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eleições 2016

- Publicada em 31 de Agosto de 2016 às 23:27

Embate entre candidatos marca painel

 Opositores do governo municipal criticaram terceirizações e excesso de cargos de confiança

Opositores do governo municipal criticaram terceirizações e excesso de cargos de confiança


FREDY VIEIRA/JC
Apesar de não permitir perguntas mútuas entre os candidatos à prefeitura de Porto Alegre, o painel sobre as eleições promovido ontem pela Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul) e a Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) assistiu à troca de provocações entre o vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB), e os candidatos Raul Pont (PT) e Luciana Genro (PSOL), que teceram críticas à atual gestão.
Apesar de não permitir perguntas mútuas entre os candidatos à prefeitura de Porto Alegre, o painel sobre as eleições promovido ontem pela Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul) e a Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) assistiu à troca de provocações entre o vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB), e os candidatos Raul Pont (PT) e Luciana Genro (PSOL), que teceram críticas à atual gestão.
O evento ocorreu enquanto a plateia - correligionários, assessores, empresários e jornalistas - almoçava. Enquanto era servida a entrada, Melo, Maurício Dziedricki (PTB), Nelson Marchezan Júnior (PSDB), Luciana, Pont e Fábio Ostermann (PSL) tiveram cinco minutos cada um para se apresentar.
Em vários momentos, Melo respondeu às críticas "da oposição verdadeira, que acha que tudo está ruim (menção à Luciana e Pont), e a oposição de ocasião (menção principalmente a Marchezan e Dziedricki, que têm partidos em suas coligações que mantém cargos no governo municipal), que acha que tudo está ruim apenas na campanha".
A candidata do PSOL usou parte dos cinco minutos de apresentação para dizer que era "um dia triste para a democracia, porque um presidente pode ser consolidado no poder sem os votos da população", em uma menção ao impeachment presidente Dilma Rousseff (PT), que estava sendo votado no Senado federal naquele momento. 
Quando foi a vez de Melo se apresentar, o peemedebista disse que não concordava com a tese do golpe, "porque as instituições estão funcionando, com a sessão do Senado sendo presidida inclusive pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)".
Depois de servido o prato principal, os candidatos responderam a perguntas formuladas pela ACPA. Foi quando vieram as críticas de Pont e Luciana. A candidata do PSOL disse que a prefeitura tinha muitos Cargos de Confiança (CCs) e que pretendia reduzi-los em 70%. Também criticou o alto número de terceirizações de serviços públicos, o que, segundo a candidata, teria causado o esquema de corrupção ocorrido no Departamento de Águas e Esgotos (DEP), onde contratos com empresas privadas teriam sido superfaturados.
Novamente, quando chegou a vez de se pronunciar, Melo respondeu: "Vou reduzir a máquina pública para torná-la mais eficiente. Mas falar que o problema da administração são os CCs é uma redução do debate sobre administração pública". Ao que, mais tarde, Luciana retrucou falando que "cortar parte dos 120 CCs do gabinete do prefeito é simbólico".
Pont disse que porto Alegre recebeu cerca de R$ 900 milhões do governo federal para realizar obras de infraestrutura durante a Copa do Mundo. "Muitas obras não foram concluídas até agora. Isso é um problema de gestão, de contratos mal feitos", reclamou sendo aplaudido pelos correligionários.
Durante as considerações finais, quando a plateia tomava um cafezinho nas mesas, o vice-prefeito - que foi o penúltimo a se manifestar - atacou os candidatos do PT e PSOL. "Sobre a corrupção que a Luciana tanto fala, queria dizer que todos nós (apontando para os demais candidatos) temos ficha limpa, não só ela. Tenho as mãos limpas e calejadas de tanto trabalhar (levantando uma das mãos), ao contrário da senhora, que só as tem limpas, porque nunca trabalhou", atacou. 
E continuou. "Também queria dizer ao Raul que o PT deveria promover um curso de arqueologia, porque deixaram a prefeitura em ruínas quando deixaram o governo. Tinha R$ 174 milhões de déficit", terminou, sendo aplaudido pelos apoiadores.
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Entidade cobra propostas para o turismo de negócios

No painel promovido ontem pela Federasul e a Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), os candidatos à prefeitura de Porto Alegre foram instigados a apresentar propostas para o turismo de negócios na Capital. O presidente da ACPA, Paulo Afonso Pereira, lembrou que, em 2013, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal destinou R$ 60 milhões a 10 capitais brasileiras - dentre as quais Porto Alegre - para construção de um centro de eventos, com o objetivo de incentivar o chamado turismo de negócios.
Relembrando o projeto, que não teve andamento, a entidade questionou se os candidatos são a favor de parcerias com a iniciativa privada para viabilizar este tipo de projeto.
Nelson Marchezan Jr. (PSDB) mostrou-se adepto da ideia. "Precisamos buscar o maior número possível de parcerias público-privadas nesse sentido, para atrair os investidores", afirmou. Maurício Dziedricki (PTB) discorreu sobre o que considera ser o diferencial do setor. "O turismo de negócios não agride a natureza. Podemos aproveitar a rede hoteleira e gastronômica já existente", observou, favorável à parceria com empreendedores.
O vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) disse que a Capital já tem um espaço similar ao proposto, fazendo referência à sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). "Não é papel do poder público construir centro de eventos", afirmou, salientando que, caso eleito, viabilizará o terreno para o novo centro.
Luciana Genro (PSOL) disse que concorda em realizar parcerias com o setor privado, mas disse que, "antes, quero discutir cada caso com a sociedade". Para Raul Pont (PT), o papel do poder público é de estimular que setores não governamentais participem da sociedade. O petista usou como exemplo o Fórum Social Mundial. "Movimentamos os hotéis, os restaurantes e os táxis da cidade. Através de gasto mínimo, transformamos Porto Alegre em referência", afirmou.
Fábio Ostermann (PSL) defende que o centro de eventos seja construído somente com recursos da iniciativa privada e criticou o excesso de burocracia na implantação de projetos como este: "a prefeitura faz muito em sair do caminho".