Uma redução na queda das importações brasileiras, verificada nos últimos três meses, pode ser sinal do início da recuperação da atividade econômica no País, disse o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Herlon Brandão, ao comentar os resultados da balança comercial de agosto.
"A queda nas importações nos últimos três meses foi inferior à média do começo do ano. Para se ter uma ideia, a redução de 8,3% nas importações em agosto foi o menor recuo mensal desde novembro de 2014, quando a retração ante o mesmo mês do ano anterior foi de 5,5%", afirmou. No acumulado do ano, porém, a queda das importações ainda é de 25,5%.
Brandão destacou que a redução menor nas importações de agosto ocorreu principalmente em bens intermediários. As compras de petróleo e derivados inclusive subiram no mês, ao contrário do que vinha ocorrendo desde janeiro. "Ainda assim, continuamos com queda no déficit na balança de petróleo e derivados em 2016", lembrou o diretor.
Entre janeiro e agosto de 2016, o saldo negativo nessa conta é de US$ 786 milhões, bem inferior ao déficit de US$ 3,210 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
Já pelo lado das exportações, Brandão apontou que o crescimento das vendas por quantidade foi menor em agosto, em parte porque os embarques da safra de soja já ocorreram nos meses anteriores.
Por outro lado, ele destacou que o preço do açúcar tem subido no mercado internacional, portanto, é esperado que o produto tenha destaque nas vendas ao exterior até fim do ano. Dentro dos bens manufaturados, acrescentou o diretor, a balança de agosto também trouxe incremento importante nas vendas de automóveis para os Estados Unidos e países da América do Sul.
A balança comercial brasileira registrou no mês passado um superávit de US$ 4,1 bilhões. Até agosto, o saldo está positivo em US$ 32,370 bilhões. O resultado é o maior saldo comercial para os oito primeiros meses do ano desde o início da série histórica do Mdic, em 1989. O número já supera o superávit registrado em todo o ano passado (US$ 19,69 bilhões).
Faltando apenas quatro meses para o encerramento do ano, o Mdic mantém a projeção de superávit comercial entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões em 2016. "Poderemos rever a projeção de exportações e importações para 2016. Anunciaremos isso em breve, mas a projeção de superávit entre US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões está mantida", completou Brandão.