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Opinião

- Publicada em 02 de Agosto de 2016 às 13:01

Mulheres devem participar mais da política no País

Uma campanha publicitária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para estimular a participação feminina na política começa com exemplos de profissões em que as mulheres quebraram tabus nas últimas décadas e conquistaram seu espaço.
Uma campanha publicitária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para estimular a participação feminina na política começa com exemplos de profissões em que as mulheres quebraram tabus nas últimas décadas e conquistaram seu espaço.
A propaganda na TV exibe a piloto de avião, a engenheira da construção civil e a executiva que dirige uma grande empresa. Com profissionalismo e competência, as mulheres se destacam cada vez mais no mercado de trabalho, assumindo postos de chefia, em alguns casos, pela primeira vez na história de suas empresas.
A mudança não está restrita ao mundo do trabalho. Também nas entidades de classe, é cada vez mais marcante a presença feminina. Por exemplo, recentemente, Simone Leite foi eleita para comandar a Federasul - é a primeira mulher a presidir a Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul.
Paralelamente, houve avanços na participação das mulheres na política, mas esse progresso ainda é tímido. Embora o País tenha eleito a primeira mulher na presidência da República em 2010 (Dilma Rousseff, PT) e o Rio Grande do Sul já tenha tido sua primeira governadora (Yeda Crusius, PSDB, 2007-2010) - a representação feminina é pequena, especialmente nos legislativos.
É verdade que o Estado está na sua segunda senadora da República - a primeira, eleita em 1994, foi Emilia Fernandes (então PTB), e atualmente, Ana Amélia Lemos (PP) está no exercício do mandato. Entretanto, a soma de parlamentares mulheres é de apenas 11 de um total de 81 senadores.
E a representatividade na Câmara Federal é ainda menor: são 52 deputadas em um universo de 513 cadeiras na Casa. O Rio Grande do Sul é caso emblemático, sua bancada de 31 deputados federais tem apenas uma mulher, Maria do Rosário (PT).
Os dados são ainda mais surpreendentes se considerarmos o eleitorado. Em 2014, as mulheres - maioria da população brasileira - tinham mais de 9 milhões de votos de vantagem em relação aos homens. Segundo os registros do TSE, eram 77.459.424 eleitoras diante de 68.247.598 eleitores do sexo masculino.
No âmbito municipal - no qual a população voltará às urnas em outubro para eleger prefeitos e vereadores -, a situação não é diferente. Levantamento do Jornal do Comércio em 28 câmaras municipais no Rio Grande do Sul mostra uma média de 11,7% de vereadoras. Em Porto Alegre, só há quatro mulheres entre os 36 vereadores.
Qualquer que seja o objeto de análise, os números refletem essa distorção. Uma proposta para estabelecer uma mudança radical seria a reforma política, com eleição ao Legislativo através de uma lista fechada feita pelos partidos, alternando um candidato homem e uma mulher. Com isso, haveria uma divisão igualitária.
Já em vigor, a Lei das Eleições assegura a reserva de 30% do número de candidaturas para as mulheres em cada partido político ou coligação. É uma medida importante, mas não é por decreto que se conseguirá a mudança. Tanto que é comum os partidos apelarem a "candidatas laranjas" para fechar a quota dos 30%. Evidentemente, não é isso que se quer.
O País - a começar pelas mulheres, candidatando-se ou prestando mais atenção a mulheres que disputam votos - precisa se esforçar para que haja uma participação feminina mais representativa, de fato.
Partidos políticos devem abrir mais espaço a esses quadros, além de capacitar e criar programas de incentivo às mulheres, para que estejam mais presentes nos processos decisórios do País. O empoderamento das mulheres no mundo do trabalho e em diversos setores da sociedade mostra que não só é possível como desejável.
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