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Economia

- Publicada em 25 de Setembro de 2016 às 19:43

Brasil só é mais aberto que Nigéria e Sudão

Isolamento comercial do País dificulta o crescimento da economia

Isolamento comercial do País dificulta o crescimento da economia


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Pelo menos na área comercial, a globalização ainda não chegou ao Brasil. Em meio aos esforços do governo Michel Temer para abertura de mercados aos produtos nacionais, em especial os agrícolas, os rankings mostram que o País continua entre as economias mais fechadas do mundo. Na pesquisa mais recente do Banco Mundial, com 188 nações, o País só é mais aberto ao comércio que Nigéria e Sudão.
Pelo menos na área comercial, a globalização ainda não chegou ao Brasil. Em meio aos esforços do governo Michel Temer para abertura de mercados aos produtos nacionais, em especial os agrícolas, os rankings mostram que o País continua entre as economias mais fechadas do mundo. Na pesquisa mais recente do Banco Mundial, com 188 nações, o País só é mais aberto ao comércio que Nigéria e Sudão.
Economistas dizem que os dados são claros em demonstrar que o Brasil é um dos mais fechados do mundo. Simão Davi Silber, professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em economia internacional, é taxativo: "Quem tem alguma familiaridade com as estatísticas sabe que, na parte comercial, estamos fora do mundo".
Pelos dados do Banco Mundial, relativos a 2015, o Brasil possui índice de 20,84% de abertura comercial (soma de exportações e importações em relação ao PIB). A média mundial é de 45,19%.
O que aparentemente é positivo para a economia nacional - já que em tese favorece a produção da indústria local - torna-se um empecilho ao crescimento. Ao dificultar a importação de máquinas e equipamentos, o País pune empresas que querem se modernizar, diz Silber.
O isolamento comercial do Brasil é histórico. Em 1960, o Brasil possuía um índice de abertura da economia (exportações e importações em relação ao PIB) de 18%. Passados 55 anos, em 2015, esse índice estava em 20,85%. No mundo, o indicador saltou de 17,51% para 45,19% no período.
Na segunda metade dos anos 1980, no governo de José Sarney, com a economia em crise e o protecionismo a vários setores da indústria nacional, o grau de abertura do País ao exterior foi diminuindo, até o ponto de atingir o mínimo histórico de 9,05% em 1991, já sob o governo de Fernando Collor de Mello. Nos dois anos seguintes, com a abertura do País à produção externa em diferentes setores, houve alguma melhora. O período de maior ganho ocorreu entre 1996 e 2004, quando o índice de abertura saltou de 13% para 24,37%.
Na média, o Brasil não aparece bem. A tarifa média de importação do País é de 12,7%, conforme dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) de 2014. É a sétima mais elevada entre 62 países.
No caso de barreiras não tarifárias, o Brasil é um dos mais protecionistas. Conforme a Organização Mundial do Comércio, em 2016, o País contabiliza 194 barreiras como essas, em um total de 340 entre os países da América do Sul, Central e Caribe.
 
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