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Trabalho

- Publicada em 18 de Agosto de 2016 às 20:09

Embraer responde a críticas do sindicato dos metalúrgicos

Projeto da empresa é reduzir custos para superar crise da indústria

Projeto da empresa é reduzir custos para superar crise da indústria


EMBRAER/DIVULGAÇÃO/JC
A Embraer divulgou na tarde desta quinta-feira, posicionamento sobre comunicado enviado mais cedo pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), informando sobre os resultados da assembleia com funcionários da fabricante de aeronaves realizada nesta quinta-feira e que aprovou um "plano contra as demissões programadas pela empresa".
A Embraer divulgou na tarde desta quinta-feira, posicionamento sobre comunicado enviado mais cedo pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), informando sobre os resultados da assembleia com funcionários da fabricante de aeronaves realizada nesta quinta-feira e que aprovou um "plano contra as demissões programadas pela empresa".
A reunião ocorreu em resposta a um Programa de Demissões Voluntárias (PDV) anunciado pela empresa na semana passada. Conforme destacou a Embraer, o PDV foi detalhado na quarta-feira a seus empregados, após algumas rodadas de conversa com os diversos sindicatos. "O programa, como o próprio nome diz, é de caráter voluntário: ou seja, cabe ao empregado decidir se adere ou não. A iniciativa é parte de uma série de medidas de redução de custos para superar o cenário desafiador enfrentado pela indústria global aeroespacial e de defesa", diz a companhia.
A fabricante havia anunciado que com o PDV e outras medidas de redução de custos em andamento pretende economizar cerca de US$ 200 milhões. Trata-se do mesmo montante provisionado pela companhia no segundo trimestre deste ano relacionado a investigações que a Embraer enfrenta nos Estados Unidos por suspeitas de irregularidades na venda de aeronaves fora do Brasil. Diante disso, o sindicato vem sugerindo que a empresa estaria cobrando de seus trabalhadores a conta do suposto esquema de corrupção.
A entidade também voltou a criticar o processo de desnacionalização da produção da Embraer, como um dos fatores que podem levar ao fechamento de postos de trabalho no Brasil. O PDV é destinado aos empregados das unidades da companhia no Brasil.
Na nota, a Embraer diz que o processo de expansão internacional da empresa permitiu que a companhia estivesse mais próxima dos principais clientes e mercados consumidores, como os Estados Unidos. "A expansão foi fundamental para auxiliar a Embraer a ampliar vendas e manter os níveis de produção até o atual momento - afinal, quase 90% das receitas da Embraer advém de exportações", disse.
A companhia comentou ainda sobre a desoneração de sua folha de pagamentos, o que, segundo a Embraer, "contribuiu para que a empresa pudesse ter mantido, ao longo dos últimos anos, os atuais níveis de emprego".
O sindicato dos metalúrgicos tinha citado a desoneração em sua nota, dizendo que levantamento feito pelo Dieese mostrou que, entre os anos de 2013 e 2015, a empresa "economizou" R$ 1,1 bilhão em impostos. "O benefício, de caráter horizontal, contemplou diversos setores da indústria brasileira", respondeu a empresa. A nota da Embraer conclui dizendo que a empresa "está focada no sucesso das ações já anunciadas para assegurar a perenidade da companhia".
 

Trabalhadores aprovam PDV e exigem cancelamento do plano de demissões

Trabalhadores da Embraer reunidos em assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos aprovaram um plano contra as demissões programadas pela empresa. A companhia anunciou um Plano de Demissões Voluntárias (PDV) para os empregados de todas as unidades no Brasil, determinando o prazo entre a próxima terça-feira, 23, e 14 de setembro para a adesão, com desligamento previsto para a primeira semana de outubro.
A proposta aprovada pelo sindicato e pelos trabalhadores exige o cancelamento imediato do plano de demissões. Do contrário, a ordem será "demitiu, parou". Como alternativa aos cortes, o sindicato propôs que a Embraer "pare com o processo de transferência de parte da produção para o exterior e que os acionistas arquem com a multa de US$ 200 milhões referente ao caso de corrupção".
O sindicato vem se posicionando contrariamente ao PDV desde que ficou sabendo do plano e acusa a empresa de cobrar dos trabalhadores a conta do suposto esquema de corrupção pelo qual tem sido investigada. O valor de US$ 200 milhões também é o montante provisionado pela companhia no segundo trimestre deste ano relacionado a caso de "não conformidade" com o U.S. Foreign Corrupt Practices Act (FCPA).
Desde 2010, a Securities and Exchange Commission (SEC) e o Departamento de Justiça dos EUA investigam a companhia por suspeitas de irregularidades na venda de aeronaves fora do Brasil. "A Embraer quer que os trabalhadores paguem pelos erros e irresponsabilidades cometidos por ela própria. Não pagaremos esta conta", disse o vice-presidente licenciado do sindicato, Herbert Claros, por meio de nota.