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- Publicada em 13 de Setembro de 2016 às 15:02

Criar não é magia, é trabalho

A história secreta da criatividade (Sextante, 288 páginas, tradução de Alves Calado), de Kevin Ashton, pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), é uma obra que mostra, acima de tudo, que não existem truques, atalhos ou esquemas para ficar criativo rapidamente e que a criatividade é mais o resultado de pequenos passos do que de saltos extraordinários.
A história secreta da criatividade (Sextante, 288 páginas, tradução de Alves Calado), de Kevin Ashton, pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), é uma obra que mostra, acima de tudo, que não existem truques, atalhos ou esquemas para ficar criativo rapidamente e que a criatividade é mais o resultado de pequenos passos do que de saltos extraordinários.
Ashton começou sua carreira na gigante Procter & Gamble, onde comandou um trabalho pioneiro sobre identificação de produtos por radiofrequência. Ele criou a expressão "interior das coisas", é cofundador do Auto ID-Center no MIT e criador de três startups de sucesso. Seus textos sobre inovação e tecnologia foram publicados em veículos como The New York Times, The Atlantic, Quartz e Medium.com.
O autor confronta os mais conhecidos e nocivos clichês sobre criatividade e, para embasar sua argumentação, se debruça sobre a história e a ciência social para desmascarar os mitos por trás da criação do iPhone, da descoberta de um tipo de tratamento para câncer e do humor presente nos filmes de Woody Allen. Ele nos mostra que ser gênio exige muito trabalho, mas que todos somos criativos e que a faísca da criação pode acender-se em qualquer pessoa.
O mito; criar é algo comum; pensar é igual a andar; espere a adversidade; como enxergamos; dê o crédito; consequências em cadeia; combustível para sua vida; crie organizações e adeus, gênio, são os títulos dos capítulos da obra, que, acima de tudo, revela que o inventor da lâmpada, Thomas Edison, estava coberto de razão quando disse: a genialidade é composta de 10 por cento de inspiração e noventa por cento de transpiração.
O genial Albert Einstein, por sua vez, disse algo que cai bem para nosso Brasil: em tempos de crise, a criatividade é mais importante do que o conhecimento. É isso, o livro vem em boa hora para nós, imersos nessas crises política, ética e econômica de proporções amazônicas.
Não há momento de magia, existe trabalho, perseverança, acerto, erro, acerto, erro, dúvida, ridículo e rejeição até que se consiga realizar algo novo e útil. O livro traz histórias reais e inspiradoras, como a do menino de 12 anos que fez a produção mundial de baunilha crescer no século XIX; da mulher que fez as primeiras descobertas sobre o DNA e dos irmãos Wright dominando a arte de voar.
De Arquimedes à Apple, dos Muppets à latinha de Coca-Cola, a obra mostra como o processo criativo é lento, espinhoso, complexo e repleto de falhas, frustrações, recomeços e que não conta muito com a ajuda da sorte.

lançamentos

  • Bento Manuel Ribeiro - O caudilho maldito (Edigal, 312 páginas), do laborioso jornalista e escritor Euclides Torres, trata do "gaúcho de Sorocaba", soldado que se tornou marechal e virou um dos homens mais ricos do Rio Grande do Sul. O poder deixado aos descendentes durou até 1920.
  • Sanções tributárias - definição e limites (Malheiros Editores, 312 páginas), do consagrado professor e advogado Gustavo Masina, trabalho denso e profundo sobre sanções, definição e critérios, sanções jurídicas, administrativo-tributárias, obrigações e outros tópicos é obra que nasce referencial.
  • Mulheres de passagem (Ateliê Editorial, 190 páginas), do escritor, fotógrafo e consultor de Branding M.A. Amaral Rezende, traz contos e vinhetas sobre a observação, a cobiça e a conquista do corpo da mulher, uma prática ancestral que precede ou mesmo dispensa o amor. Os leitores vão se apaixonar.

Semana Rio-grandense

Tenho a felicidade de conhecer bastante o Rio Grande do Sul. Nasci filho de italianos, na gloriosa Bento Gonçalves, onde vivi até os 12 anos. Há 50 anos em Porto Alegre, morei no Bom Fim, no Centro Histórico e agora vivo no Moinhos.
Em função de lazer, conheci boa parte da serra gaúcha, da Campanha, quase todo o Litoral Norte, parte do Litoral Sul e, em função de trabalho, conheci o Centro do Estado, as Missões e cidades como Iraí e Três Passos, além de Pelotas, Rio Grande e outras cidades do Extremo Sul, como Santa Vitória do Palmar e Chuí.
Nesse rico mosaico geográfico-cultural e, em meio à riqueza das diversas etnias que compõe nosso Rio Grande, me sinto rio-grandense e parte de um todo. Gosto mais de pensar que sou rio-grandense do que gaúcho. É claro que tenho o maior carinho e o maior respeito pela cultura nativista, pelas tradições gauchescas, pelos movimentos, centros de cultura e tradições. Acho que, especialmente na Semana Farroupilha e em tempos de acampamento, todos devemos celebrar a dignidade dos antepassados, as suas lutas, nossos bons valores e pensar no futuro de nossa gente e de nosso Rio Grande.
Temos muitas festas e comemorações no Estado, em muitos de nossos quase 500 municípios, envolvendo tradições culturais e históricas, produtos agrícolas e industriais, atividades comerciais, criação de animais, turismo, ensino e outras atividades, o que é motivo de orgulho para todos nós, rio-grandenses, e mostra nossa saudável diversidade e nossa força.
No Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, onde já estive nos anos 2003-2004 como conselheiro e, agora novamente estou, tenho o prazer de trabalhar com a integralidade da multifacetada cultura rio-grandense, examinando projetos de incentivo à cultura e propondo temas de política cultural. Dando minha pequena contribuição, procuro contemplar o Rio Grande como um todo, especialmente no aspecto cultural. Sonho com a realização de uma Semana Rio-grandense, uma festa com todos, sem prejuízo, claro, das outras festas e semanas.
Nesse momento em que nosso Estado passa pela maior crise econômico-financeira em meio às comemorações e aos festejos, penso que seria bom para todos a busca de união em favor do Rio Grande e de soluções criativas para a melhoria da vida das pessoas e das condições do Estado.
Não é tarefa das mais fáceis, a gente sabe. Mas se não conseguirmos nos unir em torno, ao menos, de algumas causas em favor do Estado e da população, as coisas vão ficar ainda mais difíceis e nossos descendentes vão herdar problemas ainda maiores. Claro que é preciso lutar por um novo pacto federativo, uma nova relação com a União Federal, lutar por mais força e mais recursos para o Estado e seus municípios. Unidos, inclusive com governos de outros estados, quem sabe conseguimos.

a propósito...

Acho que ninguém discorda da ideia de que a sociedade rio-grandense, no todo, deve ser chamada para ser ouvida sobre a reestruturação administrativa e financeira de nosso Estado, sobre privatizações de estatais e outros ativos, sobre os rumos que devemos tomar em termos de segurança, educação, saúde e outras áreas essenciais. A Assembleia Legislativa pode e deve ser efetivamente a Casa do Povo. O povo deve entrar nela, ser ouvido e dar suas sugestões e os parlamentares rio-grandenses devem ouvir as manifestações e representar seus eleitores. Diálogo, união, paz, democracia e desenvolvimento é o que precisamos. Ou vamos acabar falando/virando grego.