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Economia

- Publicada em 03 de Agosto de 2016 às 22:12

Solução da crise passa pela política, afirma Aod Cunha

De acordo com Aod, Estado já perdeu o

De acordo com Aod, Estado já perdeu o "trem das oportunidades"


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Conter as inúmeras pressões sobre o orçamento público é um desafio que precisa ser encarado com maturidade política, na opinião do economista e ex-secretário da Fazenda estadual, Aod Cunha. "Essa é uma discussão difícil, que não pode mais ser empurrada para frente", afirmou durante sua palestra no evento Tá na Mesa, ocorrido ontem na Federasul.
Conter as inúmeras pressões sobre o orçamento público é um desafio que precisa ser encarado com maturidade política, na opinião do economista e ex-secretário da Fazenda estadual, Aod Cunha. "Essa é uma discussão difícil, que não pode mais ser empurrada para frente", afirmou durante sua palestra no evento Tá na Mesa, ocorrido ontem na Federasul.
O economista avalia que, no Rio Grande do Sul, a crise financeira é ainda mais grave do que no País e afirma que a renegociação da dívida com a União não é suficiente para sanar o problema. "Se esgotaram as formas de financiamento do déficit do Estado, e as soluções são muito difíceis, não dependendo somente de ações em nível regional, mas passando também por implementação de reformas em nível federal", destacou o ex-secretário.
Aod lembrou que nem o recente aumento do ICMS resolveu a dificuldade dos cofres gaúchos e opinou que este entrave ainda irá demorar para ser resolvido, podendo se tornar ainda mais agudo. O economista avalia que o Rio Grande do Sul "perdeu o trem" das oportunidades para impedir a crise financeira que já atinge a maioria dos gaúchos. "O Estado deixou de fazer a tarefa de casa, atrasando as possibilidades do seu desenvolvimento sustentável", sentenciou o ex-secretário da Fazenda.
Ele ponderou que ao longo dos últimos anos, em todo o País os gastos correntes aumentaram de forma a superar os volumes de arrecadação dos estados. O palestrante defendeu que para equilibrar os orçamentos a longo prazo serão necessárias uma série de medidas estruturais, a exemplo da Reforma da Previdência e da implementação do pacto federativo. "É preciso definir as funções da União, dos estados e dos municípios, e quem vai subsidiar tais responsabilidades", sugere.
Segundo Aod, o Brasil conseguiu deixar de ser pobre, no entanto caminha para o envelhecimento - o que deve ocorrer "antes que alcance a riqueza". "Se no passado, tivéssemos resolvido a questão da Previdência, hoje não seria necessário focar em tantas mudanças neste aspecto", comentou o palestrante.
Para o ex-secretário estadual da Fazenda, além do aumento da idade mínima (que se alterado há 15 anos, já teria sido suficiente para sanar o déficit anunciado) agora são necessários o aumento da contribuição, a equivalência para homens e mulheres, e o fim dos regimes especiais. "As regras de transição devem afetar aqueles que irão se aposentar nos próximos anos", opinou.
Durante sua palestra, o convidado da Federasul fez uma leitura da conjuntura econômica internacional e comparou trajetórias mais longas de outros países, apontando algumas "lições" que o Brasil deve assimilar para voltar a crescer de maneira sustentável. Ao afirmar que o País raramente consegue fazer reformas que aumentem a geração de investimentos e produtividade, Aod lembrou que a qualidade da educação é um aspecto que deve ser considerado como fundamental. "Todos os países desenvolvidos em algum momento investiram de forma mais acirrada na Educação, pagando mais que a renda per capita", destacou.
O ex-secretário destacou que uma "maior mobilização social" ajudaria para que a população aceitasse perdas concentradas no curto prazo e ganhos ao longo prazo. "Isso exige mais maturidade e menos infantilidade política", disparou. "Em países onde existe uma democracia mais consolidada, o Estado tem uma força maior para dizer não."
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