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Opinião

- Publicada em 17 de Agosto de 2016 às 16:13

Carta à nação e o desfecho do processo de impeachment

A carta à nação lida, em 13 minutos, pela presidente afastada Dilma Rousseff (PT) foi a última tentativa de reverter os votos favoráveis ao impeachment, que, segundo a maioria dos analistas políticos, é algo praticamente inevitável.
A carta à nação lida, em 13 minutos, pela presidente afastada Dilma Rousseff (PT) foi a última tentativa de reverter os votos favoráveis ao impeachment, que, segundo a maioria dos analistas políticos, é algo praticamente inevitável.
Mas - e sempre existe uma possibilidade - o futuro na política não é como uma conta aritmética, na qual sempre dois mais dois darão quatro. O processo que está sendo seguido foi estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A votação definitiva sobre Dilma Rousseff está marcado para começar no dia 25, às 9h, no plenário do Senado. Ela irá, e será a última a falar.
Sendo assim, quando faltavam apenas nove dias para o seu julgamento pleno, a presidente leu carta com quatro páginas. Nela, repetiu que não pode ser condenada pelo "conjunto da obra", como se convencionou chamar aquilo que foi considerado como crime de responsabilidade fiscal, mesmo que alguns juristas e o Ministério Púbico Federal (MPF) assim não o tenham julgado. No entanto, a decisão é do Congresso Nacional, aí entrando, para o componente político e a pressão da opinião pública.
Coincidentemente, no mesmo dia da leitura, o STF permitiu a abertura de processo contra Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por acusações de tentarem obstaculizar investigações da Operação Lava Jato.
Dilma Rousseff propôs um pacto pela unidade nacional, manifestando apoio a um plebiscito para antecipar as eleições presidenciais de 2018.
Isso foi aventado antes, mas é uma figura que não existe na Constituição de 1988. A "Mensagem ao Senado Federal e ao Povo Brasileiro" não teve o condão de alterar o ânimo e ajudar na volta da presidente ao Planalto. Mesmo que ela não tenha, segundo reafirma, participado, com provas, de qualquer ato ilícito no comando do País.
A presidente afastada voltou a repetir a palavra golpe para classificar o processo a que responde. Proclamou que as denúncias contra ela são frágeis e inconsistentes.
"Não é legítimo, como querem os meus acusadores, afastar o chefe de Estado e de governo pelo 'conjunto da obra'. Quem afasta o presidente pelo 'conjunto da obra' é o povo, e só o povo, nas eleições", afirmou.
Mas, para se defender das críticas de que é muito introspectiva e raramente volta atrás em suas decisões, a presidente afastada disse que na sua jornada para se defender do impeachment ouviu duras críticas ao governo, pelos erros que foram cometidos e medidas políticas que não foram adotadas. Assim, ela, agora, "acolhe essas críticas com humildade para que possamos construir um novo caminho". Um gesto de aproximação, mas que, segundo os analistas da cena política nacional, veio tarde demais pelas circunstâncias que cercam o impeachment.
O certo é que, na semana que vem, a sorte de Dilma Rousseff estará nas mãos dos senadores da República. Acusada de crime de responsabilidade, a presidente afastada repetiu que "jamais praticou desonestidade, covardia ou traição. Ao contrário dos que deram início a este processo injusto e ilegal, não tenho contas secretas no exterior, nunca desviei um único centavo do patrimônio público para meu enriquecimento pessoal ou de terceiros e não recebi propina de ninguém".
Porém, é difícil uma decisão que não seja o impeachment. Então, que fale o Senado.
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