Ao fim de mais de duas horas de discussão, o congresso do Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou ontem, por larga maioria, a decisão do Comitê Executivo sobre o caso Rússia, dando respaldo ao presidente Thomas Bach. Houve apenas um voto contra. Sob grande pressão pela indefinição da situação às vésperas dos Jogos do Rio, e sob críticas da Agência Mundial Antidoping (Wada) por não ter referendado o pedido de banimento completo da delegação russa, expresso no relatório McLaren, o presidente do COI abriu o 129º congresso do órgão em um hotel da Barra, com um grande debate sobre a luta contra o doping.
Bach pretendia fazer uma espécie de prestação de contas ao Congresso (formado por representantes de todos os países filiados) das decisões recentes do Comitê Executivo da entidade, que optou por não banir completamente a Rússia e estabelecer dois "filtros" para o sinal verde para a participação dos atletas do país no Rio: o "ok" de cada federação internacional do esporte e por último a aprovação de uma comissão especial recém-criada do próprio COI.
Em seu discurso de abertura, em que rebateu críticas feitas por Craig Reed, presidente da Wada e também vice-presidente do COI, Bach afirmou que a entidade proporá, em outubro, uma "revisão total" do sistema antidoping. Ao fim da discussão, pôs em votação um apoio à decisão do Comitê Executivo sobre o caso Rússia e à ideia de propor mudanças no sistema. Quase todos no plenário levantaram o braço. O próprio Bach conduziu a "contagem" dos votos e anunciou apenas um voto contra.