Os diversos canais de serviços atualmente oferecidos pelas instituições bancárias está deixando obsoleta uma prática que até pouco tempo era causa de longas filas: os pagamentos de boletos na "boca do caixa".
Com opções como terminais de autoatendimento, acesso on-line e até mesmo o débito automático, é cada vez menor o número de pessoas que se dirigem aos caixas bancários para efetuar os pagamentos. Aqueles que, eventualmente, optarem pelo serviço podem se surpreender com a informação de que o caixa não está mais autorizado a receber determinadas contas.
Embora o recebimento de contas nos guichês seja um dos serviços mais básicos oferecidos pelas agências bancárias, com o qual os clientes já estão habituados, não há qualquer obrigatoriedade para que as instituições aceitem o pagamento.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) explica que a "arrecadação de contas é regulada somente por contrato, que é negociado livremente entre a instituição financeira e a concessionária de serviços públicos".
Pelo contrário, "o banco não poderá permitir o recebimento no guichê de caixa, se não estiver previsto esse serviço no contrato", alerta a instituição. A negociação das cláusulas do contrato leva em consideração as necessidades da empresa e a estratégia comercial dos bancos, explica a nota da Febraban.
A melhor recomendação a ser dada é verificar na própria cobrança qual é o banco indicado para o pagamento. Segundo a diretora do Procon do Rio Grande do Sul, Flávia do Canto Pereira, o banco não tem obrigação de aceitar um pagamento que não esteja conveniado à instituição. Já a prestadora de serviços deve informar a instituição bancária que está habilitada a receber o pagamento.
Entre os principais bancos presentes no Rio Grande do Sul, prevalece o esclarecimento de que o cliente tem à disposição os terminais de autoatendimento e o internet banking. Esses são canais habilitados a receber praticamente todos os tipos, como água, luz, telefone, entre outros serviços.
O Banrisul foi o único banco consultado pela reportagem do Jornal do Comércio em que, até o momento, não houve qualquer orientação sobre encerramento de contratos para recebimento de contas. A instituição elenca que está habilitada a aceitar pagamentos de arrecadação e outras cobranças, como "luz, água, telefone, faturas de cartões de créditos, boletos bancários do Banrisul e de outros bancos, depósitos e custas judiciais", além de tributos federais, estaduais e municipais.
"É importante esclarecer que hoje a diversidade de canais disponibilizados é muito grande e garante comodidade, agilidade e segurança nas operações", esclareceu, por nota, o Bradesco. "Além das agências, os clientes contam com a rede do Bradesco Expresso, correspondente bancário que oferece atendimento em estabelecimentos comerciais em horários diferenciados, e ainda com os canais digitais, que respondem atualmente por 92% de todas as transações realizadas no banco."
O Banco do Brasil informou que tem como prática orientar os clientes a realizar os pagamentos no autoatendimento ou pela internet. Outra opção, frisa a assessoria da instituição, é o Banco Postal, correspondente bancário que funciona nas agências dos Correios.
A Caixa Econômica Federal divulgou que possui convênio com as principais empresas de consumo, mas frisa que há outros canais de recebimento à disposição: lotéricas, correspondentes transacionais, internet banking, mobile e salas de autoatendimento. O Santander ressalta que "cumpre o estabelecido nos convênios firmados com as concessionárias, cujos termos podem estabelecer o recebimento de faturas apenas nos caixas eletrônicos, internet banking e aplicativo móvel".
O Itaú Unibanco informou que a aceitação de pagamentos das concessionárias depende de convênio firmado com cada empresa ou instituição. "Em Porto Alegre, para pagamento de luz, gás, água e telefone, o cliente tem à disposição todos os canais digitais (internet e aplicativos) e mais caixas eletrônicos, garantindo agilidade nas operações", justifica a nota enviada pelo banco.