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Trabalho

- Publicada em 18 de Agosto de 2016 às 09:44

Desemprego ainda ronda trabalhadores

Dados apontam que o Brasil emprega atualmente 2,76 milhões de pessoas no ramo da construção civil

Dados apontam que o Brasil emprega atualmente 2,76 milhões de pessoas no ramo da construção civil


STICC/DIVULGAÇÃO/JC
A construção civil é considerada um termômetro da economia brasileira. Ainda que o segundo semestre tenha iniciado marcado pela expectativa de uma potencial melhora, o emprego no setor registrou queda de 1,18% em junho, em relação a maio, o que representou o 21º decréscimo desde outubro de 2014.
A construção civil é considerada um termômetro da economia brasileira. Ainda que o segundo semestre tenha iniciado marcado pela expectativa de uma potencial melhora, o emprego no setor registrou queda de 1,18% em junho, em relação a maio, o que representou o 21º decréscimo desde outubro de 2014.
Em 12 meses, foram fechados 465 mil postos de trabalho no Brasil. Os dados foram divulgados neste mês pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), resultado de uma pesquisa feita em conjunto com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.
Com o fechamento de 33,02 mil vagas em junho e extinção de 139,1 mil no primeiro semestre do ano, o Brasil emprega atualmente 2,76 milhões de pessoas no ramo. Os piores resultados foram observados no Nordeste (-1,51%). Em seguida, vêm as regiões Sudeste (-1,48%), Sul (-0,8%), Norte (-0,17%) e Centro-Oeste ( 0,12%). Apenas o Centro-Oeste apresentou alta (0,12%).
O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Rafael Antonio Petry Lonzetti, que coordena o Comitê de Política de Relações de Trabalho da entidade, afirma que, no Estado, mais de 20 mil pessoas perderam seus empregos por conta da instabilidade econômica. Entretanto, ele confirma as boas expectativas do setor, depois da queda de produtividade de toda a cadeia da construção civil. "Os números ainda não mostraram essa melhora, mas os empresários estão confiantes", destaca.
Para Lonzetti, a tendência é que as expectativas positivas se confirmem e que em 2017 ocorra um crescimento na contratação de mão de obra.
Conforme o presidente do Sinduscon-SP, José Romeu Ferraz Neto, é necessário que o País adote medidas emergenciais para estimular a atividade. "O número de vagas fechadas na indústria da construção desde 2014 deverá ultrapassar 1,1 milhão até o final de 2016. Isto representa 30% do total de trabalhadores que o setor chegou a empregar antes da crise. Mas o setor voltará a empregar rapidamente se medidas urgentes destinadas à expansão da infraestrutura e à contratação de habitação popular forem tomadas, junto com o lançamento de novas concessões e Parcerias Público-Privadas. Este esforço precisa envolver tanto a União como os estados e os municípios", ressalta Ferraz.
O investimento no ramo de habitação é um dos caminhos mais eficazes para combater o desemprego, confirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), Antonio de Sousa Ramalho. Conforme seus cálculos, R$ 1 bilhão aplicado na construção de moradias populares, por exemplo, gera cerca 51,3 mil postos de trabalho, considerando também os empregos indiretos.
Conforme o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material da Construção (Anamaco), Cláudio Conz, a resposta do setor é muito rápida na geração de emprego e renda.
Conz afirma que toda a estrutura da construção emprega 13 milhões de pessoas, considerando empregos formais, informais e indiretos. "Tradicionalmente, quando a construção está bem, ela emprega pessoas. O crescimento do Brasil passa por tijolo, cimento e mão de obra. Com base nos últimos três meses, o setor tem a sinalização de que vai reverter a queda do ano passado com crescimento em torno de 5%", completa o presidente da Anamaco.

Informalidade preocupa, e riscos de acidentes de trabalho aumentam

 caderno construção 2016 mão de obra credito STICC divulgação divulgacao JC

caderno construção 2016 mão de obra credito STICC divulgação divulgacao JC


STICC/DIVULGAÇÃO/JC
Uma das consequências da crise é a informalidade. Um grande número de desempregados busca trabalho na construção civil, e boa parte atua por conta própria, muitas vezes correndo risco de acidentes. Na área da construção civil, o percentual de informalidade chega a 54%, o que significa que R$ 30 bilhões deixam de circular oficialmente por ano.
"Com a informalidade no setor, há um consequente aumento de riscos de acidentes de trabalho", diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc), Gelson Santana.
Segundo uma pesquisa realizada em agosto de 2015 pelo Instituto Methodus, 48% dos trabalhadores têm medo de sofrer um acidente de trabalho. Como forma de minimizar os riscos aos trabalhadores, o Sticc possui seis equipes de fiscalização, com 40 técnicos em segurança do trabalho, que fazem uma ronda diária pelas obras de Porto Alegre. Os fiscais também promovem os Diálogos Diários de Segurança, com objetivo de despertar nos funcionários a conscientização envolvendo suas atividades diárias.
O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Rafael Antonio Petry Lonzetti, afirma que o sindicato tem atuado com seus associados em ações para valorizar o trabalhador, tanto na questão da qualificação como segurança e saúde. O sindicato também mantém o Comitê de Política de Relações de Trabalho, coordenado por Lonzetti, composto por um grupo técnico de engenheiros de segurança do trabalho, como forma de solidificar as discussões dessa área junto ao setor e ao Ministério do Trabalho, propondo continuamente melhorias, principalmente nas normas regulamentadoras.