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Indústria

- Publicada em 29 de Agosto de 2016 às 22:52

Comil Ônibus paralisa operação em Erechim

Empresa explica que está iniciando um processo de reestruturação

Empresa explica que está iniciando um processo de reestruturação


COMIL ÔNIBU/DIVULGAÇÃO/JC
A montadora Comil Ônibus decidiu interromper as atividades da sua unidade localizada em Erechim a partir de ontem. A companhia informou que todos os funcionários, até a quinta-feira, estarão em licença remunerada em toda a sua jornada de trabalho. Enquanto isso, a empresa estará negociando com o sindicato o desligamento de parte de seu quadro de empregados.
A montadora Comil Ônibus decidiu interromper as atividades da sua unidade localizada em Erechim a partir de ontem. A companhia informou que todos os funcionários, até a quinta-feira, estarão em licença remunerada em toda a sua jornada de trabalho. Enquanto isso, a empresa estará negociando com o sindicato o desligamento de parte de seu quadro de empregados.
A Comil Ônibus já tinha paralisado o turno da noite, no começo de agosto, e havia reduzido o expediente diurno para meio período. Em nota, o grupo explica que "inicia um processo de reestruturação da empresa e de seu quadro de pessoal, necessário para adequar-se à atual situação do mercado interno. Tal medida é resultado da grave crise que o Brasil está enfrentando, com grande impacto no mercado de ônibus".
Segundo a empresa, pouco mais de mil funcionários atuam na fábrica de Erechim, porém o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Fábio Adamczuk, afirma que são cerca de 1,8 mil trabalhadores. O dirigente comenta que não foi mencionado o número de demissões, mas o sindicato discutirá essa questão com a companhia. Adamczuk recorda que a Comil firmou Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho, assumindo compromisso de abster-se de realizar despedidas coletivas sem antes negociar com as entidades que representam os trabalhadores.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos revela que uma das medidas que devem ser tomadas pelo grupo é parar a fabricação de ônibus urbanos, focando a produção de veículos que rodam distâncias maiores. Adamczuk admite que a crise econômica impactou o mercado de ônibus, entretanto considera que más escolhas de gestão também atrapalharam a companhia. O dirigente considera que se provou equivocado o investimento da empresa em uma planta no interior de São Paulo. Em fevereiro deste ano, a Comil encerrou as atividades de sua fábrica em Lorena (SP). Em nota, a empresa creditou a decisão à crise sem precedentes do mercado brasileiro de ônibus. As operações da empresa no município paulista funcionaram por pouco mais de dois anos. A inauguração foi em dezembro de 2013 e, na época, se falava em um investimento de R$ 110 milhões e da geração de 500 empregos diretos e outros 1 mil indiretos. Porém, desde aquela ocasião, o cenário tem piorado.
A Comil ressalta que, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), a produção brasileira de ônibus recuou mais de 60% nos últimos três anos. A produção, que era de 32 mil unidades, neste ano não deverá alcançar a marca de 13 mil. Não se observava uma produção tão baixa desde 1994, há mais de 20 anos. Outros fatores estão impactando de forma relevante as atividades neste segmento: forte inflação de matéria-prima, somente o aço teve um aumento de 35% em 2016; restrição de linhas de crédito para os clientes; a valorização do real frente ao dólar neste ano, impactando diretamente na competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo.
A empresa enfatiza que, somados a esta conjuntura econômica, há os veículos do programa "Crack é Possível Vencer" (iniciativa de combate às drogas que fará uso do micro Piá, produzido pela Comil), equipados com alta tecnologia, que já foram entregues, mas o governo federal ainda discute o pagamento. Adamczuk destaca que o valor envolvido nesse negócio é de aproximadamente R$ 44 milhões.

