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- Publicada em 30 de Agosto de 2016 às 18:23

Janaina Paschoal chora e se desculpa por ter causado sofrimento à presidente afastada

Janaina se emocionou durante a acusação

Janaina se emocionou durante a acusação


GERALDO MAGELA/AFP/AGÊNCIA SENADO/JC
A jurista e advogada de acusação do processo de impeachment, Janaina Paschoal, chorou no final de sua fala a favor do afastamento definitivo de Dilma Rousseff (PT) ontem. Janaina usou seu tempo de acusação para rebater pontos da defesa da petista, mas se emocionou e pediu desculpas à presidente afastada durante sessão da fase final do julgamento do impeachment no Senado.
A jurista e advogada de acusação do processo de impeachment, Janaina Paschoal, chorou no final de sua fala a favor do afastamento definitivo de Dilma Rousseff (PT) ontem. Janaina usou seu tempo de acusação para rebater pontos da defesa da petista, mas se emocionou e pediu desculpas à presidente afastada durante sessão da fase final do julgamento do impeachment no Senado.
"Finalizo pedindo desculpas à senhora presidente. Não por ter feito o que fiz, mas por eu ter lhe causado sofrimento. Sei que a situação que está vivendo não é fácil. Muito embora não fosse meu objetivo, causei sofrimento. E eu peço que ela (Dilma Rousseff), um dia, entenda que eu fiz isso pensando também nos netos dela", disse a jurista, emocionada.
Durante seu discurso, Janaina rebateu as falas sobre misoginia da presidente na sessão de segunda-feira no Senado e disse que ninguém pode ser "perseguido por ser mulher", mas também "ninguém pode ser protegido por ser mulher". Janaina, que é uma das signatárias do impeachment, também citou Deus ao longo de seu tempo de fala. "Se tiver alguém fazendo algum tipo de composição neste processo é Deus", se referindo às menções da defesa e da própria presidente afastada de que foi vítima de conluios de partidos da oposição e do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
 

Jurista Miguel Reale diz que 'gravíssima' situação econômica justifica condenação

Segundo a falar pela acusação, após Janaina Paschoal, o jurista Miguel Reale Júnior, aos gritos, disse que a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) cometeu crime de responsabilidade e que o País "não aguenta mais" o lulopetismo. Miguel Reale fez um discurso enfático. Ele disse que a presidente afastada agiu com "dolo" e sabia, sim, das irregularidades cometidas no plano fiscal e orçamentário.
"Ela mostrou que tinha conhecimento dos meandros. Imagina se não tivesse! Agia com dolo, com conhecimento. E por que fazia isso? Para ficar gasto do outro lado", disse o jurista. Ele afirmou também que houve, sim, crime de responsabilidade.
"A gravíssima situação econômica justifica a condenação. Como não há crime de responsabilidade? Há, sim. Há cadáver e há mau cheiro desse cadáver. O crime está inicialmente em se ter utilizado os bancos oficiais para financiar o Tesouro", disse ele.
O advogado dividiu o tempo da acusação com Janaina e deu várias frases de efeito. "O lulopetismo! A herança do petismo é a esperteza malandra. É isso que o País não aguenta mais, não quer mais. Que o sucesso e a prosperidade não sejam frutos da persistência e do trabalho. A comida desapareceu da mesa do brasileiro, aí está o cadáver, o mau cheiro!", disse ele, quase aos gritos. "A sociedade foi às ruas ao perceber que havia o desmando, o descaso." O jurista disse que Dilma dava sempre uma "resposta padrão" e pediu sua condenação.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou o tom das falas da advogada Janaína Paschoal e de Miguel Reale Júnior. "Isso aqui não é uma cena!", disse Gleisi, em tom elevado, criticando os advogados de acusação.
A manifestação de Gleisi suscitou a reação de senadores, que defenderam os advogados. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que é preciso que se respeite o Senado e os advogados. "O que assistimos nos encheu de orgulho. Os brasileiros querem ver essa página triste virada. Mas tudo tem um limite. Não pode continuar ofendendo o Senado. Não pode ofender os advogados", concluiu Aécio.