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Conjuntura

- Publicada em 04 de Setembro de 2016 às 20:26

Desafio fiscal é o mais urgente, afirma Temer

Michel Temer discursou na abertura da cúpula do G-20, na China

Michel Temer discursou na abertura da cúpula do G-20, na China


BETO BARATA/PR/JC
Em seu primeiro compromisso internacional como presidente, Michel Temer usou o discurso de abertura da reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo (G-20), na China, para afirmar que as reservas internacionais e o regime de câmbio flutuante dão ao Brasil espaço para enfrentar eventual redução da liquidez global. Temer voltou a repetir o discurso de que, para o País, "o desafio econômico mais urgente é de ordem fiscal". "Nosso objetivo primordial é promover um ajuste estrutural dos gastos públicos em um horizonte de 20 anos", disse, ao citar a proposta de emenda constitucional que cria teto para o crescimento das despesas do governo.
Em seu primeiro compromisso internacional como presidente, Michel Temer usou o discurso de abertura da reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo (G-20), na China, para afirmar que as reservas internacionais e o regime de câmbio flutuante dão ao Brasil espaço para enfrentar eventual redução da liquidez global. Temer voltou a repetir o discurso de que, para o País, "o desafio econômico mais urgente é de ordem fiscal". "Nosso objetivo primordial é promover um ajuste estrutural dos gastos públicos em um horizonte de 20 anos", disse, ao citar a proposta de emenda constitucional que cria teto para o crescimento das despesas do governo.
Para Temer, o Banco Central tem agido de forma "decisiva" para levar a inflação de volta à meta e cita que o preço das commodities, a política monetária "de alguns países desenvolvidos" e a volatilidade do mercado são elementos que têm "merecido especial atenção" do governo brasileiro.
Aos demais países do G-20, Temer afirmou, no discurso de abertura do encontro, que o Brasil tem ferramentas para enfrentar eventual mudança na liquidez global. "As reservas internacionais do Brasil permanecem elevadas, em patamar próximo de US$ 372 bilhões. Isso, conjuntamente com um sistema de câmbio flutuante, proporciona margem de manobra suficiente para o Brasil enfrentar cenários adversos de redução da liquidez internacional", disse Temer.
O presidente não citou, mas analistas temem que países emergentes sofram com a esperada elevação do juro nos Estados Unidos - que é esperada para acontecer nos próximos meses, provavelmente até o fim do ano. O discurso de Temer foi feito em sessão fechada e distribuído pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.
Com foco especialmente na economia, Temer citou ainda que o governo brasileiro tem acompanhado especialmente três temas que "têm merecido nossa especial atenção". Para o Brasil, os assuntos mais importantes no radar são a evolução dos preços das commodities; os reflexos sobre os mercados das "políticas monetárias de alguns países desenvolvidos"; e a volatilidade dos mercados financeiros em meio a fatores como a instabilidade geopolítica e terrorismo.
O presidente mencionou, no discurso, que o governo trabalha para a fixação de idade mínima para os aposentados e articula um programa de parcerias público-privadas para concessões. "Como reflexo desses esforços, já foi possível verificar uma positiva reversão de expectativas. É patente a elevação nos níveis de confiança dos agentes econômicos", disse.
Temer se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, e com os demais líderes do Brics, grupo que reúne também Rússia, Índia e África do Sul. O presidente brasileiro citou sua "ambiciosa agenda de reformas estruturais". "Uma ambiciosa agenda de reformas estruturais também está em curso para elevar a produtividade da economia e gerar ambiente de negócios mais favorável. Estimularemos os investimentos em infraestrutura, sobretudo, por meio de concessões de estradas, portos, aeroportos, ferrovias e sistemas de geração e transmissão de energia."

Economia mundial retornou a um ponto crítico, diz presidente chinês

O protecionismo, a chance de bolha financeira e o risco de persistência da fraca demanda podem interromper a lenta recuperação da economia global. O alerta foi dado pelo presidente da China, Xi Jinping, no discurso de abertura da reunião do G-20. O líder chinês pediu que autoridades executem reformas estruturais e defendeu que o grupo deve "ser de ação e não de debate".
"Há oito anos, no ponto alto da crise, o G-20 atuou com espírito de solidariedade e tirou do precipício a economia mundial. Hoje, a economia mundial volta a estar em ponto crítico", disse Jinping, ao mencionar a recente desaceleração do crescimento global, o que aumenta a pressão sobre os países.
Esse problema afeta diversos países, a começar pelo anfitrião. Antes um dos motores do crescimento global, a China tem mostrado menor vigor. A atividade desacelera e, ainda que a volatilidade do mercado financeiro tenha sido contida, analistas seguem com dúvidas sobre a hipótese de um "pouso forçado" da segunda maior economia do mundo.
Diante desse cenário, Xi Jinping apontou para riscos e pediu medidas. "O G-20 deve ser um grupo de ação e não um grupo de debate", disse. "O protecionismo está aumentando. Apesar dos avanços da reforma financeira, seguem existindo riscos de bolha. A economia ainda se recupera e enfrenta diversos riscos e desafios, como baixo crescimento, fraca demanda, menor força do comércio e queda do investimento."
Para que a economia global volte a crescer com mais força e de maneira sustentável, equilibrada e inclusiva, o líder chinês pediu que o grupo das 20 nações cooperem para promover o crescimento. Na receita proposta, Jinping recomenda que "os membros devem interagir e coordenar as reformas estruturais e monetárias".

Serra critica lentidão de UE em negociar com o Mercosul

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, criticou o andamento das negociações para um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) e atribuiu aos europeus a falta de celeridade. O tema estava na pauta dos encontros bilaterais do presidente Michel Temer com o presidente de governo espanhol, Mariano Rajoy, e o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, na China.
"(O Mercosul) não está paralisado. As questões são outras, por exemplo, as negociações com a UE. Elas não precisam da presidência do Mercosul. Se elas não estão andando, o problema está mais do lado da UE, que está indo muito devagar no processo, inclusive fazendo ofertas inferiores às que tinha feito em 2004", disse Serra, que acompanha o presidente na reunião de cúpula do G-20.
O Brasil pediu aos espanhóis e aos italianos comprometimento e apoio para a busca do acordo com a UE. A Itália vem mantendo postura muito favorável ao entendimento desde o início do processo. Brasil deve mencionar também com Itália que conta com apoio do país nesse processo negociador.
Serra afirmou que o Brasil deve anunciar um programa para criar um instrumento novo de estímulo às exportações de pequenas e médias empresas, com o apoio do Sebrae. A ideia é que um operador único se encarregue da burocracia com todo o equipamento administrativo necessário exigido hoje dos exportadores.