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CONJUNTURA

- Publicada em 19 de Agosto de 2016 às 10:29

Em compasso de espera para retomada do crescimento

Anúncio do governo federal de retomar obras de habitação popular anima os empresários e a expectativa é que o cenário comece a melhorar no ano que vem

Anúncio do governo federal de retomar obras de habitação popular anima os empresários e a expectativa é que o cenário comece a melhorar no ano que vem


DÊNIO SIMÕES/AGÊNCIA BRASÍLIA /DIVULGAÇÃO/JC
O Brasil entrou em recessão no segundo trimestre de 2014 e ainda não apresenta sinais consistentes de recuperação. São dois anos com a economia apresentando taxas de crescimento negativas. Um dos setores que mais sofre com a crise é o da construção civil. De outubro de 2014 até agora, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor no Rio Grande do Sul caiu cerca de 10%. No ano passado, a contração foi de 6,6%. A expectativa de economistas e entidades ligadas ao segmento é de que o cenário comece a melhorar em 2017, embora distante do ritmo registrado em 2013.
O Brasil entrou em recessão no segundo trimestre de 2014 e ainda não apresenta sinais consistentes de recuperação. São dois anos com a economia apresentando taxas de crescimento negativas. Um dos setores que mais sofre com a crise é o da construção civil. De outubro de 2014 até agora, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor no Rio Grande do Sul caiu cerca de 10%. No ano passado, a contração foi de 6,6%. A expectativa de economistas e entidades ligadas ao segmento é de que o cenário comece a melhorar em 2017, embora distante do ritmo registrado em 2013.
O pesquisador e economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Fernando Cruz, explica que o Valor Adicionado Bruto (VAB) da Construção Civil gaúcha, uma medida de atividade econômica semelhante ao PIB sem os impostos, apresentou tendência de queda desde 2014, quando a crise econômica no Brasil eclodiu.
Segundo ele, os dados mais recentes indicam uma redução deste indicador de aproximadamente 4% no primeiro trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior. "Esta queda está relacionada a um contexto mais amplo de crise econômica no País, não sendo apenas setorial ou regional. A crise no Estado afeta este mercado por duas vias. A primeira é o aumento de impostos, especialmente o ICMS, que encarece os custos das obras. O segundo é o corte de gastos, no qual os investimentos são mais afetados. No entanto, os entraves mais graves permanecem no nível federal", diz o pesquisador.
E foi justamente para buscar apoio e medidas concretas de Brasília que mais de 800 empresários e representantes de entidades ligadas à construção civil entregaram pessoalmente, no início do mês, uma carta de reivindicações ao presidente interino Michel Temer. No encontro, o governo federal apresentou uma proposta de criação de um fórum permanente de diálogo entre a presidência da República e o setor. A promessa é de que o grupo se reúna a cada 45 dias, no gabinete do Palácio do Planalto, para avaliar o andamento das ações.
Outra medida que promete dar um ânimo na indústria da construção é o anúncio da retomada de mais de 10,6 mil unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida, que estavam paralisadas. Para a conclusão dessas obras, com valor total de R$ 167,2 milhões, serão necessários aportes de R$ 56,58 milhões. "Sem construção, não há progresso", disse Temer. Desde 2009, o governo federal investiu R$ 309 bilhões no Minha Casa Minha Vida para a contratação de mais de 4,3 milhões de unidades habitacionais. Para 2017, são esperadas contratações de mais 600 mil unidades, segundo o Ministério das Cidades.
A construção civil responde tradicionalmente de uma maneira muito rápida quando medidas são tomadas na direção correta, afirma Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria dos Materiais de Construção (Abramat). Ele defende mais acesso ao crédito imobiliário, crédito para reformas e um programa permanente de moradia popular e infraestrutura. O índice de julho da Abramat revela que as indústrias de materiais de construção tiveram retração de 9% em seus faturamentos deflacionados, em comparação com julho de 2015.
O resultado reflete a 30ª queda consecutiva nesta base de comparação. No entanto, em relação a junho, foi observado um crescimento de 5,6%. "Estamos esperançosos e na expectativa não só que o ciclo tenha terminado, mas que o governo se dê conta da importância da construção e que qualquer medida irá reverter no aumento do emprego e da atividade", completa.

Material de construção registra aumento nas vendas no varejo

Anúncio do governo federal de retomar obras de habitação popular anima os empresários e a expectativa é que o cenário comece a melhorar no ano que vem

Anúncio do governo federal de retomar obras de habitação popular anima os empresários e a expectativa é que o cenário comece a melhorar no ano que vem


DÊNIO SIMÕES/AGÊNCIA BRASÍLIA /DIVULGAÇÃO/JC
As vendas no varejo de material de construção cresceram 8,5% no mês de julho na comparação com junho. O desempenho foi 4% superior ao registrado no mesmo período de 2015 e equivale ao terceiro mês consecutivo de crescimento do setor em 2016, de acordo com os dados do estudo mensal realizado pelo Instituto de Pesquisas da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). "Com os bons resultados apresentados em julho, o setor, que acumula queda de 6% em 2016, deve praticamente zerar esse índice nos próximos dois meses, graças ao elevado grau de otimismo demonstrado na pesquisa. Nos últimos 12 meses, estamos com queda acumulada de 4%", afirma o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.
A expectativa da entidade é de que o varejo de material de construção encerre o ano com crescimento de 5% sobre 2015. O presidente da Anamaco também ressalta que este é o melhor momento para o consumidor retomar as obras sem gastar mais do que gostaria. "O cliente já percebeu que a defasagem dos valores dos materiais de construção não deve durar, pois com os ajustes na produção pelas indústrias, os preços devem subir. Hoje, o cliente já tem dificuldade de encontrar a mesma disponibilidade de produtos e marcas que foram abundantes durante o ano passado. No momento, as lojas ainda estão vendendo esses produtos, em média mais baratos do que em 2015, porém os estoques já estão baixos e, assim que forem repostos, esses preços devem mudar", diz.