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Porto Alegre, ter�a-feira, 23 de agosto de 2016. Atualizado �s 22h05.

Jornal do Com�rcio

Expoagas 2016

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ENTREVISTA

Not�cia da edi��o impressa de 24/08/2016. Alterada em 23/08 �s 19h37min

Ant�nio Cesa Longo, um otimista por natureza

"A regionaliza��o � muito importante no Estado, pois contamos com uma ind�stria aliment�cia muito forte", afirma


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Antônio Cesa Longo assumiu o cargo de presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) em dezembro de 2002 com um projeto de interiorização. Entre as atividades que, desde então, aproximam os empresários de fora de Porto Alegre estão o Jantando com a Agas - focado na integração e qualificação de supermercadistas e fornecedores do Interior - e as Convenções Regionais, que chegaram a 50ª edição este ano.
As convenções são realizadas em pontos estratégicos e de grande importância no desenvolvimento do setor no Rio Grande do Sul. "A regionalização é muito importante no Estado, pois contamos com uma indústria alimentícia muito forte", afirma o dirigente.
Além de valorizar os varejistas regionais, a gestão de Longo busca unir e fortalecer as pequenas e grandes empresas para que ofereçam um serviço mais qualificado e profissional. A Agas trabalha forte durante todo ano para desenvolver cursos e palestras que possibilitem a troca de experiência e capacitação profissional para gestores e colaboradores. Em 14 anos à frente da entidade, se destacam projetos pioneiros como a escola móvel, o curso superior de Gestão, a pós-graduação e a criação de um supermercado-modelo para a realização de cursos práticos. Outra bandeira de Longo e sua equipe é o reconhecimento da Expoagas como maior feira de varejo do Cone Sul e a segunda maior feira brasileira do setor.
O trabalho na entidade gaúcha rendeu em 2011 ao presidente condecorações nas Câmaras Municipais de Porto Alegre e Bento Gonçalves, além de homenagem na Assembleia Legislativa. No mesmo ano também foi condecorado com o título de Cidadão Bento-Gonçalvense e recebeu o Prêmio Líderes & Vencedores, conferido pela Assembleia Legislativa e pela Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) na categoria Mérito Empresarial. Há dois anos, na edição de 2014, foi condecorado com a Medalha Mérito Farroupilha, a mais alta honraria concedida pelo Parlamento gaúcho.
Formado em Economia e com pós-graduação em Gestão Empresarial e Administração em Marketing, Longo trabalha desde 1982 na Companhia Apolo de Supermercados, onde ocupa o cargo de diretor e comanda oito lojas de supermercados em Bento Gonçalves e Garibaldi, na Serra Gaúcha. Além de presidir a Agas, é vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Em sua vida profissional, Longo sempre esteve ligado a entidades. Foi vice-presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves e exerceu cargos de direção na Federação do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado do Rio Grande do Sul (Fecogêneros) e na Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul. Participou do Conselho de Administração do Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves; da construção do kartódromo Aristides Bertuol, também de Bento Gonçalves; e de clubes de serviços, como Lions e o Rotary Club. Ainda foi diretor da Fundaparque (entidade que administra o centro de eventos de Bento Gonçalves).
Confira a entrevista com o dirigente e sua expectativa para o atual cenário supermercadista.
JC - Como o setor enfrentou a crise de 2015? Este ano está melhor que o anterior?
Antônio Cesa Longo - O consumidor é o grande professor do varejo neste período de instabilidade. O ramo supermercadista não sofre grandes quedas em momentos de crise, assim como não tem crescimentos muito grandes em períodos de euforia econômica. Ainda assim, 2015 representou a primeira queda real para o setor em 13 anos no Rio Grande do Sul.
JC - Qual a expectativa a curto, médio e longos prazos?
Longo - Certamente não haverá crescimento real em 2016. Estamos trabalhando para um crescimento nominal na casa de 4% a 6% em 2016, mas, otimistas que somos, esperamos uma recuperação já em 2017. O setor trabalha sempre com um pé na realidade, mas o supermercadista está aprendendo com seu cliente e é um otimista por natureza.
JC - Quais políticas públicas e fiscais o senhor considera essenciais para o retorno do crescimento?
Longo - A simplificação tributária é essencial, mas o que está emperrando a retomada do crescimento é a crise ética e política. Esperamos que a Operação Lava Jato desencadeie o início de um processo de reversão no País, do fim do direito adquirido, da minimização da máquina pública e do início de gestão eficiente no poder público.
JC - Atualmente, qual maior dificuldades dos empresários?
Longo - São muitos os fatores de entrave. As dificuldades de interpretações nas regras tributárias, a insegurança e a impossibilidade do cumprimento de legislações que não são aplicáveis na prática, por exemplo. O Brasil precisa incentivar as empresas, fomentar a geração de empregos e criar uma cultura de eficiência em todos os segmentos.
JC - De que forma a Agas atua para defender os interesses dos associados junto aos governos estadual e federal?
Longo - Estamos em constantes reuniões e costurando projetos junto aos Três Poderes. A Agas não busca melhores condições apenas aos supermercadistas, queremos uma indústria forte, uma produção qualificada e um consumidor com poder de compra para fazer valer o seu dinheiro e girar a roda da economia. Uma economia só é forte quando todos os setores crescem juntos, ou este crescimento não será sustentável. Por isso, mantemos uma pauta constante de reivindicações e sugestões entregues periodicamente às mais diversas autarquias públicas.
JC - O Rio Grande do Sul se mantém em uma posição de destaque no cenário supermercadista nacional. Qual a receita desse bom desempenho?
Longo - O consumidor mais exigente do Brasil constrói o supermercado mais eficaz. Este é o segredo do setor supermercadista gaúcho. Este é um setor que requer paixão e flexibilidade, já que o cliente quer encontrar um atrativo diferente a cada visita ao ponto de venda. O varejo é desafiador, dá trabalho, mas é apaixonante.
JC - Ainda há espaço para quem quer investir e iniciar um negócio no setor supermercadista no RS? Existe algum segmento em especial? Quais as dicas do presidente do Agas?
Longo - Há espaço para empresas de todos os tamanhos e para todos os formatos de loja. Quem quiser abrir um supermercado precisa fazer um estudo de mercado para identificar um ponto adequado e, a partir daí, trabalhar seu mix de produtos de acordo com a proposta da loja e com o perfil dos clientes. A dica é, para ser supermercadista, você precisa ser apaixonado pelo seu trabalho.
JC - Como o pequeno empresário pode competir com as grandes redes?
Longo - Hoje, a tecnologia, softwares de gestão e de controle, os produtos, tudo está ao alcance de todos. Alguns pequenos mercados apostam nas centrais de negócios, um modelo associativista surgido em Santa Maria na década de 1980, que oportuniza compras coletivas para barganhar melhor preço. Mas o segredo das redes pequenas de sucesso está, acima de tudo, no olho no olho com o cliente, no atendimento personalizado, na identificação com o consumidor. O supermercado de sucesso é o que melhor conhece as necessidades do cliente e o pequeno tem a proximidade que facilita o negócio.
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