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Senado

- Publicada em 25 de Agosto de 2016 às 22:48

Sessão do impeachment inicia com bate-boca

Senadores Ronaldo Caiado (em pé) e Lindbergh Farias (de costas) entraram na discussão trocando insultos

Senadores Ronaldo Caiado (em pé) e Lindbergh Farias (de costas) entraram na discussão trocando insultos


EVARISTO SA/AFP/JC
Um bate-boca entre senadores da base aliada e da oposição levou à suspensão, por alguns minutos, da sessão de julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal. O incidente ocorreu na manhã desta quinta-feira.
Um bate-boca entre senadores da base aliada e da oposição levou à suspensão, por alguns minutos, da sessão de julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal. O incidente ocorreu na manhã desta quinta-feira.
Durante a discussão sobre a apresentação de questionamentos sobre o julgamento, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das principais defensoras da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), reagiu a uma fala do senador Magno Malta (PR-BA), que disse que os aliados da petista estavam tentando atrasar o processo.
"Qual a moral que tem esse Senado para julgar a presidente Dilma?", afirmou. A fala da senadora gerou a reação dos que defendem a saída de Dilma. "Eu exijo respeito ao decoro. Eu não sou assaltante de aposentado", bradou Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Gleisi respondeu: "Você é de trabalhador escravo". Lindbergh interveio chamando o senador do DEM de "canalha" e citando o senador cassado Demóstenes Torres (ex-DEM) por envolvimento em escândalo com Carlinhos Cachoeira, aliado de Caiado. "Sua ligação é com o Carlinhos Cachoeira. Demóstenes é que sabe da sua vida", afirmou o petista.
Caiado ficou ainda mais irritado e atacou Lindbergh. "Abaixa esse dedo que você só tem coragem aqui, na frente de uma câmera", afirmou. "Tem que fazer antidoping. Fica aqui cheirando não?" disse Caiado.
Lindbergh disse que irá apresentar representação contra Caiado no Conselho de Ética e entrará na Justiça contra o senador democrata por calúnia.
Outros senadores entraram na discussão, o que levou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, responsável por comandar o julgamento, a suspender por alguns minutos a sessão. Senadores e assessores começaram a acalmar os envolvidos. O debate foi retomado logo em seguida.
Durante a briga, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), chegou a reclamar da atuação de um assessor que, de acordo com ele, estaria xingando Caiado e a senadora Simone Tebet (PMDB-MS). Um segurança tentou retirar o funcionário do plenário, mas parlamentares amenizaram a situação e pediram para ele ficar.
Após a discussão, diversos senadores reclamaram do tom adotado por Gleisi e defenderam a prerrogativa do Senado de julgar uma presidente, conforme determina a Constituição.
A sessão do julgamento final começou com meia hora de atraso, às 9h33min. Nesta quinta-feira, os senadores apresentaram questionamentos ao processo e depois ouviram parte das testemunhas.
Depois da fala das testemunhas indicadas pela acusação, serão ouvidas as indicadas pela defesa. A expectativa é de que esta fase acabe na madrugada deste sábado.
Na semana que vem, os parlamentares ouvirão a defesa pessoal da presidente afastada Dilma Rousseff e a apresentação final dos advogados. Depois, cada um dos 81 senadores poderá discursar por 10 minutos. Só então, eles iniciarão a votação que selará o destino de Dilma.

'É a semana da vergonha nacional', diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como "semana da vergonha nacional" o início do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado. Ele participou de um encontro com trabalhadores e sindicalistas anunciado como um ato "em defesa da Petrobras, da indústria naval e pela geração de empregos", no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio Janeiro.
Em um discurso de 30 minutos, Lula direcionou suas críticas aos senadores e também aos antigo aliados. "Estou envergonhado de perceber que o Senado, que deveria estar debatendo os interesses do povo brasileiro e os interesses dos trabalhadores, está discutindo a condenação de uma pessoa inocente", disse Lula, que questionou a legitimidade do julgamento. "Hoje é o dia em que começam a rasgar a Constituição do País."