CPI do Carf pode terminar sem relatório final

A CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) corre o risco de ser encerrada na próxima semana sem sequer aprovar um relatório final. Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que não há chance de dar mais prazo para a conclusão das atividades da comissão.

Ao pedir mais tempo para apresentar seu parecer, o relator da CPI, João Carlos Bacelar (PR-BA), disse que há um "grupo de blindadores" nas investigações, citando especificamente o PSDB. Ele ameaçou pedir o indiciamento de envolvidos no suposto esquema de corrupção, mesmo sem conseguir ouvi-los no colegiado.

A CPI do Carf foi criada em fevereiro para investigar supostos pagamentos de propina para manipular os resultados do colegiado, que é uma espécie de tribunal ligado ao Ministério da Fazenda, responsável por julgar processos tributários. Esse esquema é investigado na Operação Zelotes, da Polícia Federal.

Antes do recesso parlamentar, o então presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), chegou a prorrogar os trabalhos do colegiado por 60 dias, a pedido dos próprios membros da comissão. Em outra sessão, porém, a decisão foi cancelada. O recuo foi ratificado pelo novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Pelo atual cronograma, a comissão precisa ser finalizada no dia 11. O presidente da CPI, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), marcou novas reuniões para esta semana e convocou sessão para apresentação e votação do relatório final somente no dia 9.