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CONJUNTURA

- Publicada em 31 de Agosto de 2016 às 20:50

Para analistas, crise não acaba com impeachment

Analistas especializados em Brasil na Europa consideram que, ao menos por ora, o impeachment não representa o final da crise política interna nem a retomada da atratividade econômica do País em relação a investidores estrangeiros. Para os experts, a queda de Dilma Rousseff encerra um ato da turbulência, mas não garante que o presidente Michel Temer conseguirá estabilizar o País nos próximos meses, em meio à Operação Lava Jato e às eleições.
Analistas especializados em Brasil na Europa consideram que, ao menos por ora, o impeachment não representa o final da crise política interna nem a retomada da atratividade econômica do País em relação a investidores estrangeiros. Para os experts, a queda de Dilma Rousseff encerra um ato da turbulência, mas não garante que o presidente Michel Temer conseguirá estabilizar o País nos próximos meses, em meio à Operação Lava Jato e às eleições.
Para François-Michel Le Tourneau, geógrafo do Instituto de Estudos da América Latina (Iheal), de Paris, a destituição de Dilma Rousseff representa também a derrocada do Partido dos Trabalhadores (PT), ao menos temporária. Por outro lado, não significa que Michel Temer comandará um governo estável. "O País está longe de ser estável. A capacidade de Temer de estabilizá-lo não é evidente, ainda mais no contexto da Operação Lava Jato, que ainda derrubará ministros e parlamentares", entende Le Tourneau. "Esse episódio chegou ao fim, mas a crise política não."
Para Juliette Dumont, professora de História especializada em Brasil e América Latina na Université Sorbonne Nouvelle-Paris 3, o Brasil vive uma ruptura em relação à ordem democrática estabelecida pela Constituição de 1988. "Há uma reflexão a se fazer sobre como funciona o sistema político brasileiro, o presidencialismo de coalizão, sobre a questão de o Congresso ter muitos partidos, mas uma representação bastante desconectada do povo brasileiro", afirma. Para Juliette Dumont, haverá questões também sobre o papel que o Brasil quer representar no cenário internacional. "A imagem do Brasil está muito abalada. O Brasil era tido como uma das maiores democracias do mundo, mas não sei se deu uma boa imagem de sua democracia", diz a pesquisadora.
Também no que diz respeito à credibilidade da economia do País, a instabilidade ainda não passou aos olhos dos europeus. Para o advogado Charles-Henry Chenut, conselheiro de Comércio Exterior da França, órgão de consulta do primeiro-ministro, Manuel Valls, "a destituição não muda nada no cenário brasileiro, marcado por uma classe política muito corrompida". "No que diz respeito aos investimentos diretos do exterior, em especial, de empresas e investidores franceses, eles permanecem estáveis. Mas não há novos atores chegando ao mercado brasileiro, porque o País não oferece perspectivas claras, e seu horizonte econômico ainda é muito sombrio", analisa o advogado, que atua na assessoria de empresas entre os dois países. "Observamos mais a Aliança do Pacífico, o México e a Colômbia, eventualmente também a Argentina, que intriga um pouco. O Brasil seduz menos, pelo menos por enquanto."

Entidades se manifestam sobre a decisão do Senado

 PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, ROBSON BRAGA DE ANDRADE, DURANTE COLETIVA NA 6ª CÚPULA DO BRICS   FOTO MARCELO CAMARGO ABR

PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, ROBSON BRAGA DE ANDRADE, DURANTE COLETIVA NA 6ª CÚPULA DO BRICS FOTO MARCELO CAMARGO ABR


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
Robson Andrade – Presidente da Confederação Nacional da Indústria

“Com o cenário político mais claro, é hora de alcançar consensos para decidir, com firmeza e determinação, o que precisa ser feito para deixarmos a crise no passado e retomarmos o crescimento econômico.” O dirigente defendeu que as reformas da Previdência e das leis trabalhistas sejam prioridades do governo de Michel Temer.