Presidente da GM do Brasil vai assumir área global

Zarlenga (foto) substitui Chamorro no comando da montadora

Zarlenga (foto) substitui Chamorro no comando da montadora


GM/DIVULGAÇÃO/JC
O executivo colombiano Santiago Chamorro está deixando a presidência General Motors (GM) no Brasil depois de três anos à frente das operações para assumir a área global de experiência do consumidor, responsável pelos novos usos dos automóveis. Entre os segmentos que Chamorro vai comandar estará a estratégia de carros autônomos, o serviço de veículos compartilhados e a parceria da GM com o app de caronas Lyft.
Citando a presidente global da marca, Mary Barra, Chamorro afirma que os novos modelos de uso de automóveis - em que parte dos consumidores deixará de ser proprietária de um veículo para pagar por seu uso - deverá trazer mais mudanças ao setor automotivo nos próximos cinco anos do que nas últimas cinco décadas. "O que percebemos é que a adoção dessas novas formas de uso está sendo muito rápida, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil", disse o executivo.
Chamorro, que será substituído no Brasil por Carlos Zarlenga (ex-diretor financeiro da GM para a América Latina), a partir da próxima quinta-feira, afirma que os testes feitos com a plataforma Maven - que permite o aluguel de carros da montadora - foram muito bem aceitos no Brasil. O projeto-piloto de aluguel de frota, que começou na fábrica da marca em São Caetano do Sul (SP), já foi expandido para as demais unidades GM no Brasil e agora passará a ser adotado em condomínios e cidades (o piloto será em São Caetano).
Em São Caetano do Sul, a experiência na fábrica mostrou que o veículo compartilhado tem um tempo de uso muito maior do que os de propriedade particular. "Conseguimos aumentar para 30% o tempo de uso dos carros, consideradas as 24 horas do dia", explicou Chamorro. "A porcentagem de uso de um veículo de uma família varia de 5% a 7%. No restante, o automóvel fica parado na garagem de casa ou do trabalho."
Quanto ao mercado brasileiro, o executivo disse que espera uma recuperação mais consistente assim que as reformas estruturais - trabalhista, previdenciária e tributária, por exemplo - começarem a sair do papel.
De qualquer forma, a GM já trabalha com um mercado de 2,4 milhões de veículos para 2017, contra 2,15 milhões para este ano. "Acho que passamos o fundo do poço, em maio e junho. Julho já melhorou um pouco, e agosto está indo conforme o planejando", disse.

Confiança da indústria diminui em agosto, diz Fundação Getulio Vargas

Após cinco elevações consecutivas, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou queda de 1 ponto em agosto, atingindo 86,1 pontos. A maior marca do ano foi registrada em julho (87,1). Entre março e julho, houve alta de 12,4 pontos, segundo o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), na pesquisa Sondagem da Indústria.
Em nota, o superintendente de estatísticas públicas da FGV, Aloisio Campelo Junior, afirmou que "a queda do ICI em agosto pode ser interpretada como acomodação após uma sequência de altas expressivas, sem alterar a tendência de alta do índice no ano. A combinação de resultados mostra continuidade da tendência de ajuste de estoques associada a uma calibragem para baixo do nível de atividade".
De acordo com o economista, mesmo com a sequência de alta nos últimos cinco meses, a indústria mostra lentidão na recuperação da demanda interna. Ele informou que o recuo em agosto não reflete a maioria dos segmentos. Foram registradas baixas em apenas nove dos 19 segmentos consultados.
A consulta, feita entre 1 e 24 de agosto, reuniu as informações coletadas em 1.107 empresas. O que mais influenciou a retração foi a percepção mais negativa em relação aos meses seguintes. O Índice de Expectativas teve queda de 1,7 ponto, passando para 87,3 pontos, e é analisada pela FGV como uma acomodação, após subir 21,4 pontos entre abril e julho.
O Índice da Situação Atual apresentou a mesma variação de julho (85,2 pontos), que foi a maior marca desde fevereiro de 2015 (86 pontos). Esse resultado é atribuído a uma combinação de melhora na avaliação dos estoques com piora na percepção sobre a demanda e o ambiente de negócios.
Para 14,1% das empresas consultadas, o nível de estoques está excessivo, percentual abaixo do constatado em julho (14,5%). As que avaliam como insuficiente aumentaram de 4,6% para 5,4%. A pesquisa também mostra que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,5 ponto percentual.