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Turquia

- Publicada em 07 de Agosto de 2016 às 17:51

Massa vai às ruas em apoio a Erdogan

Com transporte gratuito de todo o país, mais de um milhão lotam ruas de Istambul

Com transporte gratuito de todo o país, mais de um milhão lotam ruas de Istambul


AFP/JC
Mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas de Istambul com bandeiras da Turquia ontem, como forma de condenar a recente tentativa de golpe militar, no qual mais de 239 pessoas morreram. A manifestação foi convocada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan e chamada de "Comício da democracia e dos mártires". O evento se iniciou com um minuto de silêncio por aqueles mortos durante a tentativa de golpe, seguido pelo hino nacional turco e orações.
Mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas de Istambul com bandeiras da Turquia ontem, como forma de condenar a recente tentativa de golpe militar, no qual mais de 239 pessoas morreram. A manifestação foi convocada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan e chamada de "Comício da democracia e dos mártires". O evento se iniciou com um minuto de silêncio por aqueles mortos durante a tentativa de golpe, seguido pelo hino nacional turco e orações.
Um palco de 60 metros foi construído para o evento, encoberto por bandeiras nacionais e banners de apoio a Erdogan. O evento foi transmitido simultaneamente em telões espalhados por todas as províncias turcas. Milhares de ônibus e mais de 200 barcos levaram os manifestantes para o local. "O triunfo é da democracia, as praças são do povo", diziam folhetos colocados sob as portas de casas da capital na noite de sábado, avisando que haveria transporte gratuito para quem quisesse participar do ato.
A boa adesão serviu para Erdogan mostrar sua força diante não apenas da recente tentativa de golpe, mas também das críticas do Ocidente ao decreto de estado de emergência, que pode ameaçar os direitos democráticos dos turcos. O evento reuniu manifestantes em um mar de bandeiras do país e cartazes de apoio com frases como "você é um presente de Deus, Erdogan" ou "mande-nos morrer, e nós o faremos".
"Nós estamos aqui para mostras que essas bandeiras não vão ser abaixadas, o pedido para orar não será silenciado, e o nosso país não será dividido", disse Haci Mehmet Haliloglu, de 46 anos, que viajou da cidade de Ordu, no Mar Negro, para participar do ato. "Isto é algo muito além de política. Isto é sobre nossa liberdade ou morte", continuou, segurando uma bandeira vermelha do país.
Líderes religiosos e representantes de dois dos três partidos de oposição participaram do ato e se sentaram ao lado de Erdogan, que chegou ao local de helicóptero junto à mulher, Emine. O Partido Democrático do Povo, pró-curdos, não foi convidado.
Desde o golpe fracassado, milhares de pessoas foram suspensas, detidas ou colocadas sob investigação pelo governo de Erdogan - incluindo soldados, policiais, juízes, jornalistas, médicos e servidores públicos. Aliados ocidentais temem que o presidente, que governa desde 2002, esteja usando a reação ao ato para consolidar seu poder.
O golpe foi anunciado em 15 de julho pelas Forças Armadas da Turquia, que chegaram a fechar acessos a Ancara e a Istambul, interromper o tráfego aéreo nas duas cidades e tomar o controle de prédios e de meios de comunicação do governo. Manifestantes a favor e contrários à derrubada de Erdogan foram às ruas em várias cidades do país, e confrontos violentos se desencadearam.
Erdogan acusa Fetullah Gulen, clérigo exilado nos Estados Unidos, de planejar a tentativa de golpe e pede sua extradição. Até agora, o governo dos EUA pede a Ancara evidências do envolvimento do clérigo na tentativa de derrubar o governo. A Turquia indicou que já forneceu em duas ocasiões "dossiês" sobre o papel de Gulen no golpe.
 

Governo pagará indenização a vítimas de tentativa de golpe de Estado

O governo turco ofereceu uma indenização e uma renda mensal às famílias dos mortos e feridos na tentativa de golpe de Estado. A ação, liderada por militares turcos, deixou 239 mortos e cerca de 2.200 feridos, segundo balanço do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan.
As famílias dor mortos receberão uma indenização de 240 mil liras turcas (R$ 253,3 mil) e um salário-mínimo mensal de 3.200 liras turcas (R$ 3.377). O benefício inclui ainda emprego garantido para dois membros de cada família, segundo anúncio feito pelo ministro do Trabalho e Segurança Social, Suleyman Soylu.
Os feridos nos confrontos que se seguiram à tentativa de golpe receberão até 177 mil liras turcas
(R$ 186,8 mil), dependendo, segundo a agência pró-governo Anadolu, da gravidade e do impacto dos ferimentos. Caso tenham sofrido algum dano permanente, os feridos poderão pleitear uma ajuda adicional de até 150 mil liras turcas (R$ 158,3 mil). Todos terão direito ainda a emprego garantido para um integrante da família.