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- Publicada em 09 de Agosto de 2016 às 23:43

Revolta de funcionários acaba em quebra-quebra

Trabalhadores invadiram instalações em protesto às demissões em massa sem cumprimento de rescisão

Trabalhadores invadiram instalações em protesto às demissões em massa sem cumprimento de rescisão


JONATHAN HECKLER/JC
Igor Natusch
A situação difícil que envolve trabalhadores e ex-funcionários do Hospital Porto Alegre (HPA) explodiu de forma tensa na tarde de ontem. Revoltados com a gestão do Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), trabalhadores recentemente demitidos ocuparam de forma violenta a área administrativa, em uma ação que provocou danos materiais e exigiu a intervenção da Brigada Militar (BM). O Isev demitiu 116 funcionários desde que assumiu, há pouco mais de um mês.
A situação difícil que envolve trabalhadores e ex-funcionários do Hospital Porto Alegre (HPA) explodiu de forma tensa na tarde de ontem. Revoltados com a gestão do Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), trabalhadores recentemente demitidos ocuparam de forma violenta a área administrativa, em uma ação que provocou danos materiais e exigiu a intervenção da Brigada Militar (BM). O Isev demitiu 116 funcionários desde que assumiu, há pouco mais de um mês.
O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Casas de Saúde do Rio Grande do Sul (SindiSaúde-RS) afirma que as demissões não foram homologadas, que o pagamento das rescisões não está sendo feito e que carteiras de trabalho estão sendo retidas além do prazo legal, entre outros problemas. Além disso, os funcionários ainda ligados ao HPA estão recebendo salários com atraso há mais de um ano, situação que teria se agravado sob o comando da Isev. De acordo com o SindiSaúde, apenas 30% dos salários referentes ao mês de julho foram depositados no prazo.
O clima ficou tenso desde o começo da tarde, quando estava prevista uma assembleia de funcionários no pátio. A entrada principal estava fechada, o que provocou revolta entre os trabalhadores. Depois de ingressarem, passaram a exigir uma audiência com a direção do Isev, que não estava no local. Por volta das 14h30min, os funcionários quebraram a entrada de vidro e ocuparam o setor administrativo, forçando a porta da diretoria.
Com a chegada da BM, os ânimos foram aos poucos se acalmando. Trabalhadores exaltados reclamavam das dificuldades causadas pela falta de dinheiro, como atrasos no pagamento de contas e aluguéis. "Chega de enrolação, queremos rescisão", gritavam, enquanto os policiais tentavam promover uma mediação entre administração e sindicalizados.
A proposta apresentada pelos advogados do Isev previa o pagamento das rescisões em 24 vezes, com parcelas de R$ 800,00 nos primeiros seis meses e R$ 1.000,00 nos restantes. A alegação é de que a situação financeira do hospital é muito difícil e não há valores para a quitação imediata das dívidas. A ideia foi rechaçada pelo sindicato. Está prevista para a manhã de hoje a definição de uma audiência junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que pode gerar um Termo de Ajustamento de Conduta contra a atual administração do HPA. Os trabalhadores prometeram fazer vigília na área administrativa até que seja confirmada a data da reunião.
"A única solução que vislumbramos está na Justiça do Trabalho. Até uma greve seria inócua, porque o descaso com os trabalhadores é total, não há sequer o pagamento de salários. É uma picaretagem o que está sendo feito", acusa Arlindo Ritter, presidente do SindiSaúde. Segundo ele, há suspeitas de uma possível fraude no processo sucessório que repassou o controle da Associação dos Funcionários Municipais (AFM) para o Isev, uma instituição de caráter filantrópico que também atua em outros estados brasileiros.
O trâmite, no valor de R$ 55 milhões, cedeu todo o patrimônio do HPA para a nova administradora, incluindo o quadro de funcionários e o passivo trabalhista. Os problemas do hospital se agravaram em março do ano passado, quando foi encerrado um convênio de 46 anos com a AFM, principal fonte de renda do hospital.
Segundo o sindicato, o Isev assumiu instituições de saúde em outros municípios - como Taquara, São Jerônimo e Rosário do Sul - sem dispor de capacidade financeira para tal. O sindicato entrou com uma representação no MPT pedindo que o Isev esclareça a real situação do contrato de concessão. No momento, há apenas 30 leitos funcionando na instituição.
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