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Economia

- Publicada em 24 de Setembro de 2016 às 13:18

Embaixadora do Brasil em Gana critica Serra e atuação brasileira na África

Estadão Conteúdo
A embaixadora do Brasil em Gana, Irene Vida Gala, afirmou neste sábado (24) que o Brasil ainda tem "imagens antigas sobre" a África e fez uma série de críticas sobre a atuação comercial brasleira naquele continente, com a redução das exportações e investimentos em um cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) local.
A embaixadora do Brasil em Gana, Irene Vida Gala, afirmou neste sábado (24) que o Brasil ainda tem "imagens antigas sobre" a África e fez uma série de críticas sobre a atuação comercial brasleira naquele continente, com a redução das exportações e investimentos em um cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) local.
"Há uma imensa movimentação de capitais e interesses na África, e o Brasil está na contramão da história", disse Irene no 5º Fórum Nacional de Agronegócios do Lide, em Campinas (SP). "Estou convencida que uma eventual intervenção do Brasil na África seria feita com pouquíssimos recursos nacionais, pois lá existem recursos internacionais e a atuação do País só diminui."
A embaixadora alfinetou ainda o ministro das Relações Exteriores, José Serra, por ter pensado, segundo ela, em fechar representações diplomáticas na África logo após assumir o cargo. "Nosso chanceler (José Serra), assim que assumiu, pensou em fechar embaixadas na África, mas felizmente voltou atrás", afirmou Irene.
A embaixadora citou dois exemplos de Gana para ilustrar o desinteresse do País no continente africano. O primeiro foi o fechamento, há um ano e meio, da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) inaugurada em 2003 em Acra, capital de Gana. Outro exemplo foi a abertura da linha de crédito de US$ 99 milhões pelo governo brasileiro para a exportação de equipamentos agrícolas e dos quais US$ 33 milhões foram utilizados para financiar uma operação naquele país.
"Os equipamento estão lá, mas não existiu financiamento para extensão rural e treinamento, e esse maquinário corre o risco de não ser bem utilizado. O produtor brasileiro, quando fez seu lobby para a venda, deveria ter previsto e agora corre o risco de perder mercado porque coreanos e turcos certamente vão oferecer um pacote integrado de máquinas", lamentou a embaixadora.
Irene citou ainda que enquanto as exportações brasileiras do agronegócio para a África caíram cerca de 50% entre 2013 e 2015, as importações do continente crescem e o cenário é de aumento de investimentos locais para ampliar a produção local. "A África está querendo comprar menos e produzir mais. Os europeus, por exemplo, criam oportunidades para seus produtores irem para a África", disse.
Ainda segundo a embaixadora, apesar das oportunidades, o continente africano ainda enfrenta oi. desafios e entraves como questões fundiárias, especulação na compra de terras com a alta de preços, carência de infraestrutura e baixa tecnologia.
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