Os contratos futuros do petróleo fecharam em ligeira alta nesta sexta-feira (26), mas o movimento foi limitado por um forte avanço do dólar. A commodity viu hoje sua primeira perda semanal em um mês.
Os comentários da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen, no simpósio de Jackson Hole, apontaram para um possível aumento nas taxas de juros no país ainda no curto prazo - mas a autoridade também disse que a ação do banco central ainda dependerá dos dados econômicos.
Em uma entrevista à CNBC, o vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, afirmou nesta sexta que o discurso de Yellen foi "consistente" com dois possíveis aumentos de juros neste ano. Esses comentários deram apoio ao dólar, fazendo com que os preços de petróleo recuassem de suas máximas no dia.
O petróleo WTI para outubro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em alta de US$ 0,31 (0,65%), a US$ 47,64 por barril. O contrato chegou a ser negociado a US$ 48 durante o discurso de Yellen. Na semana, o WTI caiu 3% na sequência de três ganhos semanais seguidos, segundo a FactSet.
Já na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres, o Brent para o mesmo mês fechou em alta de US$ 0,25 (0,50%), a US$ 49,92 por barril. O Brent chegou a ser negociado a US$ 50 durante o dia, mas recuou 1,9% na semana.
"Sob a luz da sólida performance do mercado de trabalho e nossas perspectiva para atividade econômica e inflação, eu acredito que o caso para um aumento na taxa dos federal-funds se fortaleceu nos últimos meses", disse Yellen, no discurso.
Ela enviou um forte sinal de que o BC está se preparando para aumentar as taxas de juros no curto prazo, e os comentários de Ficher fortaleceram essa ideia. Um aumento nas taxas de juros dos EUA tende a fortalecer o dólar, tornando o petróleo mais caro para traders de outros países.
Nesta sexta, a Baker Hughes disse que o número de plataformas de petróleo e em atividade nos EUA ficou inalterado em 406 na última semanas, implicando na interrupção da recuperação das atividades, na sequência de oito semanas seguidas de aumento do número.