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JC Logística

- Publicada em 14 de Setembro de 2016 às 21:38

Uber enfrenta cerco na Grande SP, e motoristas tentam driblar blitze

Taxistas paulistas fazem campanha acirrada contra carros do aplicativo

Taxistas paulistas fazem campanha acirrada contra carros do aplicativo


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Motorista do Uber, Willians Roger, 44, sempre telefona ao passageiro antes de fazer uma corrida: pergunta se ele pode viajar no banco da frente e aproveita para sondar se não é só uma emboscada.
Motorista do Uber, Willians Roger, 44, sempre telefona ao passageiro antes de fazer uma corrida: pergunta se ele pode viajar no banco da frente e aproveita para sondar se não é só uma emboscada.
Essa é a maneira que encontrou para fugir da fiscalização municipal na região de Alphaville, em Barueri (Grande SP), onde ele trabalha.
Por lá, os motoristas do aplicativo, inclusive os que só estão de passagem com usuários da capital paulista, são alvo de um cerco da prefeitura.
E isso não ocorre apenas em Barueri. Das 39 cidades da região metropolitana de São Paulo, em pelo menos 13 há leis específicas contra a atuação do Uber ou fiscalização contra os serviços sob a justificativa de que se trata de transporte irregular, conforme levantamento da reportagem.
Na capital paulista, a regulamentação do aplicativo ocorreu em maio, dando respaldo jurídico aos motoristas.
Oficialmente, a empresa divulga sua atuação no Estado só em São Paulo, Campinas e Santos. Na prática, porém, as corridas são feitas também em cidades vizinhas, mesmo sem autorização.
Em Barueri, a Câmara aprovou uma lei em 2015 que proíbe "carros particulares cadastrados em aplicativos para transporte remunerado individual". Desde então, mais de 70 carros foram apreendidos, a maior parte em Alphaville. Os motoristas pagam também uma multa de R$ 2.184.
É lá que Willians Roger ensaia com os passageiros alguma mentira para contar caso sejam parados na blitz. "Só me pararam uma vez. As duas moças que estavam comigo disseram que eram amigas da minha esposa, que eu iria buscar logo na frente", diz ele, que esconde entre as pernas seu celular com as rotas.
Também em Alphaville, a administradora Juliana Maciel, 22, usa carros do aplicativo tanto para ir ao trabalho na região como para a capital nos finais de semana. "Uma vez, em São Paulo, quando o motorista viu que a corrida era para Barueri, jogou fora as garrafinhas de água, pediu para eu me sentar no banco da frente, e combinamos que eu diria que era sobrinha dele se alguém nos parasse."
Apesar de aprovada por unanimidade na Câmara e sancionada pelo prefeito, a administração disse nesta segunda (12) que pretende rever a lei e discutir os serviços.
Entre as cidades com mais fiscalização anti-Uber estão Osasco e Taboão da Serra. Em algumas, como Santo André e São Caetano, no ABC, Mogi das Cruzes e Cotia, os veículos também são proibidos, embora não haja até agora um cerco aos irregulares.
A prefeitura de Osasco apreendeu neste ano cerca de 200 carros ligados ao Uber.
Josimar Evilton, 29, foi parado no centro da cidade na quinta (8), minutos depois de um passageiro entrar no carro. Mentiu e escapou, apesar da desconfiança dos agentes. Mas até evita pegar cliente por lá -prefere a capital.
"Venho para cá e já quero desligar para evitar problema", diz. "Às vezes aceito para ver se tem alguém voltando para São Paulo", afirma.
Diego de Araujo, 22, é outro que evita aceitar corridas específicas de passageiros da cidade. "Perto do centro ou da prefeitura sempre tem apreensão", afirma ele.
Luiz César Cardoso, presidente do Sintaxbre, sindicato dos taxistas de Barueri, Osasco e outros municípios da região, diz que a categoria vai pressionar para manter a proibição nessas cidades. "Tem taxista de Barueri que perdeu 40%, 50% das corridas."
O Uber afirma que oferece um transporte privado "completamente legal de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana". "Reforçamos que nossos parceiros precisam ter os seus direitos constitucionais de trabalhar (exercício da livre iniciativa e liberdade do exercício profissional) preservados."
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