Publicada em 30 de Agosto de 2016 às 16:08

Emater prevê aumento de 2,2% na safra de verão

Emater-RS divulga estimativa de produção de grãos para próxima safra no RS

Emater-RS divulga estimativa de produção de grãos para próxima safra no RS


Kátia Marcon/Emater/Divulgação/JC
Marcelo Beledeli
A safra de grãos de verão 2016/2017 no Estado deve registrar uma colheita de 29,1 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 2,20% em relação ao ciclo 2015/2016. Essa é a estimativa apresentada ontem pela Emater, em seu primeiro levantamento sobre intenção de plantio de safra de verão, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
A safra de grãos de verão 2016/2017 no Estado deve registrar uma colheita de 29,1 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 2,20% em relação ao ciclo 2015/2016. Essa é a estimativa apresentada ontem pela Emater, em seu primeiro levantamento sobre intenção de plantio de safra de verão, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
O estudo aponta ainda para um aumento de 1,66% na área plantada no Rio Grande do Sul, alcançando 7,463 milhões de hectares. Para o presidente da Emater, Clair Kuhn, os produtores gaúchos apresentam boas condições para expandir as lavouras neste ano. “A capitalização dos produtores está boa, pois tiveram uma safra cheia e com bons preços. Além disso, ainda há boa oferta de crédito rural”, destacou.
No entanto, segundo Kuhn, a ocorrência neste ano do fenômeno climático La Niña, que gera menor volumes de chuvas no Rio Grande do Sul, pode afetar negativamente algumas culturas.
Em relação à produção, as previsões foram realizadas tomando por base tendências de rendimentos médios municipais nos últimos 10 anos. A maior elevação é esperada no arroz, com uma colheita prevista de 8,35 milhões de toneladas, crescimento de 11,33% em relação à safra passada. Esse aumento ocorre principalmente na produtividade, uma vez que área plantada deve variar pouco, com crescimento de apenas 0,64%, alcançando 1,09 milhões de hectares.
“O arroz, no último ciclo, enfrentou problemas graves com inundações, que destruíram muitas lavouras. Neste verão, o clima deverá ser mais seco, devido ao La Niña, o que deve contribuir para a retomada da cultura”, explica o presidente da Emater, Clair Kuhn. Já na soja, principal cultura agrícola do Estado, a menor quantidade de chuvas deve reduzir a produção em 2,11% neste ano, fazendo com que a colheita da oleaginosa alcance 15,85 milhões de toneladas.
No milho, é esperada uma alta de 2,66% na produção, chegando a 4,85 milhões de toneladas. O principal motivo para o crescimento é a expansão de 8,93% na área plantada, que deve alcançar 805,6 mil hectares no Estado. “O alto preço do milho está levando alguns produtores a expandir a produção, inclusive sobre algumas áreas de soja no Norte do Estado. Mesmo assim, isso não será suficiente para suprir localmente toda a necessidade de uso do grão nas cadeias gaúchas de aves, suínos e gado leiteiro”, explicou Lino Moura, diretor técnico da Emater.
Apesar do incentivo ao plantio de milho, a área de soja no Estado também deve crescer. A Emater espera um aumento de 0,90% nas lavouras da oleaginosa, alcançando 5,52 milhões de hectares. Segundo Moura, esse avanço deve ocorrer principalmente sobre áreas de pecuária da Metade Sul, como nas regiões de Bagé e de Pelotas, e mesmo no Litoral, onde municípios como Palmares do Sul, Mostardas e Tavares já foram incluídos no zoneamento climático da soja. “Esse processo nos preocupa um pouco devido aos riscos de plantio de soja em áreas com solos muito arenosos, como é o caso do Litoral”, alertou o diretor técnico da Emater.
Já o feijão deve apresentar diminuição tanto de área plantada – 39,88 mil hectares, redução de 1,39% - quanto de produção – 53,3 mil toneladas, queda de 10,57%. Segundo Clair Kuhn, mesmo com o preço do produto se elevando no mercado, as dificuldades da produção (que ainda é quase completamente manual) somadas à atratividade das outras culturas devem continuar impondo a tendência de redução da cultura no Estado, que ocorre desde 1995.
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