Com 180 votos contrários e 170 a favor, o Parlamento da Espanha rejeitou ontem a primeira tentativa do primeiro-ministro em exercício e líder do Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, de formar uma coalizão de governo. O premiê teve seis votos a menos do que o necessário para assegurar sua volta definitiva ao cargo, como esperado.
Desde dezembro, a Espanha viveu duas eleições parlamentares sem, no entanto, conseguir formar um governo. Caso Rajoy falhe novamente na segunda tentativa, marcada para amanhã, uma terceira será realizada em 25 de dezembro.
Na segunda votação, o primeiro-ministro em exercício precisará apenas da maioria simples dos votos. Atualmente, ele tem os 137 votos de seu partido e outros 33 parlamentares. Ele necessita, no entanto, que algum outro partido ao menos se abstenha, o que parece improvável a esta altura.
Rajoy fez um apelo à principal sigla de oposição, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que dê passagem e impeça a realização de uma terceira votação. No entanto, o líder da legenda, Pedro Sánchez, descartou tal possibilidade.
Enquanto não forma um governo, a Espanha segue com um premiê em exercício, com poderes limitados. O país não pode, por exemplo, aprovar o orçamento de 2017 ou apresentar projetos de leis. Investimentos em setores públicos estão paralisados. Apesar disso, a economia prospera, com previsão de crescer 2,9% neste ano.