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Política

- Publicada em 07 de Agosto de 2016 às 20:20

Odebrecht diz que Temer negociou R$ 10 mi ao PMDB

Michel Temer é acusado de intermediar recursos para a sigla em 2014

Michel Temer é acusado de intermediar recursos para a sigla em 2014


ANDRESSA ANHOLETE/AFP/JC
O empresário Marcelo Odebrecht afirmou, em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, que repassou R$ 10 milhões em dinheiro ao PMDB, em 2014, a pedido do presidente interino Michel Temer. A informação é da revista Veja que chegou às bancas no sábado e diz que Odebrecht relata um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, em maio de 2014. Durante o encontro, do qual também participou o então deputado Eliseu Padilha (PMDB), hoje ministro-chefe da Casa Civil, Temer teria pedido ao empreiteiro "apoio financeiro" para o PMDB, que presidia à época.
O empresário Marcelo Odebrecht afirmou, em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, que repassou R$ 10 milhões em dinheiro ao PMDB, em 2014, a pedido do presidente interino Michel Temer. A informação é da revista Veja que chegou às bancas no sábado e diz que Odebrecht relata um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, em maio de 2014. Durante o encontro, do qual também participou o então deputado Eliseu Padilha (PMDB), hoje ministro-chefe da Casa Civil, Temer teria pedido ao empreiteiro "apoio financeiro" para o PMDB, que presidia à época.
Ainda de acordo com a revista, Odebrecht disse que repassou R$ 10 milhões em dinheiro vivo. Padilha teria recebido R$ 4 milhões e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, teria recebido outros R$ 6 milhões. Os valores teriam sido contabilizados no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, também conhecido como o "Departamento da Propina" da empreiteira.
O Planalto informou que Temer e Odebrecht de fato jantaram no Jaburu em 2014 para falar sobre "auxílio financeiro da construtora a campanhas eleitorais do PMDB, em absoluto acordo com a legislação eleitoral em vigor e conforme foi depois declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)". Segundo o TSE, a Odebrecht doou R$ 11,3 milhões à direção nacional do PMDB.
Também em resposta à revista, Padilha diz: "Lembro que Marcelo Odebrecht ficou de analisar a possibilidade de aportar contribuições de campanha para a conta do PMDB, então presidido pelo presidente Michel Temer". De acordo com a assessoria do ministro, "como Padilha não foi candidato, não pediu nem recebeu ajuda financeira de quem quer que seja".
Skaf negou ter recebido recursos de Odebrecht. Segundo Skaf, a Braskem, empresa controlada pela Odebrecht, doou R$ 200 mil à sua campanha naquele ano. Preso desde junho de 2015, Marcelo Odebrecht foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, a 19 anos de prisão e multa de mais R$ 100 milhões por danos causados à Petrobras.
Em outros trechos da delação premiada, o empreiteiro disse que repassou propinas referentes a contratos com a Petrobras por meio de doações eleitorais, entre elas as da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e do senador Aécio Neves (PSDB), que também disputou a presidência. Ambos negam.
Outro ministro teria sido beneficiado por recursos da Odebrecht. Reportagem da Folha de S.Paulo revelou que funcionários da empreiteira afirmaram a investigadores da Lava Jato que a campanha do ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), à presidência da República, em 2010, recebeu da empresa R$ 23 milhões por meio de caixa-2. É a primeira vez que Serra é citado em esquemas de corrupção por possíveis colaboradores da Lava Jato. Os executivos afirmaram que parte do dinheiro foi paga no Brasil e parte foi entregue por meio de depósitos em contas no exterior.
Informações do TSE mostram que a empreiteira doou naquele ano R$ 2,4 milhões ao Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra. Assim, a campanha do tucano teria recebido da empreiteira R$ 25,4 milhões - sendo R$ 23 milhões por caixa 2.
Segundo o jornal, funcionários da Odebrecht ainda vão relatar propinas pagas a intermediários de Serra no período em que foi governador de São Paulo (2007-2010), vinculadas à construção do Trecho Sul do Rodoanel.
Por meio de nota, Serra afirmou que conduziu sua campanha em 2010 dentro da legislação. Quanto a pagamento de propina na construção do Rodoanel, disse que considera a acusação "absurda".
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