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Economia

- Publicada em 06 de Setembro de 2016 às 11:16

Taurus vendeu armas a traficante internacional

Comercialização proibida pela ONU e EUA teria sido de US$ 2 milhões

Comercialização proibida pela ONU e EUA teria sido de US$ 2 milhões


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
O site de notícias Reuters divulgou, nesta segunda-feira, a informação de que a empresa brasileira Forjas Taurus, maior fabricante de armas da América Latina, vendeu armamento a um conhecido traficante do Iêmen, que enviou as armas ao seu país em guerra civil, um ato que viola sanções internacionais. A empresa divulgou fato relevante nesta terça-feira.
O site de notícias Reuters divulgou, nesta segunda-feira, a informação de que a empresa brasileira Forjas Taurus, maior fabricante de armas da América Latina, vendeu armamento a um conhecido traficante do Iêmen, que enviou as armas ao seu país em guerra civil, um ato que viola sanções internacionais. A empresa divulgou fato relevante nesta terça-feira.
Segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal do Rio Grande do Sul, as vendas ocorreram apesar de a empresa saber das restrições de negócios com o iemenita Fares Mohammed Mana'a, listado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos maiores traficantes internacionais de armas.
A ação penal, aberta pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul, afirma que os ex-executivos da empresa Eduardo Pezzuol (gerente de exportação) e Leonardo Sperry (supervisor de exportação) fecharam em 2013 a venda de US$ 2 milhões em armas para Mana'a. Em 2015, negociavam uma segunda entrega, desta vez de 11 mil pistolas e revólveres, quando foram surpreendidos por uma investigação da Polícia Federal.
"Se a autoridade policial não tivesse surpreendido a parceria comercial entre a Taurus e o traficante, novas encomendas certamente seriam feitas", diz o texto da denúncia feita pelo MPF. A denúncia cita tabelas encontradas em computadores da Taurus que mostram pagamentos periódicos de Mana'a à empresa desde 2013.
Na lista de países sob embargo da ONU desde 2014 e também do governo dos EUA, o Iêmen vem sendo, desde o início do ano passado, castigado por uma guerra civil brutal, que já matou milhares de militares e civis, com os rebeldes houthis apoiados pelo Irã desafiando o governo aliado da Arábia Saudita.
Devido ao embargo, o Iêmen não pode receber armas de nenhum porte. O conflito deixou, nos últimos 18 meses, ao menos 10 mil mortos, segundo a ONU.
O caso pode prejudicar a Taurus, que é importante fornecedora de armas para as polícias e as Forças Armadas do Brasil, além de ser uma das cinco maiores fabricantes de pistolas e revólveres para o mercado dos EUA, onde vende três quartos de sua produção.
A empresa em si, até agora, não foi denunciada. O MPF concentra o processo nos dois ex-executivos da empresa que comandaram as negociações. A denúncia, no entanto, deixa claro que os procuradores veem responsabilidade direta da Taurus, que teria usado Mana'a e suas empresas como um distribuidor no Oriente Médio e na África, para outros países além do Iêmen, incluindo Sudão, Sudão do Sul e Etiópia.
O advogado dos acusados, Alexandre Wunderlich, afirmou que a denúncia do MPF "não revela a verdade dos fatos" e que "todos os atos que são objeto do processo foram praticados no âmbito exclusivo da empresa e amparados na legalidade". A Taurus confirmou a ação penal contra os ex-funcionários por suposta venda irregular de armas para o Djibuti, em 2013, cujo destino final seria o Iêmen.
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