As condições do mercado imobiliário tiveram queda novamente em junho, registrando um novo piso na série histórica, iniciada em 2004, com pontuação média de 2,2 na escala entre 0 (menos favorável) a 10 (mais favorável). Os dados fazem parte do Radar Abrainc Fipe, divulgados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Apesar da ligeira melhora no ambiente macro, como os indicadores de confiança e juros, as dimensões de crédito imobiliário e demanda mantiveram trajetória declinante. Já o ambiente setorial manteve-se praticamente estável, com a melhora nos indicadores de insumos e lançamentos compensando a queda no indicador de preço dos imóveis.
No total, cinco dos 12 indicadores do radar encontram-se nos níveis mais baixos da série histórica, como atividade, massa salarial, preço dos imóveis, emprego e condições de financiamento, todos com indicadores bastante desfavoráveis do ponto de vista do setor. Em 2016, o panorama geral do mercado permanece negativo, com queda de 0,6 pontos entre junho de 2016 e dezembro de 2015. Em relação aos 12 meses, entre junho de 2016 e junho de 2015, nota-se uma queda em todas as dimensões, resultando em um recuo de 1,6 ponto na média geral.
Segundo o vice-presidente da Abrainc, Renato Ventura, o aumento, ainda que sensível, na confiança do consumidor deve ainda vir a se refletir na melhora de outros indicadores e, consequentemente, no cenário econômico do País e do setor imobiliário. Ele lembrou que o setor é cíclico e que à baixa se seguirá um período de melhorias e de valorização.
O diretor da Abrainc Luiz Fernando Moura ressaltou que a confiança, que apresenta alguns sinais de melhora, é extremamente importante para o segmento. "É um setor fundamental para impulsionar o desenvolvimento do País, e que muito contribui na geração de emprego e renda", afirmou Moura.