Finco. O consenso é que não houve perda de qualidade, todas as raças tiveram representantes, e os produtores trouxeram o que têm de melhor", diz o presidente da Febrac, que anunciou um movimento com empresários e entidades do setor para garantir um subsídio aos criadores que expõem animais. "A ideia é viabilizar uma ajuda financeira para facilitar a adesão à exposição em 2017." Este ano teve entidade de criadores que isentou o valor da inscrição. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, sugeriu a busca de parcerias com fabricantes de equipamentos ou outros itens para compor a ação no pavilhão, que já teria exemplo na feira.
Até a redução de dias da feira, hoje de nove, ressurgiu timidamente. Finco diz que o tema não foi oficializado na administração da feira ou para a Secretaria da Agricultura. O titular da pasta, Ernani Polo, disse ter ouvido a conversa, associada ao custo. Também poderia pesar em favor de encurtar o período o grau de estresse gerado aos animais. "Poderia tirar um fim de semana", diz Finco.
Mas Polo e até os dirigentes admitem que, sem animais, a atratividade não é a mesma e pode prejudicar patrocínios e campanhas de marketing ativadas por apoiadores e expositores de máquinas e outros segmentos. "Vamos mexer em um formato histórico", observa Finco.
A inversão da abertura, puxada para o primeiro dia, que favoreceu o desfile dos campeões no fim da feira, ajudou a amenizar o fator estresse, mas o público foi menor que em outros anos com discursos de autoridades eram juntos. O presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber, disse que a redução de animais não é de agora e preocupa há mais tempo. "Isso está ocorrendo em todas as exposições do Brasil e em todas as raças", destacou Weber.
A entidade convocou um "gabinete de crise" em maio passado para ouvir criadores do Estado, Santa Catarina, Paraná e São Paulo sobre as razões e as medidas a adotar. Altos custos para manter os animais, escassez de mão de obra especializada para dar os cuidados na estadia e custo da exposição lideraram os motivos. Weber comenta que a redução do número de dias é cogitada, mas não uma posição oficial da associação.
A edição de 2016 da Expointer não será marcada apenas pelo menor público visitante em cinco anos, fluxo afetado pela chuva. Os espaços vazios onde se costumava ver exemplares no pavilhão de grandes animais sinalizam a tendência de redução do plantel que é a atração na maior feira a céu aberto de genética animal na América Latina. O fator que foi consenso entre dirigentes é o custo elevado para transportar e manter as estrelas na Expointer. A crise ajudou a piorar a situação. Para a edição de 2017, entidades e comissão de feiras e eventos estudam mecanismos para amenizar esse efeito e evitar mais esvaziamento.
Segundo a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), o custo por animal de propriedades situadas no Rio Grande do Sul é, em média, de R$ 5 mil, que inclui do frete à alimentação e pessoal para cuidar do animal por 20 dias - período entre a saída da fazenda, a permanência na feira e o retorno para casa. Os dados da administração da feira mostram que, em 2016, já havia ocorrido queda de quase 10% nas inscrições. Foram 4.285 animais, frente a 4.758 em 2015. Se confrontado com 2012, as inscrições caem 31,4%. Há cinco anos foram 6.251 inscritos.
Mais que olhar a intenção de expor, já que o produtor pode superdimensionar o plano, é verificar o que realmente ingressou. Este ano foram 3.192 exemplares, 25,5% menos que do que foi inscrito. A quebra não foi muito diferente em 2015. "Já vimos uma redução em 2015. O que nos preocupa mais é o nível de queda do comparecimento", alerta Eduardo Finco, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac). Além de menos animais, o setor amargou queda de 24,5% nas receitas com os negócios envolvendo animais, entre rústicos e de argola (pavilhões).
"O fator econômico pesou, pode voltar a ter incremento em 2017, pois quem não expôs pode ter vindo visitar e decidir por voltar", avalia Finco. O consenso é que não houve perda de qualidade, todas as raças tiveram representantes, e os produtores trouxeram o que têm de melhor", diz o presidente da Febrac, que anunciou um movimento com empresários e entidades do setor para garantir um subsídio aos criadores que expõem animais. "A ideia é viabilizar uma ajuda financeira para facilitar a adesão à exposição em 2017." Este ano teve entidade de criadores que isentou o valor da inscrição. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, sugeriu a busca de parcerias com fabricantes de equipamentos ou outros itens para compor a ação no pavilhão, que já teria exemplo na feira.
Até a redução de dias da feira, hoje de nove, ressurgiu timidamente. Finco diz que o tema não foi oficializado na administração da feira ou para a Secretaria da Agricultura. O titular da pasta, Ernani Polo, disse ter ouvido a conversa, associada ao custo. Também poderia pesar em favor de encurtar o período o grau de estresse gerado aos animais. "Poderia tirar um fim de semana", diz Finco.
Mas Polo e até os dirigentes admitem que, sem animais, a atratividade não é a mesma e pode prejudicar patrocínios e campanhas de marketing ativadas por apoiadores e expositores de máquinas e outros segmentos. "Vamos mexer em um formato histórico", observa Finco.
A inversão da abertura, puxada para o primeiro dia, que favoreceu o desfile dos campeões no fim da feira, ajudou a amenizar o fator estresse, mas o público foi menor que em outros anos com discursos de autoridades eram juntos. O presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber, disse que a redução de animais não é de agora e preocupa há mais tempo. "Isso está ocorrendo em todas as exposições do Brasil e em todas as raças", destacou Weber.
A entidade convocou um "gabinete de crise" em maio passado para ouvir criadores do Estado, Santa Catarina, Paraná e São Paulo sobre as razões e as medidas a adotar. Altos custos para manter os animais, escassez de mão de obra especializada para dar os cuidados na estadia e custo da exposição lideraram os motivos. Weber comenta que a redução do número de dias é cogitada, mas não uma posição oficial da associação.
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