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Economia

- Publicada em 25 de Setembro de 2016 às 17:09

Dólar está mais barato do que o esperado

Cenário externo favorável e reformas fiscais afetam cotação da divisa

Cenário externo favorável e reformas fiscais afetam cotação da divisa


MARK WILSON/AFP/JC
O dólar no Brasil está mais barato do que espelha o atual nível de risco do País. Atualmente cotada a R$ 3,24 (no mercado à vista), a moeda norte-americana estaria entre R$ 0,20 e R$ 0,40 mais cara não fosse a expectativa otimista de investidores com o Brasil e com os países emergentes, dizem analistas.
O dólar no Brasil está mais barato do que espelha o atual nível de risco do País. Atualmente cotada a R$ 3,24 (no mercado à vista), a moeda norte-americana estaria entre R$ 0,20 e R$ 0,40 mais cara não fosse a expectativa otimista de investidores com o Brasil e com os países emergentes, dizem analistas.
No dia 21, o Fed (banco central dos EUA) indicou que vai levar mais tempo para elevar a taxa de juros dos títulos americanos. Se ocorrer, o aumento virá em dezembro, preveem agora analistas. Novas duas altas ficariam para 2017. O ritmo é considerado mais lento e favorável ao Brasil, que ganha tempo para entregar as reformas fiscais prometidas pelo governo de Michel Temer enquanto convive com um dólar mais baixo.
Marco Maciel, economista-chefe da Bloomberg Intelligence para a América Latina, afirma que o dólar no Brasil está artificialmente na casa dos R$ 3,20. Com as contas do governo no presente ruins - a dívida bruta está em 69,5% e crescendo -, a cotação deveria estar em R$ 3,40.
Ele fez a estimativa comparando o risco do Brasil com o da Turquia. Em ambos os casos, o risco-país (medido pelo CDS, uma espécie de seguro contra calote) recuou. Mas, no Brasil, a queda se intensificou com a redução mais acentuada do dólar. Neste ano, até a sexta-feira, dia 23, a moeda brasileira se valorizou 22% em relação ao dólar. Já a lira turca perdeu 1% ante a divisa norte-americana. "Houve uma redução do risco político no Brasil, mesmo que ainda não tenha avançado nenhuma reforma fiscal. Até dezembro, pelo menos, dura esse 'frisson', quando todo mundo acha que vai aprovar o teto (de gasto do governo). Se não votarem, o risco-país pode subir de novo", diz Maciel.
O diretor de pesquisas econômicas do Bradesco, Octavio de Barros, prevê um dólar ao redor de R$ 3,20 ao fim deste ano. "Mas, se tudo acontecer como espera o mercado e as reformas (fiscais) avançarem, é mais para R$ 3,00 do que para R$ 3,50", diz. "O câmbio tem viés de baixa."
A projeção se baseia na reversão, ocorrida em maio, nos preços dos produtos comercializados pelo Brasil com o exterior, os termos de troca. Entre abril e maio, segundo o departamento econômico do banco, os termos de troca subiram 10%, interrompendo uma tendência de queda iniciada em 2011.
O resultado se deve a melhores preços de exportação, o que tende a elevar o fluxo de dólares para o país e contribui para a queda da cotação da moeda. Mesmo que esse aumento se modere, como prevê o banco, os preços deverão estacionar em um patamar mais elevado do que o do início do ano.
Para André Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual, é mais o cenário externo do que o doméstico que dá as cartas no preço do dólar hoje. Sem o clima benigno no exterior, com Fed mais devagar do que se esperava, o dólar chegaria a R$ 3,60, mesmo com as reformas. "Se não fosse o exterior, o dólar estaria em um patamar mais alto, mais valorizado, acima de R$ 3,30", afirma Mauricio Nakahodo, do Mitsubishi UFJ Financial Group.
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