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A importância das relações econômicas internas do Mercosul para a economia gaúcha foi o tema do encontro da missão do governo do Estado com a ministra argentina de Relações Exteriores e Culto, Susana Malcorra, e com a governadora de Buenos Aires, Maria Eugenia Vidal, ontem no Palácio San Martin. O governador José Ivo Sartori defendeu que potencializar as relações econômicas, por meio de acordos bilaterais, entre o Estado e o país vizinho fortalecerá as economias estaduais e criará oportunidades, dando mais peso à região no trade internacional.
"Queremos facilitar ainda mais o mercado para os produtos gaúchos. Apostamos na proximidade geográfica e nas semelhanças culturais dos povos para abrir novos caminhos. Restabelecer o Mercosul é estrategicamente importante para o Rio Grande do Sul, a Argentina e o Uruguai", destacou Sartori. Para ele, a reativação do Mercosul deve valorizar as potencialidades regionais dos membros do bloco, mas sem deixar de reconhecer a importância dos acordos firmados entre os países.
Em linhas gerais, Brasil e Argentina concordam com a retomada do Mercosul em novas bases, de dirigir a política do bloco para acordos multilaterais com outros conglomerados econômicos, como o Pacto Andino, a Aliança do Pacífico e a União Europeia. Ao mesmo tempo reconhecem a importância de iniciativas e acordos entre países.
Potencial gaúcho é reconhecido por ministro da agroindústria
O desenvolvimento recente do mercado mundial de alimentos e o crescimento da demanda por proteína animal pautaram a reunião do governador José Ivo Sartori com o ministro argentino da Agroindústria, Ricardo Buryaile. Sartori propôs uma política comum para potencializar a participação da agropecuária gaúcha e argentina nesse mercado, uma vez que os países da Europa Ocidental, Sudeste Asiático e América do Norte são grandes consumidores de produtos com alto valor agregado.
Segundo o governador, o primeiro passo é identificar áreas comuns de competência produtiva e de desenvolvimento tecnológico aplicado. Para Sartori, também é possível a realização de intercâmbio e troca de experiências em pesquisa, o que evoluiria para um acordo de cooperação entre órgãos como o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), da Argentina, e a Fepagro, no Rio Grande do Sul.
O secretário da Agricultura, Ernani Polo, destacou a necessidade de estreitar laços no controle de enfermidades transfronteiriças, a fim de garantir a qualidade e a competitividade dos produtos gaúchos e argentinos. Outra sugestão do secretário foi a troca de conhecimentos tecnológicos na área de vinhos e oliveiras. "O Laboratório de Referência Enológica (Laren), atende a todo o Brasil, tem interesse em buscar recursos do Fundo de Convergência do Mercosul para sua modernização. Queremos propor parcerias para qualificar o trabalho do Laren", destacou Ernani Polo. O secretário informou ainda que, no dia 28 de agosto, o ministro argentino e o brasileiro, Blairo Maggi, estarão na Expointer para dar andamento à criação de um grupo de trabalho para discutir e desenvolver essas pautas.
O governo argentino pretende investir na recuperação econômica com a reativação do setor primário. Uma das medidas iniciais da gestão do presidente Mauricio Macri foi suspender a retenção de parte das receitas dos produtos rurais, oriundas da exportação, bem como suprimir a exigência de licenças prévias para exportação. "Sabemos da tradição do Rio Grande do Sul e do que representa para a América do Sul. Podemos crescer conjuntamente", propôs o ministro.