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Infraestrutura

- Publicada em 22 de Setembro de 2016 às 22:09

Grupo CEEE melhora indicadores econômicos

Pinheiro Machado espera Ebitda positivo em geração e transmissão

Pinheiro Machado espera Ebitda positivo em geração e transmissão


FREDY VIEIRA/JC
O Grupo CEEE está avançando em dois objetivos estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): evoluir na qualidade do serviço prestado quanto à distribuição de energia e deixar a estatal mais saudável financeiramente. Essas condições são fundamentais para garantir a manutenção da concessão e uma melhor remuneração tarifária.
O Grupo CEEE está avançando em dois objetivos estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): evoluir na qualidade do serviço prestado quanto à distribuição de energia e deixar a estatal mais saudável financeiramente. Essas condições são fundamentais para garantir a manutenção da concessão e uma melhor remuneração tarifária.
A estruturação do Grupo CEEE é dividida em duas empresas, a Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) e a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D). Essa última é a que enfrenta as maiores dificuldades. Em um ranking de qualidade realizado pela Aneel, de 37 grandes distribuidoras no País, em janeiro do ano passado, a CEEE-D ocupava a 34ª colocação. Porém, houve progressos, já que em fevereiro de 2016 a estatal subiu para a 27ª posição. O presidente do Grupo CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, espera que até 2019, ou antes disso ainda, a CEEE-D consiga ficar dentro dos limites dos indicadores de qualidade.
O índice teto de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) para a companhia, em 2015, era de 12,47 horas/ano e a CEEE-D alcançou 17,09 horas/ano e a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), cujo o máximo deveria ser de 11,03 o número de vezes de interrupções, foi apurado em 11,7. O especialista em regulação da Superintendência de Gestão Tarifária da Aneel Daniel Cardoso Danna lembra que o histórico da distribuidora registra a extrapolação dos limites desses índices. "No entanto, a gente observa que a companhia realizou investimentos e esses indicadores têm caído e esperamos que, no futuro, os números sejam iguais ou menores do que os parâmetros regulatórios", aponta.
Danna participou nessa quinta-feira de audiência no auditório da Famurs, em Porto Alegre, para tratar da proposta da quarta revisão tarifária periódica da CEEE-D. Inicialmente, a Aneel sugeriu diminuições médias nas contas de luz da concessionária de 13,65% para os clientes residenciais (baixa tensão) e de 9,26% para os industriais (alta tensão). A alteração nas tarifas, quando os percentuais definitivos forem determinados, acontecerá em 22 de novembro.
Mesmo na iminência da redução de suas tarifas, a CEEE-D comemora a melhora na questão financeira. O Ebitda da CEEE-D, em 2015, foi negativo em R$ 424,2 milhões e a CEEE-GT teve um revés de R$ 500 mil. Já o Ebitda da CEEE-D, em junho de 2016, foi positivo em R$ 30 mil (contra R$ 61 mil negativos no mesmo período do ano passado) e o da CEEE-GT foi de R$ 931 mil (em junho de 2015 foi de menos R$ 33 mil). Pinheiro Machado, que está há um ano e oito meses no comando do Grupo CEEE, diz que a perspectiva é de fechar 2016 com um Ebitda positivo para a área de geração e transmissão e reduzir o prejuízo do segmento de distribuição, apesar da tendência de ainda ser um resultado negativo.
Entre as estratégias para promover a saúde financeira do grupo, está a alienação de participações em algumas sociedades de propósitos específicos (SPEs). Uma consultoria foi contratada para estimar o valor envolvido, indicar quais os empreendimentos que podem ser submetidos ao processo e definir qual será a maneira mais adequada de conduzir a iniciativa. Esse trabalho será concluído até o final do ano. Entre as sociedades em que o Grupo CEEE atua, estão um projeto de parque eólico em Rio Grande, complexos de transmissão de energia e hidrelétricas etc. A estatal investiu R$ 892,7 milhões nas áreas de distribuição, geração e transmissão e nas participações nas SPEs, de 2015 até o momento.
 

Presidente da estatal não descarta novas demissões

No primeiro semestre deste ano, o Grupo CEEE desligou 197 funcionários, com o objetivo de reduzir R$ 54 milhões anuais da folha de pagamento. O presidente da empresa, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, adianta que em 2016 não haverá mais demissões, no entanto o dirigente admite que, mais adiante, essa medida poderá ser tomada novamente, já que o gasto com pessoal ainda está mais elevado do que o desejado.
Atualmente, o Grupo CEEE emprega cerca de 3,8 mil colaboradores. O foco do executivo é o corte de custos e a melhoria da gestão da companhia. Nesse sentido, a estatal também tem a intenção de vender alguns de seus imóveis e a avaliação desses bens deverá ser encerrada até dezembro por uma consultoria. No caso da sede do Grupo CEEE, localizada na capital gaúcha, o imóvel será repassado da CEEE-D para a CEEE-GT como uma forma de quitar uma dívida entre as duas companhias (que é da ordem de R$ 300 milhões). Essa ação permitirá que a CEEE-D insira na tarifa de energia um custo de aluguel, pois a empresa locará o imóvel da CEEE-GT. Além de edifícios, a sede abrange uma área de 30 hectares e está sendo analisada a possibilidade do grupo se desfazer de parte do terreno, inicialmente, e, posteriormente, poderá ser vendido todo o espaço.
Outra questão avaliada pelo Grupo CEEE é sobre o parque eólico Povo Novo, no município de Rio Grande. A empresa está tentando captar recursos para acelerar as obras da estrutura. A conclusão do parque estava prevista para outubro deste ano, contudo foi postergada para abril de 2017. Mesmo assim, Pinheiro Machado admite que não será possível cumprir esse cronograma também e essa situação será discutida com a Aneel para tentar evitar qualquer eventual penalidade. O grupo já investiu mais de R$ 100 milhões no projeto (que deve absorver aproximadamente um total de
R$ 300 milhões), tendo 37% das obras físicas feitas. O complexo terá uma capacidade instalada de 52,5 MW (1,5% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). A companhia esperava obter recursos do Bndes ou do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para desenvolver o empreendimento, porém a expectativa acabou não se confirmando.
Sobre privatização, o presidente do Grupo CEEE enfatiza que esse assunto não está na pauta do governo gaúcho e sim recuperar a estatal e deixá-la eficiente. Outro obstáculo para vender a estatal seria a necessidade do acionista controlador (Executivo) assumir as dívidas da companhia, que seriam na ordem de R$ 2,4 bilhões. Se somar a esse número as pendências com ex-autárquicos (antigos servidores aposentados vinculados à empresa), passíveis judiciais, entre outros, o montante passa de
R$ 4 bilhões.