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Economia

- Publicada em 25 de Setembro de 2016 às 17:12

Superar a inflação com aplicação em renda fixa custa caro, aponta estudo

Superar a inflação, o objetivo principal de investidores, pode ser mais difícil que retirar o dinheiro da poupança e colocar em alguma outra aplicação de renda fixa. A remuneração dos mais conhecidos produtos (CDB, LCA e LCI) está encolhendo e deixa o poupador mais exposto aos riscos da alta de preços do que ele imagina.
Superar a inflação, o objetivo principal de investidores, pode ser mais difícil que retirar o dinheiro da poupança e colocar em alguma outra aplicação de renda fixa. A remuneração dos mais conhecidos produtos (CDB, LCA e LCI) está encolhendo e deixa o poupador mais exposto aos riscos da alta de preços do que ele imagina.
É o que mostra o estudo feito por José Roniel Oliveira Santos, especialista em engenharia financeira pela FIA, e orientado pelo professor e coordenador de cursos da FIA Marcos Piellusch. A pesquisa compara a taxa de juros desses investimentos com a inflação de 1995 a 2015 e indica qual o rendimento deveria ser contratado para garantir ganho real com 95% de certeza.
Por essa conta, os investimentos contratados hoje precisariam oferecer remuneração de 99% do CDI (a taxa de juros cobrada entre os bancos, hoje em 14,13% ao ano) em LCA e LCI, isentos de Imposto de Renda (IR). Nos CDBs, de 117% a 128%, devido à cobrança de IR. "A remuneração oferecida hoje não seria suficiente para dar toda essa segurança que o investidor acredita ter", afirma Piellusch.
A redução na oferta de crédito diminuiu também a remuneração oferecida pelos bancos nos investimentos. Isso ocorre porque as instituições não precisam captar dinheiro se não planejam emprestá-lo. A taxa cai, e o valor de aplicação exigido pelos bancos sobe. Quem planeja colocar o dinheiro em uma LCI nos grandes bancos precisa desembolsar, geralmente, R$ 30 mil e não vai encontrar o produto no internet banking: precisará pedir ao gerente da conta. Já as LCAs estão restritas a clientes do segmento private (altíssima renda).
Nas corretoras, é possível encontrar títulos de bancos médios com remunerações mais atrativas. Existem exceções, mas a maior oferta de investimentos é para quem tem R$ 30 mil e não precisará do dinheiro até o vencimento.
Piellusch explica que a confiança de que o investimento terá ganho real depende da confiança do poupador na política monetária: a principal função do Banco Central é manter a inflação controlada por meio da taxa básica de juros da economia. Acreditar que a remuneração do investimento será maior que a inflação nada mais é que esperar que a autoridade monetária será ágil em subir juros ao menor sinal de aumento de preços. "Em geral, o CDI, em um ano fechado, ganha da inflação", diz Michael Viriato, professor do Insper. No entanto, ele reforça que o investidor sempre correrá o risco de ver a inflação subir sem que os juros acompanhem.
Na prática, o melhor instrumento para proteger o dinheiro da inflação é atrelar a remuneração ao índice de preços da economia (o IPCA). O investidor contrata a variação da inflação e mais um ganho real prefixado. Esse tipo de investimento, no entanto, sofre a chamada marcação a mercado. Se o poupador precisar retirar o dinheiro antes do vencimento, poderá perder parte do valor se a taxa de juros cair. Se ficar até o vencimento, o ganho é o contratado.
 
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