Sérgio Rial - presidente do Santander

 Jantar de aniversário do Santander Cultural. social. bins ely    Na foto: (esq) Emanoel Araujo, curador da mostra e Sérgio Rial, presidente do Santander

Jantar de aniversário do Santander Cultural. social. bins ely Na foto: (esq) Emanoel Araujo, curador da mostra e Sérgio Rial, presidente do Santander


CASSIANA MARTINS/JC
“ É chegada a hora de se fazer um pacto pela retomada do crescimento econômico e da geração de empregos. Neste momento, duas palavras são fundamentais: tolerância, para reduzir a distância dos polos ideológicos, e urgência, para tomar as medidas necessárias para que o País saia da crise o mais rapidamente possível e de forma sustentável.”

Heitor Muller - Presidente da Federação das Indústrias do Estado

 .  Na Foto: Heitor Müller ( Presidente Fiergs )

. Na Foto: Heitor Müller ( Presidente Fiergs )


JC
“Esperamos que o governo do presidente Temer adote medidas efetivas para a retomada do crescimento econômico. São medidas simples, mas de grande efeito, como a dinamização das exportações, uma política cambial ajustada, taxas de juros equilibradas, simplificação de procedimentos internos e adiamento da enorme carga regulatória que atinge as empresas.”

Simone Leite - Presidente da Federasul

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“Agora o Brasil volta a crescer, gerar impostos, renda e movimentar a economia, num clima de tranquilidade e confiança. Esperamos do novo presidente, Michel Temer, um forte ajuste que devolva fôlego à classe produtiva, além das essenciais reformas tributária, previdenciária e trabalhista como condições necessárias para a economia voltar aos trilhos.”

Paulo Kruse - Presidente do Sindilojas Porto Alegre

 Visita ao JC para divulgação da 4ª FEBRAVAR-Feira Brasileira do Varejo    na foto: Paulo Kruse

Visita ao JC para divulgação da 4ª FEBRAVAR-Feira Brasileira do Varejo na foto: Paulo Kruse


JC
“Neste dia importante para o Brasil, reforçamos nossa posição a favor do desenvolvimento do País e da adoção de novas posturas, não somente por parte dos políticos como também de toda a sociedade. O sindicato está otimista com o momento de mudanças que o Brasil enfrenta e com a perspectiva de retomar a economia brasileira. E mais do que nunca é hora de focar no crescimento do País e no seu desenvolvimento. “

Paulo Skaf - Presidente da Federação das Indústrias de São Paulo

 The president of the Federation of Industries of the State of Sao Paulo (FIESP), Paulo Skaf, attends a meeting with business leaders at Planalto Palace in Brasilia on June 8, 2016.  Brazil's annual inflation rate crept up last month to 9.32 percent, officials said Wednesday, sounding new alarm bells for Latin America's largest economy as it struggles through a deep recession. The stubbornly high inflation rate had been looking somewhat better recently, falling in each of the past three months, to 9.28 percent in April. / AFP PHOTO / ANDRESSA ANHOLETE

The president of the Federation of Industries of the State of Sao Paulo (FIESP), Paulo Skaf, attends a meeting with business leaders at Planalto Palace in Brasilia on June 8, 2016. Brazil's annual inflation rate crept up last month to 9.32 percent, officials said Wednesday, sounding new alarm bells for Latin America's largest economy as it struggles through a deep recession. The stubbornly high inflation rate had been looking somewhat better recently, falling in each of the past three months, to 9.28 percent in April. / AFP PHOTO / ANDRESSA ANHOLETE


ANDRESSA ANHOLETE/AFP/JC
"O processo terminou. Agora é hora de virar a página, deixar as diferenças para trás, arregaçar as mangas e, de braços dados, reconstruir o Brasil. O novo governo chega com um voto de confiança da nação. Mas deve, com a ajuda de todos, ser firme no esforço diário pela reconstrução do nosso Brasil.”