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PERSPECTIVAS

- Publicada em 17 de Agosto de 2016 às 08:52

Setor acena para recuperação lenta em Porto Alegre

Índice de Expectativa do Mercado Imobiliário de julho mostra uma recuperação do mercado

Índice de Expectativa do Mercado Imobiliário de julho mostra uma recuperação do mercado


FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
O Índice de Expectativa do Mercado Imobiliário (Iemi) de julho mostra uma recuperação do mercado de Porto Alegre. O resultado é o melhor desde o início do levantamento. O estudo é elaborado pela Alphaplan Inteligência em Pesquisas, com a colaboração do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RS) e Rede Gaúcha de Imóveis. Segundo o economista e diretor da empresa de pesquisa, Tiago Jung Dias, o índice de julho ficou em 106 pontos, 9,3% melhor que o registrado em junho (96,9 pontos). Dias explica que quando mais próximo de 100 pontos, mais perto da estabilidade. A meta é 200 pontos, considerado um indicador máximo de otimismo.
O Índice de Expectativa do Mercado Imobiliário (Iemi) de julho mostra uma recuperação do mercado de Porto Alegre. O resultado é o melhor desde o início do levantamento. O estudo é elaborado pela Alphaplan Inteligência em Pesquisas, com a colaboração do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RS) e Rede Gaúcha de Imóveis. Segundo o economista e diretor da empresa de pesquisa, Tiago Jung Dias, o índice de julho ficou em 106 pontos, 9,3% melhor que o registrado em junho (96,9 pontos). Dias explica que quando mais próximo de 100 pontos, mais perto da estabilidade. A meta é 200 pontos, considerado um indicador máximo de otimismo.
"Estamos saindo de um momento de depressão. Acreditamos que deve seguir neste ritmo de crescimento seguro a médio prazo", diz o economista. A medição do índice - que leva em conta a expectativa de incorporadores, corretores e consumidores - começou em agosto de 2015 com 84 pontos, sendo que o pior resultado foi registrado em janeiro deste ano: 74,6 pontos. A quatro meses do fim do ano e com muitas definições no cenário político e econômico a serem ajustadas, Dias não arrisca uma posição para 2017.
"Ainda é cedo para essa projeção, mas temos a ideia de que o pior já passou", completa ele, ressaltando que empreendimentos bem pensados e com boas propostas financeiras estão sendo bem absorvidos pelo consumidor.
Quem também não arrisca uma projeção a longo prazo é o pesquisador e economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Fernando Cruz. Ele diz que ainda é cedo para falar em reversão nos mercados, em especial no setor de construção. No entanto, alguns indicadores começam a apresentar sinais de crescimento, o que é considerado positivo, principalmente os que estão relacionados à produção de insumos usados na construção, mão de obra empregada em estágios iniciais de obras, como demolição, fundação, terraplanagem etc. "Estes indicadores tendem a refletir com antecedência os movimentos da atividade econômica setorial", afirma Cruz.
Para quem tem dinheiro no bolso, o momento pode ser propício para investir. Com o fim da euforia dos imóveis e a desaceleração nos preços, o consumidor hoje se encontra em uma posição mais vantajosa do ponto de vista do planejamento, segundo o economista da FEE. "Os preços se movem mais lentamente ou até decrescem. Então, o consumidor tem tempo de pesquisar com mais calma outras oportunidades de compra e aluguel e tomar uma decisão melhor", comenta, lembrando que a subida de juros ainda é um problema para clientes e empresários, já que os financiamentos acabam se tornando menos atraentes.

Definição política é essencial

A definição do cenário político, independente de quem fique no comando do País, é vista como essencial para a retomada da economia, segundo Juliano Melnick, diretor da Melnick Even. "Vamos começar 2017 com essa decisão e isso é bom", afirma o empresário. Ele acredita que pelos indicadores atuais existe uma chance do Produto Interno Bruto (PIB) nacional fechar positivo no próximo ano. Segundo Melnick, quando se vem de um pico ruim de PIB é normal que a retomada seja mais lenta. "A decisão de comprar um imóvel é muito bem pensada, pois é um bem que se leva anos para pagar. Por isso, o consumidor precisa de um ambiente mais seguro no seu emprego e na economia para investir", diz ele.
Ao contrário de outras capitais brasileiras, que sofreram muito com a recessão do mercado imobiliário, Porto Alegre até que se saiu bem, já que conta com um estoque baixo de imóveis. Planejamento estratégico a longo prazo é a receita para enfrentar momentos difíceis, garante Melnick. "Estávamos preparados para a crise, sabíamos que ela vinha. Não sabíamos quando e nem sua intensidade, mas definimos nossos lançamentos e pensamos as tendências de mercado para três, quatro anos, que é o tempo médio que dura uma obra", afirma o empresário, que em 2015 comemorou o recorde de vendas da empresa e no primeiro semestre deste ano lançou cinco empreendimentos. "Seguimos com o pé no acelerador. Apostamos em empreendimentos menores, com risco mais baixo", completa.
O diretor de Relações Instituições da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Mario Ilha, também acredita que com a definição em Brasília o País terá condições para alavancar novos projetos de habitação e infraestrutura. "Nosso setor encolheu 12% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado", diz o dirigente. Apesar do resultado ruim, Ilha garante que os associados da ABCP estão otimistas quanto ao futuro. Nos anos de 2013 e 2014, o País foi o quarto produtor de cimento de mundo, com a produção de 70 milhões de toneladas e capacidade para 90 milhões de toneladas. O resultado de 2015 ainda não saiu, mas o diretor acredita que o Brasil tenha caído para 6ª posição. "Temos muito potencial, mas isso vai depender de fortes investimentos e da participação da iniciativa privada", completa o diretor.