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Aviação

- Publicada em 02 de Setembro de 2016 às 15:51

Companhia francesa elege o Brasil para lançar novo jato

 A DASSAULT FALCON 8X MOVES ON JUNE 12, 2015 DURING THE FLIGHT DISPLAY PREPARATIONS THREE DAYS PRIOR TO THE OPENING OF THE INTERNATIONAL PARIS AIRSHOW AT LE BOURGET. AIRBUS SAID ON JUNE 10 ITS A400M WOULD TAKE PART IN THE FLYING DISPLAY AT THE PARIS AIRSHOW NEXT WEEK, JUST OVER A MONTH AFTER ONE OF THE PLANES FATALLY CRASHED IN SPAIN AFTER A MASSIVE ENGINE FAILURE. AFP PHOTO / ERIC PIERMONT

A DASSAULT FALCON 8X MOVES ON JUNE 12, 2015 DURING THE FLIGHT DISPLAY PREPARATIONS THREE DAYS PRIOR TO THE OPENING OF THE INTERNATIONAL PARIS AIRSHOW AT LE BOURGET. AIRBUS SAID ON JUNE 10 ITS A400M WOULD TAKE PART IN THE FLYING DISPLAY AT THE PARIS AIRSHOW NEXT WEEK, JUST OVER A MONTH AFTER ONE OF THE PLANES FATALLY CRASHED IN SPAIN AFTER A MASSIVE ENGINE FAILURE. AFP PHOTO / ERIC PIERMONT


ERIC PIERMONT/AFP/JC
A fabricante francesa Dassault Falcon ignorou a crise brasileira e escolheu a Labace para exibir ao público pela primeira vez o seu novo modelo de luxo, o jato Falcon 8X. A maioria das concorrentes, como Gulfstream e Bombardier, trouxe, neste ano, jatos que já foram apresentados em edições anteriores.
A fabricante francesa Dassault Falcon ignorou a crise brasileira e escolheu a Labace para exibir ao público pela primeira vez o seu novo modelo de luxo, o jato Falcon 8X. A maioria das concorrentes, como Gulfstream e Bombardier, trouxe, neste ano, jatos que já foram apresentados em edições anteriores.
A fila para conhecer o interior do Falcon 8X era a maior da Labace. Com preço de tabela de US$ 60 milhões, o jato é capaz de voar sem escalas entre São Paulo e Moscou. O modelo é uma evolução do jato Falcon 7X, considerado um dos "queridinhos" de empresários brasileiros como Abilio Diniz e Alexandre Grendene.
O presidente mundial da Dassault Falcon, Jean Rosanvallon, justificou a escolha do Brasil para apresentar o modelo pelo sucesso do modelo anterior, o 7X, que tem entre 15 e 20 unidades operando no no Brasil. "O 7X foi o modelo que fez o maior sucesso no segmento de aeronaves de cabines grandes no Brasil. Queremos que os empresários, que são donos hoje de um 7X, considerem o 8X quando forem renovar sua frota", afirmou Rosanvallon.
Até o momento, o modelo 8X tem cerca de 20 encomendas, quatro delas feitas por clientes brasileiros. O Brasil é um dos cinco maiores mercados da Dassault Falcon, segundo Rosanvallon. O executivo francês diz que a empresa sentiu a crise que assola o mercado brasileiro, mas quer manter a marca forte no País para quando a retomada do mercado acontecer.
"Nós vendemos a primeira unidade no Brasil há 40 anos. Sabemos que a economia tem altos e baixos", disse Rosanvallon, ressaltando que seus clientes são empresários com negócios internacionais e que ainda precisarão viajar pelo mundo.
Ele espera uma retomada no crescimento do Brasil após a melhora no cenário político. "Agora, as pessoas conseguem ver uma luz no fim do túnel e há boas perspectivas para 2017", finalizou.

Frota executiva recua e a feira fica menor neste ano

Principal evento do setor de aviação executiva da América Latina, a feira Labace abriu as portas no dia 30 de agosto, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com menos pompa que o usual. Foram 43 aeronaves expostas, menos do que as 52 que estavam no evento do ano passado e bem abaixo das cerca de 70 de 2012, o melhor ano da feira. Os fabricantes também foram mais contidos no evento deste ano - trouxeram poucas novidades e até deixaram de fora dos estandes seus aviões "top de linha".
O cenário reflete um dos piores momentos da aviação executiva no Brasil. A frota cresceu apenas 1,2% em 2015, para 15.290 unidades. A expansão foi puxada pela venda de aeronaves turboélices, que são mais baratas do que os jatos, e tiveram alta de 3,6% na frota. Já o total de jatos caiu 2,7% em 2015, e sua idade média ficou maior.
"Tivemos saída de aviões do Brasil. Com o País em crise e o dólar mais forte, muitas empresas venderam sua frota para fazer caixa", explica Leonardo Fiuza, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) e da TAM Aviação Executiva. Com a frota reduzida, as empresas perdem duplamente - com a queda nas vendas de aviões novos e também com a retração de serviços de apoio. "O setor perdeu cerca de 30% do seu faturamento", resume.
Em meio à crise, a Embraer reduziu há um mês sua projeção de entregas de jatos executivos em 2016, que prevê entre 105 e 125 unidades, 10 a menos do que na previsão anterior. "Hoje, existe mais oferta do que demanda no mercado. Isso traz uma severa pressão nos preços, o que exige que as empresas façam ajustes", explicou o presidente da Embraer Aviação Executiva, Marco Tulio Pellegrini. Ele lembra que o mercado global nunca recuperou a demanda que tinha antes da crise americana de 2008, de cerca de 1.300 jatos executivos. Após 2009, a demanda do mercado se estabilizou em torno de metade disso.
"Não esperamos aceleração significativa na demanda em 2017 e 2018", afirmou Pellegrini, ressaltando que o caminho é investir no aprimoramento da oferta de serviços para os clientes. Neste ano, a Embraer não expôs o jato de luxo Lineage 1000E. Pellegrini contou que o modelo de exibição está nos Estados Unidos e que trazer o avião "é um custo que não se justificava nesse cenário".
A Líder Aviação Executiva, uma das maiores empresas do setor, expôs este ano apenas uma unidade: o Hondajet, lançado no Brasil no ano passado. Até então, a empresa também vendia modelos da Bombardier, mas o contrato de representação não foi renovado.
A superintendente da Líder, Junia Hermont, explica que nenhum avião novo foi comercializado neste ano, mas que a venda de usados aumentou. Ela ressalta que a empresa está conseguindo manter o faturamento, de R$ 1 bilhão em 2015, neste ano. "É um resultado excepcional nesse cenário", diz.
Segundo Junia, a empresa cortou custos, como bases deficitárias, e diversificou suas receitas. Os ganhos com vendas de aviões usados, de cotas de aeronaves compartilhadas e de serviços aeroportuários compensaram as perdas com a venda de aviões novos.