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Indústria

- Publicada em 22 de Setembro de 2016 às 17:54

Produção industrial para de cair após 21 meses

A produção da indústria brasileira parou de cair pela primeira vez após 21 meses de queda e registrou, em agosto, um índice de 50,8 pontos. Contribuiu para o resultado a melhora do desempenho das grandes empresas, que registraram 54,4 pontos. No caso das pequenas, o indicador acusou 46 pontos, enquanto, nas médias, ficou em 48,5 pontos. A notícia ruim é que há, ainda, uma expectativa de redução do número de empregos.
A produção da indústria brasileira parou de cair pela primeira vez após 21 meses de queda e registrou, em agosto, um índice de 50,8 pontos. Contribuiu para o resultado a melhora do desempenho das grandes empresas, que registraram 54,4 pontos. No caso das pequenas, o indicador acusou 46 pontos, enquanto, nas médias, ficou em 48,5 pontos. A notícia ruim é que há, ainda, uma expectativa de redução do número de empregos.
Os dados constam da Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala de zero a 100 pontos, valores acima de 50 pontos são considerados positivos.
As perspectivas de emprego para os próximos seis meses apresentaram, no entanto, índices abaixo de 50 pontos, mantendo as expectativas de mais demissões. De acordo com a CNI, o índice de expectativa de número de empregados registrou 47,9 pontos em setembro.
O uso da capacidade instalada também continua baixo, segundo a CNI, em 66% - mesmo índice registrado em agosto de 2015. De acordo com a entidade, apesar de estar baixo, este índice carrega uma boa notícia: embora a ociosidade continue alta, é a primeira vez, desde abril de 2014, que este indicador não cai, na comparação anual. Se o recorte considerar apenas as grandes indústrias, o uso da capacidade instalada ficou em 71% em agosto. Por meio de nota, o economista da CNI, Marcelo Azevedo, informou que o resultado se deve, em parte, ao fato de muitas empresas de grande porte serem exportadoras, portanto, não dependendo apenas da demanda interna.
Azevedo cita também, como relevante, o fato de as encomendas de fim de ano serem iniciadas em agosto. "Como os estoques estão ajustados, qualquer aumento na demanda, mesmo pequeno, exige um incremento na produção", disse.
De acordo com a sondagem feita pela CNI, há uma perspectiva maior de que os empresários ampliem seus investimentos. O levantamento registrou um aumento de 1,4 ponto deste índice em setembro na comparação com agosto, registrando 43,4 pontos. Há cinco meses, este índice vem mostrando uma tendência de crescimento, apesar de estar 4,4 pontos abaixo da média histórica, que é de 47,8 pontos.

Setor precisa voltar a ser prioridade no País, diz Usiminas

Atuação chinesa causa distorções no mercado mundial de aço

Atuação chinesa causa distorções no mercado mundial de aço


MARCOS NAGELSTEIN/arquivo/JC
A indústria brasileira precisa voltar a ser prioridade no Brasil, e é necessário que seja lançado um plano de desenvolvimento industrial, defendeu, nesta quinta-feira, o presidente da Usiminas, Sergio Leite, em apresentação no Construmetal. "A economia precisa de uma indústria forte, ela precisa voltar a ser prioridade, para atender ao mercado interno e internacional", destacou.
Leite frisou que o setor siderúrgico no Brasil segue em um momento delicado, com o consumo aparente de aços planos caindo 30% em três anos, disse. "O consumo de aço neste ano deve ficar em 9 milhões de toneladas, e isso significa que uma única empresa teria capacidade para atender a demanda, mas temos no mercado cinco players", destacou.
O executivo admitiu que há, neste momento, uma melhora nas expectativas, sendo que, no final do segundo trimestre, o setor começou a registrar um "fim da piora". "Há uma tendência de estabilidade e pequenos sinais de crescimento. A perspectiva é de o consumo de aço no segundo semestre ser um pouco melhor do que no primeiro", disse.
No entanto, para que a demanda interna por aço volte a crescer, de fato, a primeira alavanca seria a realização de investimentos de infraestrutura. Segundo Leite, Copa do Mundo e Olimpíadas, cujas últimas edições ocorreram no Brasil, tiveram efeito praticamente zero para as vendas da Usiminas. "Teve estrutura metálica importada", afirmou.
A Usiminas já começou a observar no segundo semestre alguma melhora de demanda em relação ao primeiro semestre do ano, mas esse movimento não está concentrado em nenhum setor em específico. O executivo lembra que a importação de aço já está baixa desde o início do ano, mas que a atual taxa de câmbio já começa a preocupar. "Para o setor de aço, a taxa ideal é de R$ 4, então preocupa", afirmou.
Neste momento, o executivo afirmou que a Usiminas negocia o ajuste dos preços do aço com a indústria automobilística, setor que possui contratos anuais. "São negociações normalmente longas, levam de dois a quatro meses", disse, afirmando estar otimista com o sucesso dessas negociações. Sobre a possibilidade de um quarto ajuste de preços neste ano, Leite não a descartou, mas disse que esse movimento depende de alta dos preços no mercado externo e ainda de uma taxa de câmbio que abra espaço para o movimento.